Diálogo entre cooperativas de cultura e órgãos governamentais de cultura

Postado em 18 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Por Giorgio Rocha

A FEBRACCULT (Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura) realiza, hoje, 18 de agosto, uma reunião para estabelecer um diálogo produtivo entre as cooperativas de cultura e os orgãos governamentais do setor. Todas as informações sobre o encontro (temas, horário, local) estão aqui.

Abaixo um texto sobre a iniciativa da FEBRACCULT.

Uma questão de visão

O cooperativismo cultural no Brasil tem um grande potencial de crescimento e pode se tornar tão forte com o cooperativismo da saúde. Que fatores o impedem de alcançar seu pleno desenvolvimento? Talvez o maior seja a miopia dos nossos órgãos governamentais de cultura, que não conseguem enxergar as soluções que o sistema traz para o trabalho dos profissionais do setor.

Percebe-se a miopia dos orgãos de cultura nas três decisões que cito abaixo:

A mudança realizada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no edital do fomento em relação a participação das cooperativas;

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo estabeleceu que as Cooperativas não podem apresentar mais do que um projeto na lei do PROAC ICMS- Programa de Ação Cultural (Lei estadual de incentivo à cultura),

E para aumentar em alguns graus o problema de visão que acomete os orgãos governamemtais: a ideia do Ministério da Cultura em limitar, através de uma portaria, a 12 o número de projetos apresentados por Cooperativas.

Essas decisões são verdadeiras amarras, ferem os princípios cooperativistas, prejudicam o trabalho de milhares de profissionais da cultura e colocam o país na contramão das medidas tomadas por outras nações. Países como Portugal, Suiça, México e Argentina apoiam e enxergam claramente o cooperativismo como uma ferramenta indispensável para a economia criativa.

O Dr.Edmundo Castilho é o médico perfeito para prescrever lentes corretivas para as Secretarias e o Ministério da Cultura. Sua história serve de exemplo. Em 1967, ele fundou a Unimed Santos. O sistema cresceu e se tornou a maior experiência cooperativista na área da saúde do mundo. É uma questão de visão, mais precisamente, a falta dela, diria o doutor.

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