Seminário: Cooperativas de Cultura - Uma nova visão sobre este setor

Postado em 19 de dezembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira


Seminário: Cooperativas de Cultura - Uma nova visão sobre este setor

Em fevereiro acontece o Seminário: Cooperativas de Cultura - Uma nova visão sobre este setor. No evento serão abordados temas importantes para o segmento como:

1 - Qual o diferencial das Cooperativas de Cultura para as demais cooperativas de Trabalho?
2 - O Trabalhador da Cultura e sua informalidade
3 - Plano Nacional de Cultura
4 -Impostos e bi-tributação
5 - Lei. 12.690 – Nova lei das Cooperativas de Trabalho
6 - Cooperativas de Cultura no Brasil e no Mundo.

Informações, inscrições ou parcerias: febraccult@gmail.com

Cássia Eller 50 anos

Postado em 10 de dezembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

Cássia completaria 50 anos nesta segunda, dia 10. Vídeo da música No Recreio.



Ex-ministro Juca Ferreira vai cuidar da Cultura em São Paulo

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

O ex-ministro Juca Ferreira, de 63 anos, vai assumir a Secretaria Municipal de Cultura no governo de Fernando Haddad (PT). Filiado ao partido, Juca deu o “sim” ao futuro prefeito no fim de semana e deve ser anunciado na quinta-feira, 13. Seu nome é o sétimo ligado ao governo federal confirmado no novo secretariado paulistano. Chega a São Paulo com o peso de ter lutado contra a ditadura, tendo sido exilado no Chile e na Suécia.

Com a experiência de ter comandado o Ministério da Cultura na gestão Lula por dois anos e meio, após a saída de Gilberto Gil, de quem era secretário executivo, Juca terá a missão de cumprir um desafio ousado: espalhar equipamentos culturais pelos 96 distritos da capital.


No plano de governo anunciado por Haddad na campanha eleitoral, também está a ampliação de internet gratuita pelos bairros, a descentralização da Virada Cultural e a implementação de uma bolsa-cultura, cujas regras ainda não estão definidas. Fortalecer a programação cultural na rede dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) é outra determinação do petista, que participou da criação do modelo, ao lado da então prefeita Marta Suplicy (PT).

Ligado a lideranças socioambientais, o futuro secretário foi morar na Espanha depois que deixou o governo e passou a compor a Secretaria-Geral Ibero-Americana, que reúne 22 países, entre eles o Brasil. Na gestão Dilma Rousseff, chegou a fazer críticas à gestão de Ana de Hollanda, que o sucedeu. Já com a atual ministra Marta Suplicy (PT), mantém bom relacionamento.

Baiano, o escolhido de Haddad também estava cotado para assumir um cargo no governo da Bahia. Em Salvador, já atuou como vereador (eleito por duas vezes) e secretário municipal de Meio Ambiente.

Vagas. Com a definição do comandante da Cultura, a equipe de Haddad chega a 22 nomes. A expectativa é de que o petista mantenha o número atual de secretarias, que é de 27. Na lista das pastas ainda desocupadas, três têm função estratégica no governo: Habitação, Segurança Urbana e Serviços.

Os últimos nomes devem ser anunciados nesta quinta-feira e seguirão a lógica anunciada por Haddad de formar um governo de coalizão. Com esse conceito, apesar das duras críticas de movimentos sociais e urbanistas, a Secretaria de Habitação será entregue ao PP de Paulo Maluf, assim como a Cohab. 

O samba de Oscar Niemeyer

Postado em 6 de dezembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

"O sistema literário brasileiro está doente", afirma jurado "C" do Jabuti

Postado em 3 de dezembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

Conforme a Folha adiantou, Gurgel é o jurado "C", aquele que atribuiu notas muito baixas a favoritos da categoria Romance da 54ª edição do Prêmio Jabuti, garantindo que seus livros preferidos fossem alçados aos primeiros lugares.


Até que pudesse se pronunciar --o regulamento não permitia que se manifestasse antes da revelação oficial do júri, --Gurgel foi atacado na internet durante semanas a fio-- até de "jurado Carminha", a vilã da novela "Avenida Brasil", ele foi chamado.

A legitimidade do voto, no entanto, foi garantida pela Câmara Brasileira do Livro, que patrocina o prêmio --o que não a impediu de chamá-lo para dar esclarecimentos sobre seus votos, o que não havia acontecido nas três edições anteriores do Jabuti, nas quais foi jurado na mesma categoria.

Victor Moriyama/Folhapress
"O sistema literário brasileiro está doente", afirma Rodrigo Gurgel, jurado "C" do Jabuti
"O sistema literário brasileiro está doente", afirma Rodrigo Gurgel, jurado "C" do Jabuti

Nesta entrevista, concedida num restaurante em São Paulo, na semana passada, ele explicou como viveu essas semanas de tensão após a abertura de seus votos no prêmio Jabuti.

Ele também falou do sistema literário brasileiro que além de "doente" está "dominado pelos departamentos de letras das universidades", e de sua formação.

Nesse aspecto, trata-se de uma trajetória nada incomum na era Lula: ex-militante do PT, pelo qual chegou a tentar uma cadeira na Câmara de Vereadores de Jundiaí (SP) -recebeu 700 dos 850, 900 necessários--, e ex-colaborador de publicações da CUT, Gurgel bandeou-se para o outro lado do espectro político. Hoje é engajado aluno do filósofo Olavo de Carvalho, conhecido por suas ideias conservadoras e pelo combate ao relativismo cultural.

"Não havia uma ética", diz ele sobre as primeiras "decepções" com a esquerda, no início do primeiro governo Lula. "O discurso era um. Mas a prática era a politica maquiavélica que é feita em qualquer partido."

No campo literário, Gurgel cultivou a fama de severo, com julgamentos implacáveis contra "estruturalistas", "desconstrucionistas" e outros advogados do experimentalismo.

Atualmente, desenvolve um projeto ambicioso: reler todo o cânon da literatura brasileira e submetê-lo a seu crivo em textos publicados no jornal "Rascunho". O primeiro fruto, o volume de ensaios "Muita Retórica, Pouca Literatura - de Alencar a Graça Aranha" (Vide Editorial), foi publicado em agosto.

Sobra para todo mundo, inclusive Machado de Assis. De Raul Pompeia, o importante autor de "O Ateneu", que vem sendo revalorizado pela crítica universitária, Gurgel diz: "Nós superestimamos, e eu superestimei durante muito tempo, o Raul Pompeia". Ele pretende chegar até Osman Lins (1924-78), célebre pelos experimentalismos de "Avalovara" (1973).

"Sempre tive uma dificuldade com os escritores nacionais", conta. "São muito retóricos, confundem literatura com eloquência, tem essa tendência a achar que a literatura não pode ser coloquial, tem que ter alguma artificialidade."

A crítica também não é poupada: segundo ele, "Se você não inovar em termos linguísticos, se você não tentar recriar o "Finnegan's Wake" [de James Joyce, marco da prosa experimental] o livro já não é bom" para os críticos brasileiros. O que fica são "exercícios narcisísticos".

Quando foi servido o vinho, Gurgel provou-o em clima de suspense, examinando cada nuance do buquê.
Apreensivos, garçom e repórter tiveram certeza de que, rigoroso que é, Gurgel ia mandar devolver a garrafa. Não foi o caso, e o crítico ergueu um brinde à literatura brasileira.

FOLHA - Ao perceber a mudança no regulamento, você se deu conta de que poderia decidir o resultado do Jabuti?

Rodrigo Gurgel - O meu voto não foi nem maquiavélico, nem visionário. O Jabuti é um prêmio feito em duas fases, em que você não tem contato com os outros jurados. Então a decisão é sua, individual.

Na primeira escolha, que é classificatória, você necessariamente tem que dar as notas. Então você dá as notas, mas não na perspectiva de fazer um ganhador. Você escolhe, num universo de mais de 150 romances, os dez romances que na sua opinião são os melhores. O que não significa que sejam genais, o suprassumo da literatura nacional. É a aquilo que você tem naquele momento.

Quando a gente vai pra segunda fase, o jurado recebe a lista dos romances que passaram para a segunda fase, não em ordem alfabética, mas por ordem de classificação, de na ordem das notas que os livros receberam.

Já é um ranking.

Já é um ranking. Quando eu abri o papel, a primeira coisa que me chamou a atenção [na lista de finalistas] foi o livro do Wilson Bueno ["Mano, a Noite Está Velha", ed. Planeta], que eu havia colocado em último lugar, apesar de ter dado uma nota de oito e pouco. Se um livro que você colocou em último lugar está em primeiro na lista, a primeira reação é dupla: você pensa em reler alguma coisa do livro, para ver se o julgamento continua de pé.


E, é claro, depois que chegou à conclusão que o seu julgamento continua o mesmo, você coloca ele de volta onde colocou na primeira lista. Só que aí você quer que outros livros sejam os primeiros. Aqueles que você considera melhores. Então você derruba a nota.

Por isso você atribuiu notas diferentes a Wilson Bueno?

É, e tem que ser assim. E o regulamento permitia essa possibilidade. Um jurado que não tem escolhas é um jurado que não tem critérios claros, não há necessidade de julgar.

Qual foi a segunda coisa que me chamou a atenção? Em segundo lugar, estava o livro da Ana Maria Machado, que é um livro que eu já tinha descartado desde a minha primeira lista. Então eu não tive dúvida. Esse livro eu nem precisei olhar de novo. Tive que colocar ele na posição de penúltimo lugar.

Para ranquear as suas preferências?

Claro. É evidente. Tinha livros que eu achava que eram melhores: foram os que coloquei nos quatro primeiros lugares. Foi a mesma coisa que eu fiz com o livro da Luciana Hidalgo, que eu tinha colocado na minha lista inicial em sétimo lugar.


Quando ela surgiu em quatro lugar na lista, não tive dúvida: passei ela pra baixo também. Quais são os quatro livros melhores, na minha opinião? São esses, que eu coloquei em primeiro lugar. Foi isso, nada mais, nada menos. Em nenhum momento imaginei que o peso da minha nota poderia significar a desclassificação definitiva de alguém. Eu não fiz essa conta. Eu pensei: vou privilegiar os livros de que gostei e dar uma nota baixa para os livros de que não gostei ou gostei menos.

E você achou adequada a mudança no regulamento deste ano, que permitiu notas de zero a dez, em vez de limitar a oito a dez, como antes?

Acho que o Jabuti está buscando soluções. Essa mudança das notas deveria ter sido pensada. Quem estabeleceu a nova regra não fez as contas. Não pensou: bom, quais são as situações que podem ocorrer? Ou então acreditou que todos os jurados votariam sem compromisso.

O que, aliás, é o que mais me chama a atenção nas críticas que recebi. E as mais violentas foram de escritores. Eu acho interessante. Em nenhum momento passa pela cabeça deles que eles poderiam ser um dos livros escolhidos por um jurado que luta pelos livros de que gosta. Um jurado que não teme se comprometer.

Que reações foram essas?

Foram coisas na internet, as pessoas julgando a minha atitude como se fosse irresponsável, impensada, desonesta, quando não é nada disso. Sou apenas um crítico que se compromete com as coisas, eu digo o que eu penso, não tenho medo de julgar e julgo. E se me pedem para julgar e me dão os critérios, eu uso os critérios.


O que pensou da atitude de do curador do prêmio, José Luiz Goldfarb, de logo no anúncio dos finalistas atribuir ao jurado C a responsabilidade pela situação?

As informações que tenho sobre ele, de amigos em comum, são todas ótimas. Eu não vi uma pessoa até hoje falar mal do Goldfarb. Acho que a atitude dele foi a de quem foi pego desprevenido. Ele não tinha feito as contas, não estudou os cenários possíveis. Não falou: se dois críticos derem dez e os outro crítico der zero, o que acontece com esse livro?

Quando ele viu o que aconteceu, ele simplesmente não estava preparado. E quando você não está preparado, é claro, prevalece a emoção.

Ele procurou você?

Nós conversamos por telefone, por solicitação de uma pessoa que é da comissão coordenadora. Essa pessoa começou a me cobrar posições, que eu justificasse a minha atitude. Eu disse: escuta...


Isso já tinha acontecido em edições anteriores?

Nunca me perguntaram nada, nunca tive contato com ninguém. Eu nunca tinha conversado com o Goldfarb. Eu disse então faz o seguinte: me dá o telefone do Goldfarb e eu ligo diretamente para ele.


E como foi?

Foi ótima, foi uma conversa no celular, e ele entendeu meu ponto de vista. Pelo menos foi a impressão que eu tive. Ele disse eu não concordo com a nota que você deu, não me lembro a expressão que ele usou, não sei se foi radical ou qualquer coisa assim, mas foi tudo dentro do regulamento e eu vou bancar, a CBL [Câmara Brasileira do Livro] vai bancar o seu voto. Nesse ponto eles foram extremamente éticos, muito corretos. Tivemos uma reunião, da qual o Goldfarb não participou, mas com os diretores.


Com os outros jurados também?

Não. Uma reunião comigo. Eu nem sei quem são os outros jurados, não faço ideia. Foram muito atenciosos e disseram: a única coisa que nós queremos dizer é que nós vamos prosseguir, o voto está dado, foi dentro das regras, você fique absolutamente tranquilo. Só não vamos defender em termos teóricos, em termos críticos, o seu voto.

Eu disse: mas isso é evidente, cabe a mim. Eu dei o voto e tenho uma justificativa para cada voto que eu dei. Reforçaram a questão de eu não me pronunciar até a entrega do prêmio [no último dia 28]... Eu disse: não tenham a menor dúvida, isso é inquestionável.

Por que houve tanta indignação com o resultado, especialmente em torno do livro da Ana Maria Machado?

Aí entram vários fatores. O primeiro fator é o ego do escritor. A primeira reação é essa que ela teve: "Ele votou contra o meu livro" [declaração da escritora em entrevista à Folha]. Ela não consegue imaginar que, na verdade, o procedimento foi outro. Eu votei a favor de outros livros, na minha opinião melhores que o dela.


Como relação especificamente a essa reação, não sei, talvez o fato de no momento em que abriram os votos da fase eliminatória, os últimos votos, me disseram que estava lá um jurado, e que ele reagiu muito mal. Fez um escândalo.

A abertura é pública, se eu quisesse, poderia estar lá. E também estava lá uma jornalista, se não me engano do jornal "O Globo", e aí a coisa estourou. Agora, por que ele teve essa relação, não posso... não sem nem quem é, nem por que ele teve essa reação.

Qual é o valor do Jabuti?

É o prêmio mais importante, de mais nome. E inclusive do ponto de vista da forma que se dá à votação, do meu ponto de vista é a forma correta, em relação ao fato de que os jurados ficam incógnitos. Não há possibilidade de você sofrer qualquer tipo de assédio, qualquer tipo de pressão, diferentemente de outros prêmios em que os jurados são anunciados, os nomes são públicos, os jurados se encontram, discutem. Eu, particularmente, não acredito nesse tipo de democracia. Não funciona.


O que o episódio revelou para você da cultura literária brasileira?

Os nossos escritores não estão acostumados a serem julgados. O nosso sistema literário está doente. Por quê? Quem aliás falou um pouco sobre isso há alguns meses foi a [editora e agente literária] Luciana Villas-Boas, numa entrevista: as editoras estão controladas pelos departamentos de letras das universidades. Então o que acontece? Hoje, a hegemonia dos departamentos de letras pertence a dois grupos: os estruturalistas e os desconstrucionistas.


Quem são os desconstrucionistas?

Eu vou chegar lá. Essas pessoas têm a hegemonia ideológica nos cadernos culturais, nas poucas publicações literárias que nós temos, nas editoras de livros. Quando eles escrevem uma crítica, as preocupações deles são, primeiro, a questão formal, linguística. Há um exagero de preocupação em relação a isso.


Se você não inovar em termos linguísticos, se você não tentar recriar o "Finnegan's Wake" [de James Joyce, marco da prosa experimental] o livro já não é bom, ou é um livro tímido, que revela insegurança. O que nós poderíamos chamar de narradores tradicionais já são repudiados por princípio. O mesmo acontece nas editoras. Esse é o pessoal mais considerado.

Em termos de crítica literária, a preocupação desses críticos, na verdade, não é primeiro com relação à forma: é exclusivamente com relação à forma. Porque eles partem do princípio de que a obra é autossuficiente. A obra não tem que dialogar com a realidade. A literatura não tem que dialogar com o mundo. Tem que dialogar com ela própria.

O que você vê muito hoje em dia em termos de crítica são exercícios narcisísticos. Hoje uma crítica como a do Álvaro Lins, dizendo que determinada peça do Nelson Rodrigues é um horror, não existe. Aí entram os desconstrucionistas. Para eles, o texto nunca pode expressar a verdade. Ora, se nunca podem expressar a verdade, o texto não é nada, é só um mero exercício.

O que é um contrassenso, porque se o texto é um vazio, um somatório de fórmulas que ficam falando sobre si mesmas e nada mais, o próprio texto que o desconstrucionista escreve não tem valor nenhum. Estamos no centro de um sistema que está viciado.

Mas de onde vem isso?

O [crítico literário] Antonio Candido fala que o nosso sistema literário, no início, era assim: as pessoas que produziam eram as pessoas que consumiam. Esse é o nosso grande problema, nós não temos leitores. O escritor escreve para agradar o crítico, pra agradar o professor de teoria literária e para agradar os seus amigos.


Então ele precisa ser politicamente correto, precisa fazer experimentos linguísticos, esconder o narrador, abusar da metalinguagem. Precisa fazer do texto dele um resuminho daquilo que a vanguarda fez nos últimos anos, para agradar as pessoas. Se você não tem uma crítica que está disposta a agradar o público, numa linguagem que ele compreenda por que aquele livro é bom ou não é, você não forma leitores.

O leitor do caderno cultural não quer abrir o jornal e ter uma aula de estruturalismo. Não está interessado em Roland Barthes [crítico francês, expoente do estruturalismo], Roman Jakobson [linguista russo] e o diabo. Ele quer alguém que faça o meio de campo entre a obra e ele, leitor comum, e diga por que vale a pena ler aquele livro. A maior parte da crítica literária se recusa a isso.

Você é um crítico do relativismo cultural, como mostra o se livro.

Mas claro. Nós temos que fazer julgamentos. O Sílvio Romero desancou o Machado de Assis do começo ao fim. Tratava o Machado como se fosse um capacho. Ele fez mal? Não. Ele cumpriu o papel dele dentro do sistema literário, que é o de criticar. Isso diminuiu a obra machadiana? Até o momento, não. O que prevaleceu foi a obra machadiana, em detrimento da crítica do Sílvio Romero.

Isso diminui o valor do trabalho do Silvio Romero? Não. É uma figura importantíssima, precisa ser lido, precisa ser conhecido. Nós não podemos ter o temos de ocupar o nosso papel dentro do sistema literário. Precisamos deixar de lado essas coisas e dizer com absoluta franqueza o que a gente pensa.

Essa posição tem um custo para você?

É de ter muitos desafetos.


Mas você tem muitos desafetos?

Acredito que sim.


Nesse episódio, você foi criticado também pelas afinidades com o filósofo Olavo de Carvalho. Qual é sua relação com ele?

Eu sou aluno do Olavo. O Olavo tem um seminário de filosofia on-line do qual sou aluno, e sou admirador do trabalho que ele faz, seja como filósofo, seja como polemista. É uma pena que nós não tenhamos mais pessoas com a coragem que o Olavo tem, de falar as coisas com absoluta franqueza, e dar a sua opinião.


Não estou discutindo se ela é a certa ou a errada. Mas expressar a sua opinião de maneira clara e, como se diz no jargão, pôr a cara para bater. As críticas que fazem em relação ao Olavo se baseiam muito mais na figura dele como polemista.

Se as pessoas parassem e fossem efetivamente ler as obras do Olavo, de critica cultural, obras filosóficas, começariam a formar não digo uma ideia diferente, mas perceberiam que as coisas que o Olavo fala são fundamentadas.

Não é um louco que sai por aí atirando de maneira irresponsável. Ainda que, como polemista, seja essa a impressão que ele pode passar. Isso se deve também à hegemonia do marxismo. A hegemonia de esquerda foi lentamente construída.

Fonte: PAULO WERNECK - Folha de SP

"Estado deve dinamizar, e não inventar a cultura"

Postado em 28 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira


A pedido do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa será o novo nome da pasta que Sérgio Sá Leitão ocupará a partir de dezembro. O órgão receberá R$ 57 milhões adicionais para o inédito fomento público ao setor criativo carioca.
Prestes a completar quatro anos na presidência da RioFilme, ele permanece no órgão para promover a hoje inexistente integração com a secretaria. Também estão nos planos a criação do fomento reembolsável para iniciativas com vocação comercial e o estreitamento dos laços com os governos estadual e federal, promessa de campanha do prefeito, ainda mais essencial com a chegada da Copa do Mundo e da Olimpíada.
Sem vínculos partidários, no entanto, Leitão não teme divergir com a agenda do Ministério da Cultura (MinC) em assuntos como Procultura, a proposta de reformulação da Lei Rouanet. "Essa noção de descentralização que se disseminou é discriminatória com os polos culturais", diz. "Um absurdo." Leia a seguir os trechos principais de entrevista concedida ao Valor.
Valor: Qual é o principal desafio do projeto de integração da RioFilme com a secretaria municipal?
Sérgio Sá Leitão: O prefeito enfatizou que precisamos nos transformar em uma Secretaria de Cultura e de Economia Criativa, que passará a ser o nome da pasta, para incorporar a dimensão econômica. Vou acumular as duas funções para promover a integração entre os órgãos, historicamente distanciados. Depois de seis meses vou reavaliar. Mas nunca pleiteei o cargo. O convite se deve ao desempenho da RioFilme, à cultura do planejamento e do foco em resultados. É um projeto de quatro anos, que é o tempo mínimo necessário para desenvolver um trabalho sério.
Valor: O orçamento não deverá ficar apertado ao abarcar uma nova função?
Sá Leitão: Na proposta em discussão na Câmara, teremos, em 2013, R$ 228,6 milhões para a secretaria, incluindo aí R$ 39,2 milhões da RioFilme e R$ 16,5 milhões da Fundação Planetário. É um orçamento adequado para o seu atual papel. Mas o prefeito autorizou incorporar R$ 57,3 milhões para a economia criativa, previstos no planejamento da prefeitura.
Valor: Como sair da teoria para o campo prático no fomento ao setor criativo?
Sá Leitão: Esse é o desafio. O potencial econômico não realizado, incorporando áreas como design, moda e arquitetura, é um novo front para o país. E a capacitação é chave. Desenvolvemos na RioFilme um projeto com o Senai que criou 355 vagas em áreas com lacuna de profissionais. Vamos identificar as carências da cultura e criar, no primeiro ano, 5.000 vagas.
Valor: Como ficam as áreas tradicionais e os editais da gestão anterior para dança, artes cênicas, artes visuais e música?
Sá Leitão: Trata-se de uma gestão de continuidade. Houve muitos avanços, e preservaremos o que foi feito. Todos os recursos serão investidos por edital. E passaremos a trabalhar com a ideia de investimento reembolsável, que praticamos na RioFilme, para iniciativas com potencial de receita, e não reembolsável, quando a vocação é cultural. Sendo uma empresa, a RioFilme passará a cuidar de todos os investimentos reembolsáveis, inclusive em outros setores da cultura. E a secretaria continuará responsável pelo fomento cultural, mas incluirá o audiovisual.
Valor: O Programa de Fomento ao Audiovisual Carioca (FAC) será lançado neste ano, como prometido pelo prefeito?
Sá Leitão: Sim, com o mesmo valor anterior, de R$ 15 milhões, assim que a Câmara aprovar o orçamento de 2013.
Valor: Permanece a política de expansão e de gestão dos equipamentos culturais?
Sá Leitão: O problema central da nossa rede é que é má distribuída. A expansão das arenas e dos cinemas populares continua, principalmente em direção às Zonas Norte e Oeste. Vamos diversificar o modelo de gestão, trabalhando o máximo possível com a iniciativa privada, permitindo concessões e permissão de uso para empresas, grupos culturais ou organizações sociais. Contrataremos uma consultoria para fazer grande levantamento que indique a vocação de cada equipamento e o investimento necessário para recuperá-lo, já que muitos não estão em boas condições. Espero em 2014 iniciar as mudanças. Buscaremos mais eficiência e o melhor uso possível do dinheiro público. Em muitas situações, parece-me que não estamos obtendo hoje o melhor resultado possível.
Valor: O projeto que institui o Procultura, em substituição à Lei Rouanet, tem como um de seus critérios a descentralização. O senhor concorda que a concentração no eixo Rio-São Paulo é nociva ao país?
Sá Leitão: Essa noção de descentralização que se disseminou é discriminatória com quem realiza e com os polos culturais. Por que prejudicar quem está fazendo? É um absurdo. Em todos os países é natural que existam cidades onde a produção cultural tem peso maior. Corre-se o risco de prejudicar a produção nesses polos sem necessariamente criar substitutos. Há avanços no Procultura, mas, em geral, é um retrocesso. O papel do Estado é dinamizar e não determinar, centralizar, ordenar. Cultura é uma força viva da sociedade, não é algo que o Estado inventa.
Valor: O que quer dizer com isso?
Sá Leitão: Historicamente, o MinC comporta-se como uma secretaria que pensa somente na Cultura que depende do Estado e não no conjunto do setor. Trata-se de uma visão paroquial. O Ministério da Educação, por exemplo, preocupa-se claramente com todo o setor, seja a esfera pública ou a privada. Precisamos acabar no Brasil com a ideia de que existe, de um lado, a produção cultural que deriva do Estado e, do outro, o resto. Cultura é uma atividade de caráter privado, da sociedade civil. A vida noturna, por exemplo, gera grande impacto econômico e tradicionalmente está fora do escopo do poder público. Eu discordo.
Valor: Qual é a sua opinião sobre a intenção anunciada pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, de fomentar iniciativas de produtores culturais negros?
Sá Leitão: Tenho grande respeito e admiração pela ministra. A sua presença tem o grande mérito de dar um capital político que o ministério talvez nunca tenha tido. A ministra está tomando pé da situação, não é uma especialista em gestão cultural e está fazendo a sua curva de aprendizagem. Precisamos ver que medidas são essas, mas, em princípio, não acho que seja o melhor caminho.
Valor: Como fazer que uma promessa da campanha eleitoral, a integração entre os governos federal e estadual e a prefeitura, ocorra de fato na cultura?
Sá Leitão: Até a posse estou debruçado em números e planejamento. Ao assumir vou procurar a Adriana Rattes [secretária estadual de Cultura] e a ministra para ver de que forma vamos trabalhar juntos. O Rio é o principal palco cultural do Brasil. Obviamente que o governo federal tem interesse grande nisso.
Valor: Como evitar, com a chegada da Olimpíada e da Copa do Mundo, que os investimentos migrem para o esporte?
Sá Leitão: A realização desses eventos abre um vasto leque de oportunidades para o país e também para a cultura, sobretudo numa cidade como o Rio. Acabamos de assistir ao exemplo brilhante de como o Reino Unido aproveitou para promover seus ativos culturais nas cerimônias de abertura e de encerramento da Olimpíada. O último álbum do Coldplay aumentou suas vendas em 1000% após o evento. No caso do audiovisual, haverá uma demanda gigantesca por equipamentos, profissionais e estúdios. Temos de nos preparar para fazer que essa demanda se transforme em ganho estrutural.
Fonte: João Bernardo Caldeira | Para o Valor, do Rio


Rua Augusta se transforma em galeria a céu aberto

Postado em 22 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira


 Se estiver passando pela área da Rua Augusta de 22 a 24 de novembro, olhe para o alto. Com projeções gigantescas nas laterais de prédios, o 3º Vídeo Guerrilha, um projeto interativo que pretende colorir a cidade, traz trabalhos de projeção mapeada, videoarte, animação e fotografia em 14 empenas de edifícios. É a versão moderna do cinema ao ar livre ou de uma galeria de arte ao ar livre, com uma linguagem que tem tudo a ver com São Paulo.
Os trabalhos de mais de 100 artistas devem transformar o cinzinha da Rua Augusta. A Vídeo Guerrilha, premiada como melhor iniciativa visual pela APCA, traz nesta edição a colombiana Carmen Gil, a argentina Maia Navas, a espanhola Francesca Llopis e o holandês Miguel Petchkovsky, da Time_Frame Foundation, entre outros. O público também pode interagir em expaços exclusivos, como o Agigantador de Pessoas, que projeta sua imagem em um edifício de 30 metros, e o grafite virtual, que dá a artistas a chance de desenhar ao vivo em plena Rua Augusta. O que é melhor: o público também terá de chance de testar essas tecnologias para criar arte ao vivo.
Em 2013 o projeto passa a ser itinerante, ganhando edições na região dos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, e no Complexo Cultural da República, em Brasília.
 
 Programação e Relação dos Espaços Projetivos
 Espaço 1
Rua Augusta, 1351
Espaço reservado à apresentação de artistas selecionados pelos curadores internacionais.

Espaço 2
Rua Augusta, 1276
Espaço reservado à apresentação do projeto Inside Out Moinho, idealizado pelo fotografo francês JR e produzido pela Dharma Arte.

Espaço 3
Rua Fernando de Albuquerque, 31
Espaço reservado ao trabalho dos artistas do Estúdio SinLogo, localizado na própria Rua Augusta, especializado em ilustração e animação. Eles também tem sede em Londres.

Espaço 4
Rua Costa, 83 – Esquina com Rua Augusta
Trabalho de vídeo mapping realizado pela Visualfarm. Artistas convidados: Carmen Gil Vrolijk e VJ Suave

Espaço 5
Rua Augusta, 921 e 941
Área Interativa
Espaço destinado ao Grafite Virtual e instalações interativas. Convidados: Wilton Azevedo, VJ Pixel, VJ Soneca e Rafael Beck

Espaço 6
Rua Augusta, 902
Espaço destinado aos VJs da Visualfarm. VJs Alexis, Alexandre Gonzalez, Kenji. Boca e Ross. Projeto convidado: AVAV

Espaço 7
Rua Augusta, 788
Espaço destinado aos trabalhos da Visualfarm

Espaço 8
Rua Augusta, 746 – Lado Jardins
Espaço TAZ – Zona Artística Temporária, reservada aos trabalhos de novos artistas e estudantes, enviados e selecionados pela Open Call do Vídeo Guerrilha e pela rede ITS NOON, além de alunos do Instituto Criar e IED.

Espaço 9
Rua Augusta, 746 – Lado Centro
Espaço destinado a artistas internacionais selecionados pelos curadores convidados.

Espaço 10
Rua Antonio de Queiroz, 96
Espaço destinado aos trabalhos em parceria com o projeto Times Square Art Square, de Nova York.

Espaço 11
Rua Augusta, 541
Área interativa destinada ao Agigantador de Pessoas.

Espaço 12
Rua Augusta 580
Espaço destinado a artistas selecionados pelo Curador Ricardo Botini

Espaço 13
Rua Marques de Paranaguá, 357 esquina Rua Augusta
Espaço destinado a trabalho de vídeo mapping da Visualfarm

Espaço 14
Prédio em construção – Rua Augusta, 850
Espaço destinado ao trabalho interativo SocketeScreem, dos artistas Raquel Rosalen e Rafael Marchetti.

 De 22 a 24/11, qui. a sáb. Rua Augusta, 1.351 e mais 13 espaços nas adjacências. Rua Augusta, 541 (Agigantador de Pessoas). Rua Augusta, 921 e 941, área interativa para grafite virtual com Wilton Azevedo, VJ Pixel, VJ Soneca e Rafael Beck como convidados.
Fonte: Época São Paulo

Vale-Cultura é aprovado na Câmara

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira


Na tarde desta quarta-feira, 21, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou , em votação simbólica, o Projeto de Lei 4682/12 que cria o Vale-Cultura, no valor de R$ 50 mensais para os trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Terá direito o trabalhador que receba até cinco salários mínimos.

A ministra Marta comemorou a aprovação e elogiou todos os que contribuíram para que ela acontecesse: “As colaborações do presidente da Câmara, Marco Maia, da Frente Parlamentar da Música e de cada parlamentar que votou pela aprovação foram imprescindíveis.”

Em muitos momentos a ministra comparou os efeitos do Vale-Cultura com os do Bolsa-Família: “Pelo impacto que o Bolsa Família teve no Brasil, dá para termos ideia do que o Vale-Cultura vai fazer.”

Nas palavras da ministra, “o benefício será o “bolsa-alma do Governo Dilma” por levar cultura a tantos brasileiros. Por isso, Marta vinha colocando a aprovação do Vale como uma de suas prioridades e vinha conversando constantemente com parlamentares sobre o tema. Em um dos momentos, reunida com deputados, a ministra chegou a lhes dizer: “Cada deputado vai voltar para seu estado e dizer: ‘eu ajudei a aprovar o Vale-Cultura’.”

Marta também chamou a atenção, mais de uma vez em suas falas, para a autonomia que o Vale oferece ao cidadão na hora de escolher qual produto cultural ele vai adquirir e para sua abrangência do ponto de vista econômico, uma vez que, segundo a ministra, ele vai “beneficiar tanto consumidores de cultura quanto seus produtores que passarão a ter um público maior.”.

A matéria será, agora, enviada para análise do Senado.


Fonte: MinC

Curso Intensivo de Produção Cultural

Postado em 21 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

MERCADO CULTURAL – ECONOMIA CRIATIVA – MARKETING CULTURAL – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – ELABORAÇÃO DE PROJETOS – LEIS DE INCENTIVO – PRESTAÇÃO DE CONTAS – PRODUÇÃO CULTURAL etc 
Um final de semana inteiro para entender um pouco mais do mercado cultural e aprender como planejar sua carreira, sua empresa, seu projeto.

15 e 16 de dezembro – São Paulo
12 e 13 de janeiro – Belo Horizonte
19 e 20 de janeiro – Rio de Janeiro
26 e 27 de janeiro – Recife
16 e 17 de fevereiro – Curitiba

Das 13 às 19 horas cada dia.
Consulte os locais de realização.

Investimento: R$ 400,00 (quatrocentos reais) inclui apostila, certificado, café e material didático.
Desconto de 25% para inscrições até 7 dias antes do evento. / Estudante tem desconto de 30%. / Desconto especial para grupos. / Parcelado em até 03x sem juros.

FACILITADORA: Marília de Lima - Especialista em eventos, administradora de empresas, produtora cultural, consultora e professora. Atuando no setor cultural há mais de 20 anos. Atualmente administra uma empresa da área de Turismo Cultural e treinamentos. É presidente da Cooperativa Cultural Brasileira desde 2008. Ministra os cursos e palestras com temas ligados ao cooperativismo, cultura, eventos e turismo. Na gestão da Cooperativa Cultural Brasileira idealizou e implantou variadas ações, tais como a “incubadora de Cooperativas de Cultura” – projeto que auxilia em parceria a criação de outras cooperativas de produção cultural; o “Dia de Ação Cultural” – um dia inteiro de encontro com a classe artística dos municípios para falar sobre cultura, cooperativismo e políticas culturais; “FEBRACCULT” Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura; além das variadas parcerias e intercâmbio com entidades de cultura em países como Portugal, França, Espanha, Argentina, México, Cuba e Peru.
VAGAS LIMITADAS.

Lei municipal do Rio atrai músicos de rua de toda América Latina; veja o vídeo

Postado em 13 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira



Uma lei municipal, aprovada em junho deste ano, permite apresentações pelas ruas cariocas sem autorização prévia.

A prefeitura do Rio disse que a lei busca estimular diversas expressões culturais nas ruas de forma organizada e evitar que os artistas trabalhem marginalmente, como antes acontecia.

A medida, somada ao bom desempenho da economia, tem atraído músicos latino-americanos para as ruas da cidade e transformaram o passeio público carioca em um show a céu aberto, incluindo diferentes sons e sotaques.

Fonte: BBC

Paulinho da Viola canta Onde a dor não tem razão

Postado em 12 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

Gonzagão e Gonzaguinha no programa Proposta

Postado em 9 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira

Ecad será fiscalizado

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira


Um dos pontos mais polêmicos da gestão Ana de Hollanda a Lei do Direito Autoral merecerá tratamento diferente pela sua sucessora. Em sua primeira entrevista como ministra da Cultura, Marta Suplicy deixou clara sua posição divergente sobre o tema e defendeu a fiscalização do Ecad. “No momento em que eles são um monopólio, e eu não estou questionando isso, eles têm que aceitar uma fiscalização. Essa decisão eu já tomei”, disse Marta, que completa 50 dias no cargo e recebeu a reportagem do Estado em seu gabinete. 

Ana de Hollanda provocou protestos ao retirar do site do MinC a marca Creative Commons e aproximar-se das posições defendidas pelo Ecad. A atual ministra já havia dado indícios de que pretendia mudar de rota ao levar para a sua equipe Marcos Souza, formulador das políticas de direito autoral durante as gestões dos ex-ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira. Além de reincorporar Souza, Marta paulatinamente tem feito trocas em sua equipe. Já substituiu Vitor Ortiz como secretário executivo e também mudou o comando do Iphan. 

A Lei do Direito Autoral é apenas um dos projetos da pauta que a senadora licenciada herdou. Seu foco nestes primeiros dias como ministra, ela diz, foi justamente “destravar” essa pauta. O Vale Cultura, proposta do ex-presidente Lula que estava engavetada, voltou ontem à Câmara com o apoio de mais de 60 assinaturas. O projeto de revisão da Lei Rouanet, conhecido como ProCultura, também está prestes a entrar em votação no Congresso. “Devo encaminhá-lo na próxima semana”, garante a ministra. 

Sem experiência prévia na área cultural, Marta valoriza seu trânsito entre os parlamentares e sua habilidade política. Garante, porém, que não quer apenas levar adiante as propostas já existentes. “Quero deixar uma marca. E essa marca será a da inclusão social.”

Além dos editais para criadores e produtores negros, recentemente lançados, o Minc deverá contemplar outras minorias, como os gays e as mulheres. As Praças do PAC também serão transformadas em 360 CEUs das Artes. 

Na entrevista, a ministra da Cultura Marta Suplicy fala sobre as deficiências da Lei Rouanet, da necessidade de mais transparência na ação do Ecad e também sobre sua irredutível decisão de não disputar a eleição de 2014 para o governo de São Paulo.

A senhora herda uma ampla agenda, com projetos que já foram formulados, mas ainda carecem de aprovação e regulamentação. Como pretende destravar a agenda da Cultura? 

Marta Suplicy - São dois pontos. Um implica em destravar o que está no Congresso Nacional. Tive muitas reuniões procurando entender a fundo esses projetos e encontrar estratégias. Em relação à Lei Rouanet, tive uma reunião com o deputado Pedro Eugênio (PT-PE). Ele ficou um ano e meio ouvindo a classe artística e me ofereceu um panorama consolidado. Sua habilidade foi criar uma pontuação para atingir os 100% de isenção, e também foi habilidoso com os itens criados. Pedi para deixar dois itens abertos para o ministério usar nos próximos anos. Conversamos sobre várias áreas em que o MinC não poderia deixar de ter autonomia e também de outras áreas nas quais vão ou não despertar um certo estresse, mas que são áreas que não podemos abdicar. Ele fez um enorme esforço para conseguir um consenso. Sou uma ministra que tem como praxe negociar, conversar até chegar ao consenso. Também conseguimos uma avaliação da Receita Federal que considero ideal. Até o fim da semana que vem o projeto vai a votação.

O que mais lhe agradou?

Marta Suplicy - Gostei de ele ter tocado na questão regional. Para se ter uma ideia, da Região Norte foram aprovadas 71 análises de projetos, enquanto na Sudeste foram 5.374. Também na distribuição regional a diferença é grande: a captação na Norte foi 0,66% dos projetos, enquanto na Sudeste, 79,93%. Então, se isso não estivesse no projeto, eu teria sugerido para constar. Tenho percebido nas áreas que me são mais caras, as de inclusão - seja de caráter regional, seja envolvendo negros, gays, mulheres. Nesse ministério, é uma marca que gostaria de deixar: a inclusão social.

O que a senhora pensa da Lei Rouanet que viabilizou a produção cultural mas não foi capaz de criar um mercado cultural suficientemente forte?

Marta Suplicy - Nem teria condição, pois seria necessária uma política de Estado para a criação desse mercado. E ainda não engatinhamos nessa condição. Para isso, é necessário orçamento. Por isso, os ministros da Cultura acabam ficando felizes com a Rouanet e até trabalhando para mais incremento: trazem mais recursos. Enquanto os governos não melhorarem o orçamento para que a Cultura atue com pernas próprias, essas leis sempre terão importância gigantesca no orçamento. Não acho ideal, prefiro um orçamento mais robusto.

O projeto das praças do PAC foi transformado em CEUs. 

Marta Suplicy - Mudamos o conceito, que se afunila. A licitação já estava em andamento, então interferência foi no que eu pude fazer. Tinha muita salinha e era algo que intuitivamente me pareceu que não ia funcionar. Em conversa com os diferentes segmentos, vimos que são necessários grandes espaços, para que haja sinergia entre quem faz teatro, quem está compondo música, quem está pintando. Queremos essa conjugação de ideias. Outro desafio é formar os profissionais para trabalhar nesses 360 centros, que estarão nos centros de violência, assim como os CEUs. 

A senhora fala dessa fome de cultura. Como fazer para destravar o Vale Cultura?

Marta Suplicy - O Vale vai ajudar as pessoas a terem acesso. Estou pensando também em um mecanismo que permita às pessoas cumularem também. Para poder ter acesso a determinadas coisas, uma ópera, uma peça de montagem mais cara. Será a Bolsa Família da alma. O projeto estava engavetado, porque do jeito que estava teria que ser vetado, o que seria um constrangimento para a presidente. A ideia, portanto, é agregar todos os deputados à emenda e transformá-los em coautores. Aí, cada deputado pode chegar ao seu Estado e dizer: ‘O Vale Cultura fui eu que fiz’. E ele não vai estar errado. Sem a assinatura dele não teríamos força para fazer isso. Deve ser colocado em votação até o fim do ano. 

Existe essa fragilidade patente do mercado de Cultura no Brasil. A injeção de recursos pode ajudar a desenvolver o mercado? 

Marta Suplicy - Certamente, mas não podemos depender a vida inteira de incentivos fiscais. O ideal seria ter um orçamento maior e subsídios de política de Estado. Mas isso não é o que eu encontrei e tenho que lidar com o que tenho e fazer o melhor possível. Gosto de destravar os projetos, de fazer as coisas caminharem. Mas o que eu gostaria de deixar como marca é a inclusão social. Minha proposta é destravar os projetos.

A Lei do Direito Autoral foi um dos pontos de maior polêmica na gestão Ana de Hollanda, que endureceu as posições sobre o tema propostas durante a gestão Gil/Juca, consideradas excessivamente liberais. Ao trazer de volta para o ministério Marcos Souza, formulador das políticas para o setor durante o período Gil/Juca, a senhora sinaliza uma proximidade maior com essa visão? 

Marta Suplicy - Eu virei a página. Mas tenho que ter um arquivo do que aconteceu e o Marcos Souza participou de 82 audiências sobre o assunto. Eu não queria gastar um ano fazendo tudo de novo. Ele veio com a condição de que eu perguntaria a opinião dele quando eu quisesse. Conversei com grupos antagônicos, ouvi todos e tomei posições em relação ao Ecad. O Ecad tem que existir, tem que ser um órgão independente.

Mas é necessário que seja fiscalizado, não? 

Marta Suplicy - É muito forte o lado que reclama da falta de transparência. É verdade que eles têm muita dificuldade de fazer a arrecadação em todos os lugares desse Brasil gigantesco. Entendi essas limitações, sei que eles fazem um esforço no sentido da arrecadação, mas esse esforço também tem que ser feito no sentido da transparência. Ainda estou estudando, mas deve haver fiscalização. Em todos os países do mundo essa fiscalização existe. No momento em que eles são um monopólio, e eu não estou questionando isso, eles têm que aceitar uma fiscalização. Essa decisão eu já tomei. Os focos principais desses meus 50 primeiros dias de gestão são ProCultura, Vale Cultura e Lei de Direitos Autorais. 

E quanto à internet, a questão dos downloads? 

Marta Suplicy - Uma decisão eu já tomei nessa área: ‘notes sticky down’. É uma maneira correta, mas que tem dezenas de problemas específicos sobre os quais eu preciso me debruçar. A intenção é passar a questão o mais rápido possível para o Congresso. Tenho que respeitar as decisões que eles tomam, ouvir a opinião deles. 

A senhora crê que a grande falha da sua antecessora foi essa inabilidade política?
 
Marta Suplicy - Não compete a mim falar dela. Não tenho nada a comentar sobre isso. A presidente mudou de ministra. 

Seu nome é sempre lembrado para o governo paulista. 

Marta Suplicy - Eu não sou candidata. 

Hoje não é candidata? 

Marta Suplicy - Não é isso. Eu não sou candidata. Estou no projeto Dilma. Não percorrerei o Estado, não farei nenhuma ação de candidata. Fui bem clara, não?

A Cinemateca Brasileira acenou com o desejo de se transformar em uma Organização Social. Esse foi tema muito debatido nas últimas eleições em São Paulo. O que pensa sobre as OS?
 
Marta Suplicy - Acho que dinheiro público não pode ser gerido por sociedade civil. Dinheiro público é público e precisa de política de Estado.

Fonte: Estadão

Inscrições abertas para programas Circuito Cultural Paulista e Cultura Livre

Postado em 7 de novembro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira


O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, abre inscrições para grupos e artistas interessados em participar dos programas de difusão cultural em 2013. As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo formulário online disponível no site www.cultura.sp.gov.br  (link direto: http://migre.me/bCUG2)

Para fazer parte do Circuito Cultural Paulista é necessário se inscrever entre 06/11/12 até 06/01/13. O programa acontece entre março e novembro, com 80 municípios participantes e apresentações sempre aos finais de semana. Compõem a programação espetáculos nas modalidades de teatro, música, dança e circo.

Já o Cultura Livre SP tem a proposta de levar programação cultural gratuita para espaços ao ar livre da cidade de São Paulo. As atividades acontecerão no próximo ano e as inscrições para os artistas interessados em participar vão de 6/11/ até 9/12.

Para o cadastro, é necessário enviar a sinopse do projeto ou espetáculo, histórico do artista ou companhia e das apresentações realizadas, além de informações sobre as necessidades técnicas básicas para a realização. Também é preciso indicar o endereço eletrônico de sites ou redes sociais em que esteja disponível material do grupo para visualização prévia.

Não serão aceitas inscrições por e-mail, nem materiais entregues na Secretaria. Após a avaliação as inscrições, a equipe da Secretaria entrará em contato apenas com os grupos selecionados.

Fonte: Assessoria de imprensa - SEC

Metas do Plano Nacional de Cultura

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Veja no link abaixo a descrição das 53 metas do Plano Nacional de Cultura (PNC) aprovadas em dezembro de 2011.

Plano Nacional de Cultura: http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2012/06/As-Metas-do-Plano-Nacional-de-Cultura.pdf

Por Giorgio Rocha

Programa de governo do novo prefeito de São Paulo para a cultura

Postado em 30 de outubro de 2012 por Cooperativa Cultural Brasileira


Fernando Haddad, do PT, venceu no domingo (28) o tucano José Serra na disputa pela prefeitura de São Paulo. O programa de governo do prefeito eleito apresenta diversas propostas para o apoio à produção artística e cultural como: a implantação do Sistema Municipal de Cultura, a descentralização e diversificação das atividades culturais, valorização do artista de rua, criação de centros culturais, fomento a cultura digital e o lançamento de novos editais dos Pontos de Cultura.

Veja abaixo algumas propostas do prefeito Fernando Haddad para a cultura:

Cultura em toda parte: prevê a instalação, recuperação e remodelação de equipamentos culturais, implementando uma política de descentralização que não prescinda da tarefa de conferir visibilidade às produções até agora marginalizadas:

Criação de dois novos Centros Culturais de referência, um na Zona leste e outro na Zona Sul, com arquitetura sustentável.

Nas 31 subprefeituras serão implantados núcleos Culturais que resultarão da transformação dos espaços já existentes – equipamentos de cultura, educação, esporte ou mesmo parques e praças – em polos multifuncionais. Serão organizados também a partir das instalações dos diversos CeUs da cidade, que terão assim resgatados seu conceito original;
           
Ampliação da virada Cultural, tornando-a atividade recorrente. Estendê-la para além do Centro Histórico, procurando valorizar outras regiões da cidade e suas manifestações culturais.

Abertura de duas escolas Municipais de arte, uma na Zona leste e outra na Zona Sul, que oferecerão cursos de longa e curta duração em cinema e audiovisual, teatro, criação literária, dança e artes visuais. Serão instaladas nos dois novos Centros Culturais a serem construídos pela Prefeitura;

Estimular e fomentar a cultura tradicional e as práticas artesanais, acolhendo suas manifestações nos Pontos de Cultura;

Lançar novos editais dos Pontos de Cultura. Apoiar os existentes e criar condições para que se estabeleça uma rede de conexão entre eles.

Estabelecer um programa permanente de oficinas, cursos, workshops e ateliês, contínuos e itinerantes, que percorram periodicamente os espaços culturais administrados pelo poder municipal;

Elaborar políticas de mapeamento e divulgação da diversidade cultural paulistana;

Criar Portal de informação Cultural da cidade, destacando os eventos da semana, a programação cultural fomentada pela Secretaria Municipal, as atividades culturais e festas permanentes que ocorrem periodicamente em São Paulo.

Implementação do fundo Municipal de fomento à Cultura, com o objetivo de unificar e coordenar as linhas dispersas de financiamento municipal, ampliando os recursos disponíveis e atingindo as áreas até agora não contempladas.

Ampliar o orçamento do valorização de iniciativas Culturais (vai) para que se tenha um leque maior de linguagens artísticas  contempladas. Ampliar as faixas de financiamento e a duração do benefício.

Lançamento de editais que contemplem manifestações artísticas e culturais pouco consolidadas e valorizadas pelo mercado.

O programa Bolsa-cultura criará um financiamento no formato de bolsa, que remunere mensalmente o agente cultural e permita a prestação de contas da aplicação dos recursos, de modo simplificado e desburocratizado.

Implantação do Sistema Municipal de Cultura.

Valorizar e dar visibilidade às principais obras artísticas e culturais da cidade – dentro da concepção de museu a céu aberto –, tais como monumentos públicos, projetos arquitetônicos e bairros históricos e até mesmo manifestações efêmeras, como grafites, rituais afrobrasileiros e indígenas etc.

Implantação do projeto internet Popular: acesso gratuito à internet para que o cidadão utilize de forma remota os diversos serviços disponíveis nos web sites da administração Pública Municipal.

Cidade digital livre, inovadora e inclusiva: com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias colaborativas, abertas e promovidas por coletivos e indivíduos, a gestão de Fernando Haddad estimulará as seguintes políticas e ações:
             
Estímulo a ações de ocupação das ruas por artistas e produtores culturais, como forma de ampliar o compromisso dos cidadãos com o espaço público; organização e articulação de processos de realidade aumentada, com a colaboração dos cidadãos e construindo os caminhos múltiplos entre o ciberespaço e os prédios, praças e ruas;

Criação de Casas de Cultura digital. Esses espaços, com banda larga de alta velocidade, serão centros de inovação em tecnologia digital e produção de conteúdo audiovisual.

Veja todas as propostas em:

Fonte Giorgio Rocha – com informações do site Pense Novo TV