Ministro Juca Ferreira critica o candidato Tiririca: "Não tem graça"

Postado em 31 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Tiririca faz 'deboche com a democracia', diz ministro da Cultura

Juca Ferreira, criticou, nesta terça-feira, o candidato a deputado federal Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR-SP). Ele aparece na TV com o slogan "Vote Tiririca, pior que tá não fica".

"Respeito muito o Tiririca por ser um artista de circo e conseguir se firmam nos meios de comunicação de massa", disse. "Mas acho que ele não está prestando um bom serviço à democracia. Acho que é um deboche com a democracia", completou, após ser questionado por jornalistas sobre o slogan.

O ministro disse que, se tivesse a oportunidade de falar com o candidato do PR, pediria a ele que alterasse seu slogan. "Não tem graça", criticou.

HUMOR

Juca Ferreira defendeu o fim da censura a programas humorísticos. Na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto suspendeu parte da legislação eleitoral que proibia "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo" que ridicularizasse candidatos, partidos ou coligações. Pela lei, piadas e paródias ficariam vedadas a partir de 1º de julho do ano eleitoral.

A questão ainda será levada ao plenário do STF, para que os demais ministros do tribunal referendem ou anulem a decisão. O pedido para suspender o veto a piadas e paródias foi feito pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).

"Cercear o humor é cercear parte da cultura brasileira. A censura não é a saída", disse o ministro, ao receber o manifesto de artistas do movimento Humor sem Censura.

No último domingo, cerca de 500 pessoas participaram de passeata no Rio para pedir liberdade para criticar os políticos. "Se a proibição não cair amanhã (quarta-feira) no Supremo, vamos atrás de outra estratégia", disse o cineasta Fabio Porchat, um dos líderes do movimento.

Fonte: Folha de São Paulo

Promoção “Seja Roadie do Black Eyed Peas no Brasil”

Postado em 26 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


O Black Eyed Peas fará uma turnê com nove shows no Brasil entre novembro e outubro. A novidade é que a banda quer recrutar um "roadie 2.0" para acompanhar três dos shows, em Porto Alegre, Florianópolis e São Paulo, e fará uma espécie de reality show nas redes sociais para escolher o felizardo.

A iniciativa veio da percepção de que o jeito de distribuir e consumir música está se transformando radicalmente com as novas tecnologias de comunicação, e a experiência de assistir shows ao vivo será próxima a ser reinventada. Por isso, os produtores da turnê brasileira do Black Eyed Peas querem alguém antenado com as novas mídias sociais para mobilizar os fãs da banda e "curtir a balada".

Serão escolhidos dois roadies, que não precisam ter conhecimentos técnicos, mas devem ter a capacidade de agregar e mobilizar o maior número de pessoas possível através das redes sociais, como o Twitter, o Facebook e o Orkut. A capacidade de improviso será uma das qualidades determinantes na escolha.

Os dois escolhidos vão acompanhar o primeiro show, em Porto Alegre. Um produtor executivo da banda determinará qual dos dois continuará acompanhando o grupo nos dois shows seguintes. Ele terá acesso total aos bastidores das apresentações, convite para as festas após os shows e todas as despesas de viagem e hospedagem pagas.

Os interessados podem obter mais informações no site http://www.beproadie.com.br/ e no Twitter http://twitter.com/beproadie

Redação Terra

Artistas e internautas fazem direção da TV Cultura desistir de cancelar programa

Postado em 25 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Após reclamações, TV Cultura vai manter "Manos e Minas" na grade

Da Folha de São Paulo - A TV Cultura informou ontem, em comunicado, que o programa "Manos e Minas" será reformulado e continuará na programação.

O fim da atração foi anunciado pelo novo presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, que controla a TV Cultura. Não há data definida para o retorno do programa. A última exibição foi em 14/8.

A possível suspensão do programa gerou protestos de artistas e de internautas.

Ontem, uma manifestação em protesto pelo final do programa, em frente à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, foi mantida.

"[O anúncio] foi um sinal de vitória, por isso vamos agradecer a quem participou da causa", disse o rapper Kamau, um dos organizadores.

"Queremos ter a certeza de que a conquista não vai ser uma esmola."

Cooperada Inezita Barroso na TV UOL

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Acompanhada do violeiro Joãozinho, a apresentadora do "Viola Minha Viola" (TV Cultura) aproveitou a conversa no Bate-papo UOL com Convidados para mostrar autênticas canções do repertório caipira. Além da clássica "Marvada Pinga", a também folclorista cantou "Amo-te Muito" e "Caipira de Fato", música presente em seu mais recente álbum "Sonho de Cabloco". Veja outros clipes com a cantora na TV UOL.

Versão exclusiva de "Marvada Pinga" com Inezita Barroso


Fonte: TV Uol

TV Cultura, a TV que fazia bem

Postado em 20 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Por Giorgio Rocha

Pelo o que leio nos jornais sobre as mudanças promovidas na programação da TV Cultura, acredito, infelizmente, que ela caminha para se tornar igual às outras emissoras abertas. Já proponho, desde já, uma grade preenchida apenas com reality shows e outros formatos descartáveis para o consumo fácil. Sai de cena a emissora reconhecida por aliar o entretenimento à educação e estreia a televisão maníaca obsessiva por índices de audiência.

A TV Cultura sempre foi o refúgio para quem acredita em vida inteligente na tevê. Sua história prova que existe sim um outro modo de fazer televisão. Mas os fanáticos por audiência discordam.

Programas da TV Cultura







Quem é Fernando Faro?

Postado em 19 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Um vídeo para quem não conhece o criador dos programas Ensaio e Mobile e, o maior arquivo vivo da música brasileira.

Fala Fernando Faro



A política se tornou de vez uma piada...e sem graça

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Horário da roubada eleitoral: vou explodir

Botox, maquiagem, paisagens, gente sorrindo... Não dá para assistir a esse lixo e acreditar que ali tem algo sincero

HUGO POSSOLO - ESPECIAL PARA A FOLHA

Eu vou explodir! É o mínimo que deve fazer um palhaço-bomba depois de assistir ao horário eleitoral gratuito! Nem tão gratuito assim, pois vamos pagar caro por isso! Não tive como fugir dessa -com trocadilhos- roubada. A zona é tanta que mistura os gordos minutos da campanha presidencial com o conta-gotas esdrúxulo das campanhas a deputado e senador. São dois mundos.

No presidencial, Dilma e Serra pagam fortunas para que publiciotários criem um Brasil cor-de-rosa! Botox, maquiagem, paisagens, gente sorrindo, crianças sendo abraçadas...

Assista e veja um próspero país que aposta na continuidade. Continuidade de quê? Favelas? Tráfico? Juros? Educação no lixo? Cultura de perfumaria? Eu vou explodir! Tudo é tão revelador. Não acho que Lula goste tanto da Dilma: mandou ela ao Chuí e foi gravar no Oiapoque!

O Serra está mais para candidato a ministro da Saúde. Já a Marina nos garantiu minutos de distração com seu Discovery Greenpeace. No meio de tudo, algo me intrigou: se a vereadora Mara Gabrilli (PSDB) não deveria ter perguntado se alguém permitiria que Dilma cuidasse de seu filho, por que agora Dilma se apresenta como mãe do povo? Mais respeito!

Não coloquem a mãe no meio, que eu vou explodir! Já do lado de deputados e senadores, ressurge o filme de horror, com cada um cuspindo frases sem efeito, com o defeito de não terem nada feito e muito menos por fazer.

Honesto é o palhaço Tiririca, que diz que não sabe por que está ali. Se ele não fosse candidato, votava nele! Parece campanha pelo voto nulo! Seria covardia fazer piada com candidatos pseudocelebridades. Deve faltar emprego em entretenimento, então vão fazer bico no Congresso! Não dá para assistir a esse lixo e acreditar que ali tem algo sincero. Eu vou explodir!

Mas, no fundo, não quero que nada se exploda! Afinal, estamos todos bem, o país não tem mais desigualdades sociais, tem pré-sal e está repleto de bolsas. Nesse céu de açúcar cor de anil, a vontade é mandá-los todos à ...!

As reticências são uma homenagem ao TSE, que deveria ler os artigos de Hélio De La Peña e Danilo Gentili publicados aqui na Folha. Quem sabe assim, envergonhado, o TSE altere essa regra que representa a volta da censura nos moldes dos tempos da ditadura. Só explodindo!

HUGO POSSOLO, 48, palhaço, dramaturgo e diretor dos Parlapatões e do Circo Roda, é autor do livro "Palhaço-Bomba".

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1908201005.htm

Diálogo entre cooperativas de cultura e órgãos governamentais de cultura

Postado em 18 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Por Giorgio Rocha

A FEBRACCULT (Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura) realiza, hoje, 18 de agosto, uma reunião para estabelecer um diálogo produtivo entre as cooperativas de cultura e os orgãos governamentais do setor. Todas as informações sobre o encontro (temas, horário, local) estão aqui.

Abaixo um texto sobre a iniciativa da FEBRACCULT.

Uma questão de visão

O cooperativismo cultural no Brasil tem um grande potencial de crescimento e pode se tornar tão forte com o cooperativismo da saúde. Que fatores o impedem de alcançar seu pleno desenvolvimento? Talvez o maior seja a miopia dos nossos órgãos governamentais de cultura, que não conseguem enxergar as soluções que o sistema traz para o trabalho dos profissionais do setor.

Percebe-se a miopia dos orgãos de cultura nas três decisões que cito abaixo:

A mudança realizada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no edital do fomento em relação a participação das cooperativas;

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo estabeleceu que as Cooperativas não podem apresentar mais do que um projeto na lei do PROAC ICMS- Programa de Ação Cultural (Lei estadual de incentivo à cultura),

E para aumentar em alguns graus o problema de visão que acomete os orgãos governamemtais: a ideia do Ministério da Cultura em limitar, através de uma portaria, a 12 o número de projetos apresentados por Cooperativas.

Essas decisões são verdadeiras amarras, ferem os princípios cooperativistas, prejudicam o trabalho de milhares de profissionais da cultura e colocam o país na contramão das medidas tomadas por outras nações. Países como Portugal, Suiça, México e Argentina apoiam e enxergam claramente o cooperativismo como uma ferramenta indispensável para a economia criativa.

O Dr.Edmundo Castilho é o médico perfeito para prescrever lentes corretivas para as Secretarias e o Ministério da Cultura. Sua história serve de exemplo. Em 1967, ele fundou a Unimed Santos. O sistema cresceu e se tornou a maior experiência cooperativista na área da saúde do mundo. É uma questão de visão, mais precisamente, a falta dela, diria o doutor.

O descaso com a cultura

Postado em 16 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Abaixo um texto publicado no site Cultura e Mercado que complementa o que escrevi no post anterior sobre como os políticos e a mídia tratam a cultura como algo menor...Um assunto sem importância. Permitir que o tema seja tratado de forma banal é um verdadeiro tiro pé no desenvolvimento do país. Talvez, na visão de alguns, temas importantes como inclusão social, meio ambiente, sustentabilidade, entre outros, não estão ligados a cultura.

Cultura nas eleições
Leonardo Brant - Cultura e Mercado

Dilema do descaso: os candidatos não têm propostas para a cultura por que as pesquisas não apontam cultura como prioridade? Ou as pesquisas não revelam cultura como prioridade por que a mídia não cobre o assunto? Começou a corrida eleitoral e, para variar, a política cultural continua em segundo plano.

Acabo de dar uma fuçada nos sites dos candidatos que participaram ontem do debate promovido pela Rede Bandeirantes e trago um resumo do que vi:

Dilma Rousseff

No site da candidata petista podemos encontrar inúmeras matérias relacionadas a inaugurações, eventos de lançamento de projetos e programas governamentais, além de material em vídeo produzido pela campanha para discutir o tema com a candidata. Numa dessas entrevistas, ela afirma que o orçamento da cultura chegou a R$ 2,2 bilhões, defende o projeto que revoga a Lei Rouanet, além de ações ainda não implementadas, como o “Vale Cultura” e o “Cinema perto de você”. Não encontrei nenhum documento organizado com diretrizes e ações programáticas concretas. O site abre espaço para a construção do programa.

Marina Silva

O site da candidata do PV à presidência traz diretrizes de “cultura e fortalecimento da diversidade“. No geral, traça uma linha de continuidade programática em relação ao governo atual, reforçando a cultura popular, comunidades indígenas, afrodescendentes, combatendo a discriminação e reforçando os direitos culturais. Marina se compromete a aprovar o Plano Nacional de Cultura e o Procultura (projeto que revoga Lei Rouanet). Fala, ainda, em desenvolver um sistema similar ao do CNPQ para avaliação de projetos. A candidata é quem vai mais longe em sua linha propositiva, com questões organizadas e compromissos assumidos.

José Serra

O tucano, assim como Marina, abre um espaço no site dedicado exclusivamente ao tema. Mas na hora de abordar a cultura, reforça o pensamento neoliberal, enxergando cultura apenas como ativo econômico. Fala de suas realizações, como a Virada Cultural, programa de fomento à dança e promete diversificar o financiamento. Dedica boa parte do site para explorar o potencial econômico da cultura e se diz “apaixonado por cultura”.

Nada encontrei nos sites dos outros candidatos à presidência.

http://www.culturaemercado.com.br/headline/cultura-nas-eleicoes/

As propostas para a cultura dos candidatos à Presidência

Postado em 11 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Por Giorgio Rocha

Segurança, desemprego, saúde, educação, previdência, juros, dívida pública... Os políticos e os meios de comunicação priorizam alguns temas e deixam outros à margem... E a cultura? Quando ela realmente terá o espaço que merece para ser debatida com a população? Ok.Vivemos em um país carente em diversos aspectos e com outras urgências. Mas até quando essa desculpa será usada para deixar a cultura em segundo plano! Chegou o momento de transformar a cultura em protagonista desta e das próximas eleições.

Para começar o debate vale conferir o programa de governo para a cultura dos principais candidatos que disputam à Presidência da República.

Propostas da candidata Dilma Rousseff

“A imensa maioria da sociedade brasileira está privada do acesso aos meios de produção e fruição dos bens culturais da humanidade. Noventa por cento das cidades não possuem salas de cinema. Muitas não têm bibliotecas, teatros ou centros culturais. Apesar dos avanços dos últimos anos, a maioria da população brasileira conta, como único veículo cultural e de informação, com as cadeias de rádio e de televisão, em geral, pouco afeitas à qualidade, ao pluralismo, ao debate democrático. É preciso fortalecer políticas de indução às indústrias criativas e suas cadeias produtivas que integram o conjunto da economia da cultura.

Modernas tecnologias, como aquelas ligadas à Internet, além das 1Vs públicas, têm permitido um arejamento cultural e político que pode compensar o monopólio e concentração dos meios de comunicação.

O aprofundamento da democracia brasileira passa por uma forte circulação de idéias, pelo livre acesso aos bens culturais de toda a humanidade e pela possibilidade de expressão de nossa diversidade cultural, das manifestações populares às de vanguarda”.

Saiba mais sobre as propostas aqui:
http://www.dilma13.com.br/propostas/apresentacao/

Propostas do candidato José Serra

“Uma das áreas onde o Brasil pode mais é a Cultura e José Serra está cheio de idéias para por em prática – idéias testadas e aprovadas nas suas passagens pela prefeitura e o governo do estado, que só com muita má vontade alguém deixaria de reconhecer.

Serra entende que o principal aspecto da cultura é a diversidade e que por isso as decisões a respeito de projetos culturais podem ser tomadas, além do governo, por empresários, artistas, organizações da sociedade, sem um centro de decisões tutelando todos. “É preciso também diversificar as fontes de financiamento para a cultura. Não basta a Lei Rouanet. São necessários mais recursos, outros incentivos, que cheguem de alguma outra forma”, opina Serra. Na cidade de São Paulo, por exemplo, onde já havia o Fomento ao Teatro, Serra aprovou projeto de lei (de um vereador do PT) que criou o Fomento à Dança. No estado ele ampliou o PROAC, Programa de Ação Cultural criado na gestão do cineasta João Batista de Andrade como Secretário da Cultura do governo Alckmin”.

Saiba mais sobre as propostas aqui:
http://joseserra.psdb.org.br/tema-em-destaque/na-cultura-o-brasil-do-governo-serra-pode-mais

Propostas da candidata Marina Silva

“Diversidade é um valor superior para a vida. Promovê-la na centralidade das políticas públicas é investir no aprofundamento da democracia e na sustentabilidade do Brasil, assim como na originalidade da nossa contribuição para o equilíbrio da vida no planeta. O Brasil é chamado de megadiverso por sua biodiversidade e sua diversidade de ecossistemas, mas deveria ser graças à sua sociodiversidade.A cultura brasileira é plural e dinâmica. Abrange linguagens, artefatos, estilos, ideias e valores – sejam elas artísticas, técnicas ou científicas; sejam elas eruditas ou populares. Cultura é um patrimônio construído no passado, é o processo em fluxo de produzir e inovar, e é também projeto de conservar e transmitir o adquirido e ao mesmo tempo renová-lo e ampliá-lo. A capacidade de fazer isso depende de meios, recursos e técnicas. A política cultural no Brasil deve abranger o conjunto múltiplo das formas de pensamento, sensibilidade e expressão dos vários segmentos da população.Para isso, precisa estar articulada com a educação, integrada com o desenvolvimento sustentável, com foco na incorporação dos aspectos ligados à proteção e promoção da diversidade das expressões culturais, nas áreas urbanas e nos diferentes ecossistemas. É preciso democratizar os meios de produzir, circular e acessar os objetos culturais”.

Saiba mais sobre as propostas aqui: http://www.minhamarina.org.br/diretrizes_governo/governo/Cultura-e-fortalecimento-da-diversidadev2.php

Entrevista com a cooperada Luciane Valle

Postado em 6 de agosto de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira



Por Giorgio Rocha

A cantora e compositora Luciane Valle nasceu na cidade de Jundiaí e começou a carreira aos 18 anos. Formada em História pela Universidade Estadual de Campinas, a cantora realiza um trabalho cuidadoso de resgate das canções do repertório popular brasileiro. Luciane Valle falou para o blog da CCB sobre o show em homenagem a Era de Ouro do Rádio, o projeto sobre o músico e compositor Guinga, entre outros assuntos.

Confira abaixo a entrevista.

CCB: Sua carreira como cantora e compositora mostra uma artista dedicada a pesquisar a história da música do Brasil. Existe algum período da música brasileira que te atrai mais?

Luciane Valle: Eu gosto muito de ouvir e pesquisar música brasileira, eu sempre estou descobrindo coisas interessantes de todos os períodos, então, particularmente, não existe um período que me atraia mais. Existem sim, músicas, compositores, músicos e interpretes que se destacam para mim, mas são de períodos diferentes.

CCB: Dia 12 de agosto, você realiza na cidade de Jundiaí um show em homenagem a Era de Ouro do Rádio. Como será o show e qual foi o critério para a escolha do repertório?

Luciane Valle: Esse show vai ser muito especial, pois quando fui convidada para realizar esse projeto, pensei em homenagear as cantoras do rádio (Carmem Costa, Carmem Miranda, Dalva de Oliveira, Linda Batista, entre outras) e convidei um amigo meu, que é um cantor especializado no repertório dessa época, o Roberto Mahn (Roberto Seresteiro), para homenagear os cantores (Francisco Alves, Silvio Caldas, Orlando Silva). Convidei também o Grupo Chorando na Sombra que é de Campinas e o violonista jundiaiense Maicol Agiani, então, será também um encontro de músicos e interpretes de 3 cidades (São Paulo, Jundiaí e Campinas).

A escolha do repertório foi muito difícil, pois se trata de um período de uma intensa produção musical devido, principalmente, ao surgimento do rádio e do cinema falado, então optamos escolher sucessos das cantoras e cantores do rádio e mesclamos com músicas que tem curiosidades para serem comentadas e excluímos as marchinhas de carnaval, que dá para fazer um show à parte (quem sabe o próximo...).

CCB: Fale sobre o projeto do show em homenagem ao músico e compositor Guinga. Aliás, o nome escolhido para a apresentação, “Absurdamente Simples e Simplesmente Absurdo”, é bem criativo!

Luciane Valle: Desde que eu comecei a investir na minha carreira de cantora, eu sempre colocava uma música ou outra do Guinga no meu repertório, mas eu achava que não estava bom, faltava algo e não sabia o que era. No ano passado, assisti um show dele e fiquei totalmente absorta (engraçado, já havia assistido vários shows dele, mas aquele me marcou...) e depois fui conhecê-lo pessoalmente, (detalhe: eu tinha muito "medo" dele...eu achava que ele era bravo...) depois que o conheci, descobri que além de ser um compositor genial ele é uma pessoa extremamente generosa e simples. A partir daquele momento descobri o que estava faltando... estava faltando mergulhar profundamente naquele repertório e entender o "universo de Guinga". Na época eu precisava escolher um compositor para estudar com o profº Zé Luiz Mazziotti na EMESP (antiga ULM), ele aceitou prontamente.

Então, esse show é o resultado de uma "imersão" que fiz na obra de Guinga. Esse ano, Guinga completou 60 anos de idade e no ano que vem ele completará 45 anos de carreira, então convidei dois músicos que eu tenho muita afinidade musical (Maicol Agiani - violão / Roni Carvalho - piano) e eles aceitaram o desafio.

Com relação ao nome do show, fiz uma alusão ao 1º disco solo de Guinga (Simples e Absurdo - 1991) e tem várias interpretações, a que mais gosto é: Absurdamente simples - faz referencia a minha escolha de acompanhamento (violão e piano) somente 3 pessoas no palco e Simplesmente absurdo - quem conhece um pouco de música, com certeza sabe como é complexo trabalhar com arranjos para violão, voz e piano. É um desafio grande e com certeza essa promovendo um grande enriquecimento artístico para todos!!

CCB: Em uma entrevista recente para um jornal, você fala sobre a influência dos seus pais na decisão de se tornar uma artista. Com era o ambiente na sua casa e de que modo seus pais te influenciaram?

Luciane Valle: Eu venho de uma família simples, o meu pai era carpinteiro, mas quando ele estava em casa, ele ia para o seu "quartinho" (oficina onde ele "reinava" com as madeiras) e tocava seu violão era a paixão dele, e eu ficava ouvindo ele tocar. A minha mãe era uma dona de casa, que enquanto lavava roupa ou louça, cantava músicas maravilhosas e sempre muito afinada. Esse ambiente que eu cresci, me deixou muito a vontade para desenvolver o meu lado criativo e quando escolhi fazer da arte a minha profissão, fui muito incentivada e apoiada por eles.

CCB: Por falar em influências, você sempre cita em entrevistas a cantora Clara Nunes. Quais são as suas influências musicais e o que te inspira?

Luciane Valle: Sempre ouvi e gosto das cantoras mais antigas, como Dalva de Oliveira, Isaurinha Garcia, Linda Batista, Eliseth Cardoso, adoro Mercedes Sosa e também as "cantaoras e cantaores" flamencos como: Carmen Linares, Remédios Amaya e Camarón de la Isla (esse me inspira continuar cantando). A Clara Nunes foi a cantora que eu mais ouvi na infância, embora eu tivesse pouca idade quando ela morreu, a sua interpretação era tão intensa que me marcou e eu acabei até fazendo um show em sua homenagem. A música instrumental brasileira também me inspira demais.

CCB: Um fato peculiar da sua carreira é que você decidiu se tornar uma cantora profissional por causa do trabalho com telegramas cantados. Já teve algum pedido de telegrama inesperado ou curioso?

Luciane Valle: O Telegrama Cantado foi o caminho que eu encontrei para desenvolver meu lado artístico, enquanto muitas cantoras e cantores iniciam suas carreiras em bares, bailes, etc eu tive essa escola que é muito gratificante, pois eu trabalho diretamente com a emoção das pessoas. Com certeza tenho muitas histórias para contar, são 14 anos de experiência... Uma delas foi o que chamamos de "telegrama fretado", pois fomos contratados por um marido que queria enviar um telegrama cantado de aniversário para esposa, mas ele só a encontraria no final da noite. Como a empresa onde ela trabalhava em São Paulo, não permitiu a nossa entrada, o marido sugeriu que nós cantássemos no ônibus fretado durante a viagem de Jundiaí a São Paulo. Foi muito inusitado, nós cantamos "escorados" nos bancos do ônibus e entre um solavanco e outro conseguimos com que todos se emocionassem...foi lindo !! Detalhe: o cunhado do Maicol (violonista) seguiu o ônibus e logo que terminamos voltamos para Jundiaí.

CCB: Luciane, agradeço a sua participação no blog da CCB e, caso deseje deixar algum recado ou mensagem final, fique à vontade.

Luciane Valle: Giorgio, obrigada pelo convite, gostei muito de participar e devo elogiá-lo pela elaboração das perguntas, foram feitas de forma muito inteligente.
Os leitores poderão conhecer um pouquinho mais da minha trajetória acessando minha página no myspace: www.myspace.com/lucianevalle ou me seguindo no twitter: @lucianevalle
Quem se interessar por algum projeto que estou desenvolvendo, informo que todos os meus projetos estão aí na CCB e que podem entrar em contato com a Daisy. Um abraço a todos!!!

Cinema e artes plásticas

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha

São raros os filmes sobre artistas plásticos que conseguem através das imagens expor a estética do artista retratado. A transposição de uma linguagem para a outra é arriscada, por isso, alguns diretores preferem a segurança de seguir a estrutura de dramas biográficos.

Certos diretores ousam quebrar a fôrma e a forma: como no filme de 1986 sobre o pintor italiano Caravaggio, do cineasta experimental inglês Derek Jarman.

Interessante é observar quando os artistas plásticos se tornam cineastas. O norte-americano David Lynch cria as cenas como se jogasse tinta em uma tela e faz dos seus filmes experiências visuais viscerais e desafiadoras.

Visceral, desafiador, escatológico e também poético são algumas palavras que não definem totalmente a experiência de assistir Hunger, obra de estreia do cineasta inglês Steve McQueen (não confundir com o ator americano homônimo). O filme retrata os últimos dias de prisão de Bobby Sands, membro do IRA (Exército Republicano Irlandês) e líder dos prisioneiros que lutaram de todas as formas para obter do governo britânico a condição de presos políticos.

A primeira parte do filme exibe o grupo utilizando os protestos sujos. Restos de comida e excrementos são usados como armas pelos prisioneiros, e no olhar poético de McQueen tornam-se obras de arte. A parte final mostra os efeitos da greve fome iniciada por Bobby Sands.

                                 Steve McQueen e o ator Michael Fassbender.

Steve McQueen é um artista plástico premiado. A viagem intensa criada por ele revela a visão do artista que soube utilizar com precisão diversas linguagens.

Algumas cenas são difíceis de esquecer: o protesto feito pelos prisioneiros na cela com restos de comida e fezes poderia muito bem ser uma obra exposta em qualquer galeria do mundo. O modo que o diretor conduz a cena parece não retratar um ato de protesto, mas um artista durante o processo de criação.

Em Hunger, o martírio de Bobby Sands é a arma usada para que ele seja ouvido. A transformação do seu corpo é uma experiência visual única.

Hunger é cinema para todos os sentidos.

Hunger - Trailer
 

O centésimo aniversário de Adoniran Barbosa

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Hoje, 06 de agosto, é dia de celebrar a vida e a obra do eterno Adoniran.

Abaixo uma seleção de vídeos para a alegria do Arnesto.

Adoniran – Trem das Onze



Adoniran – Viaduto Santa Efigênia



Adoniran – Saudosa Maloca