Cooperado Reynaldo Bessa lança amanhã o livro de contos "Algarobas Urbanas"

Postado em 26 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Terça-feira, 27, às 19h, no Bar Empório Alto dos Pinheiros, ocorre o lançamento do segundo livro do músico e escritor potiguar Reynaldo Bessa. Há mais 20 anos radicado em São Paulo, Bessa já lançou cinco CDs, o mais recente com músicas suas sobre poemas de diversos autores brasileiros. O livro anterior do músico e escritor, “Outros Barulhos”, apoiado pela Cooperativa Cultural Brasileira (CCB), recebeu o Prêmio Jabuti 2009 na categoria poesia.

Leia abaixo a entrevista com o cooperado Reynaldo Bessa sobre o lançamento do livro “Algarobas Urbanas” – contos (Editora Patuá).

CCB - O seu livro de estreia, “Outros Barulhos”, é de poesia, e agora você vai para a prosa com o lançamento do livro “Algarobas Urbanas”. Você enxerga grandes diferenças entre os dois gêneros literários?

Reynaldo Bessa - Dizem que estou, aos pouco, me preparando para o grande mergulho: o romance. Talvez seja verdade. Mas enfim! São diferentes, sim, mas essas diferenças estão cada vez mais difíceis de discerni-las. Escrevo poemas em prosa livre (praticamente sem rimas) que mais parecem narrativas breves. Agora temos uma ascensão do mini-conto. Existe ainda a prosa poética: a proesia. O conto é um mecanismo de alta precisão. Dizem por ai que ele é uma poesia não dividida em versos, um romance condensado em capítulos. Enfim, penso que tanto um quanto o outro, exige o mesmo desafio, o mesmo empenho ou até posso dizer, o mesmo mergulho. Um poema “precisa” dizer muito em poucas palavras e acho isso ainda mais difícil. Tem gente que sua as bicas tentando fazer um haikai. Resumindo: às vezes penso que a poesia nunca nasceu e nunca morrerá. Desde os gregos. Ela sempre esteve ai e, portanto sempre estará. O gênero conto fez muito sucesso na década de setenta, um pouco depois perdeu o foco e agora volta com tudo.

CCB - Quais são os seus contos e contistas favoritos?

Bessa - Gosto dos contistas. Comecei por Edgar Allan Poe, depois vieram muitos outros. Atualmente estou lendo contos do Charles Bukowski. No Brasil, gosto dos contos do Rubem Fonseca, Nelson de Oliveira, Marcelo Mirisola, Reinaldo Moraes e tantos outros. Tenho predileção por muitos contos, mas guardo grande admiração por um do Gabriel Garcia Marquez. É o belo “O avião da bela adormecida”. Ele está na antologia “Doze contos peregrinos”. Perdi a conta de quantas vezes já o reli. Acho que essa insana releitura é uma forma de tentar fazer com que a bela adormecida no banco ao lado, enfim! Note a presença dele. (risos)

CCB - Não conhecia a algaroba, pesquisei e descobri que ela é uma planta não nativa capaz de se adaptar e assim sobreviver às condições de um ambiente hostil como, por exemplo, o sertão nordestino. Lendo alguns contos tive a impressão que a adaptação e as marcas causadas por ela são temas recorrentes no seu novo livro. A árvore da algaroba tem, então, este significado simbólico da necessidade de se adaptar por uma questão de sobrevivência?

Bessa - A algaroba possui uma força absurda de adaptação. Mesmo no concreto das grandes cidades, ela brota vorazmente buscando vida, espaço e sempre consegue. Essa árvore que costumo chamá-la de “camelo vegetal”, (por conseguir se adaptar ao solo árido e secas violentas, com quantidade mínima de água), povoou toda a minha infância e pré-adolescência. Mesmo depois de vinte anos em São Paulo, quando sento pra escrever, essa danada me vem à mente e sinto uma vontade e energia tremendas. Essa árvore frondosa nos oferece uma sombra fresca em meio ao sol torrencial do nordeste, mas é preciso atentar para os espinhos. Assim são os contos do livro... Como disse o escritor Nelson de Oliveira que fez a orelha do livro: (...) “Por isso certos parágrafos doem tanto. Há alfinetes neles. Há imagens pontiagudas e poéticas, que laceram as retinas do leitor” (...). O livro está impregnado de algarobas/parágrafos/alfinetes: nascendo, cavando, seguindo, alfinetando, indo, fuçando, vindo. Nunca descansando.

CCB - Chegadas e partidas também são outros temas que surgem em diversas páginas do livro. Assim como a questão de pertencer e ao mesmo tempo não pertencer a um determinado local ou ambiente.

Bessa - “Algarobas Urbanas” também quer dizer: sou de lá, daqui e de lugar nenhum, sempre alhures. É o menino, o adolescente, o homem em constantes diálogos, solilóquios. Perguntas demais para nenhuma resposta. Lacunas que nunca serão preenchidas. Partidas e chegadas sem fim.

CCB - Quais seriam os “frutos” de uma algaroba urbana?

Bessa - Contos recém caídos dos galhos. Todos eles escritos por um menino/rapaz/homem que apesar de viver há mais de vinte anos em São Paulo, acredita nunca ter saído das frescas e perigosas sombras das algarobas.

CCB - A Cooperativa Cultural Brasileira deseja muito sucesso para você e obrigado pela entrevista.

Bessa - A CCB é sempre muito participativa e por isso fundamental na minha carreira de escritor. Conto com todos vocês no lançamento.

Apareçam, então, dia 27 de setembro, terça-feira, das 19h às 23h para o lançamento de “Algarobas Urbanas” – contos. Meu segundo livro. Vai ser no Bar Empório Alto dos Pinheiros, 305 – Pinheiros.

Será uma bela noite. Haverá brindes.

Venham ficar sob as sombras das algarobas, mas cuidado com os espinhos...

Série de workshops sobre projetos culturais

Postado em 6 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Facilitadora: Marília de Lima - A mineira Marília de Lima é presidente da Cooperativa Cultural Brasileira desde 2008.

Mudou-se para São Paulo em 1999. Especialista em eventos, administradora de empresas, produtora cultural, consultora e professora. Iniciou-se no setor hoteleiro, passando pelo de eventos, turismo e desenvolvimento de ações culturais além de comunicação e marketing, atuando no setor cultural há mais de 20 anos.

Em Minas Gerais, seu primeiro trabalho foi com recreação infantil aos 13 anos de idade. Foi locutora na Rádio Circuito das Águas aos 17 anos e aos 19 já tinha sua própria empresa. Ficou a frente da Secretária de Turismo e Cultura da Prefeitura Municipal de Andrelândia. Foi sócia da agência de turismo ecológico “Cerros da Mantiqueira” e publicou durante quatro anos o jornal Informativo do Turista e por dois anos o Informativo Sul de Minas. Desenvolveu em 168 cidades do Sul de Minas o projeto “Costurando o Turismo do Sul de Minas”.

Em São Paulo trabalhou em várias agências de marketing e eventos. Atuou como gerente da empresa Trovadores Urbanos, conhecida pelas serenatas. Produziu e representou por mais de oito anos, o compositor e escritor potiguar Reynaldo Bessa. Realizou produções musicais em variados espaços com a participação de artistas como Zé Rodrix, Guarabyra, Rita Ribeiro, Trovadores Urbanos etc. Foi sócia da agência Outros Sóis Web e do Jornal O Toque-www.otoque.com.br, informativo sobre o mercado da música. Atualmente continua a frente da empresa Lima Cultura, Turismo e Eventos. Mas se destaca como presidente da Cooperativa Cultural Brasileira, onde iniciou em 2007 primeiramente um trabalho de produção de 19 projetos aprovados pela CCB nos editais do PROAC.

Na gestão da CCB idealizou e implantou ações como: a reestruturação do departamento de “Cultura e Fomento” para Projetos, captação e representação dos cooperados junto aos contratantes; a “Incubadora de Cooperativas de Cultura” que visa auxiliar a criação de cooperativas em outras regiões e países (México, Argentina, Peru, Portugal, Angola), aumentando assim a participação democrática dos sócios e a viabilidade efetiva do acesso à cultura; o “Dia de Ação cultural” – um dia inteiro de encontro com a classe artística dos municípios para discutir sobre cultura, cooperativismo e políticas culturais; criação da “FEBRACCULT” Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura; além de articular parcerias de intercâmbio com entidades de cultura em muitos países. E atualmente a responsável e coordenadora geral do projeto “A Lenda da Agua Grande – Ballet Nacional de Cuba” realizado através de uma parceria da Cooperativa com o BNC.

Workshops:

13/09 – Workshop: “Elaboração de Projetos”

“ Como elaborar e escrever projetos culturais, artísticos e educacionais que possam ser executados com sucesso.“

O Workshop irá ensinar escrever um projeto. Desde o esboço até a finalização. Quais os itens que envolvem uma construção de projeto.
15/09 – Workshop: “Prestação de Contas em projetos”

“A prestação de contas é estabelecida antes de cadastrar o projeto, ela faz parte da elaboração. Aprenda neste Workshop de A a Z o processo de uma prestação de contas adequada e sem problemas.”

Como elaborar uma planilha de orçamento que poderá ter sua prestação de contas aprovadas /Como preparar uma planilha de custos para projetos e calcular impostos como: INSS, ISS, CONFINS, PIS etc./ Prestar contas para a Lei Rouanet, Proac de ICMS, Emendas parlamentares, projetos para editais/ Leis tributárias e trabalhistas.

19/09 – Workshop: “Lei Roaunet”

“Como colocar seus projetos para aprovação na LEI ROUANET “

O Workshop irá ensinar como enquadrar na Lei Rouanet um projeto já pronto. O que é e como preencher via SALICWEB. Como verificar todas as etapas. Como fazer o acompanhamento do andamento do projeto, da captação etc. Como escrever ofícios, justificativas etc. O que é a Lei Rouanet, como ela funciona e como ela se divide;

20/09 – Workshop: “Lei de incentivo PROAC/ICMS”

“Como colocar seus projetos para aprovação junto ao PROAC DE ICMS “

O Workshop irá ensinar como enquadrar na lei do ICMS - PROAC um projeto em construção. O que é e como apresentar os projetos. Quais os valores estipulados para cada processo. Como verificar todas as etapas. Possibilidades de captação. Números e alíquotas do PROAC. Como trabalhar os patrocinadores e como eles fazem o aporte do dinheiro.

21/09 – Workshop: “Captação de recursos para projetos”

“Você escreveu os passos para seu projeto e agora que você tem tudo pronto vem o mais difícil: onde conseguir e como conseguir dinheiro“

O Workshop trabalhar todas as formas de captação de recursos, não só as com incentivo de leis mas também as variadas possibilidades de capitalizar para seus projetos. Como ser criativo em tempos de crise e como aprender com exemplos bem sucessidos. Eliminar o mito da captação de recursos por lei de incentivo como único recurso.

Informações de todos os workshops:

- dois horários a disposição do participante: das 10 às 13:30 h ou das 19 às 22:30 h

- Carga horária de cada workshop: 3 h.

INVESTIMENTO:

- Cada Workshop:

R$ 80,00 (oitenta reais) para não cooperados

R$ 40,00 (quarenta reais) para cooperados

- Pacote de 3 Workshops

R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) para não cooperados

R$ 97,50 (noventa e sete reais e cinquenta centavos) para cooperados

- Pacote com os 5 Workshops

R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para não cooperados

R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais) para cooperados.

PAGAMENTO ANTECIPADO ATÉ 2 DIAS ANTES DO EVENTO TERÁ DESCONTO DE 20%.

Pagamento através de depósito na conta:

Banco do Brasil – Ag. 4078-9 / Conta: 9949-x – Cooperativa Cultural Brasileira – cnpj: 06.292.764/0001-84

Inscrições e informações: ecooa@coopcultural.org.br ou pelo tel: 11-3828-3447 com Míriam ou com Julio (11) 9985-8863

O blog da ECOOA é: ecooa.blogspot.com.

EM BREVE ESTAREMOS COM ESTES CURSOS EM: ARAÇATUBA, PRESIDENTE PRUDENTE, BAURU, MARILIA, RECIFE, CUIABÁ, RIO DE JANEIRO, BRASÍLIA, SALVADOR, SUL DE MINAS, BELO HORIZONTE ETC.

Se Deus quiser falar comigo

Postado em 1 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Entre os 134 autores convidados para a Bienal do Livro do Rio, que começa hoje, o canadense William P. Young, 56, é certamente um dos menos publicados -só um livro seu chegou ao público.
Esta única obra ("A Cabana"), no entanto, vendeu 3 milhões de cópias no Brasil desde o lançamento, em outubro de 2008, segundo a editora Sextante (nos EUA, foram mais de 10 milhões).
Para comparação: os sete "Harry Potter" venderam 3,6 milhões em uma década.

Young atribui o sucesso de seu livro aqui à "espiritualidade profunda" dos brasileiros.

Ex-seminarista, filho de missionários, diz que a obra reflete "a jornada de 11 anos para curar meu coração", na qual aprendeu a lidar com seus traumas: o abuso sexual num colégio cristão, a morte de parentes, o caso com uma amiga de sua mulher.

Em paz consigo e desligado de qualquer religião formal, escreveu "A Cabana" a pedido da mulher, como presente de Natal para os seis filhos. Deu algumas cópias a amigos, e dois deles criaram uma editora para publicá-lo.

O livro conta a história de Mackenzie, ou Mack, que se encontra com a Santíssima Trindade na cabana em que a filha foi assassinada.

Young, que participa da Bienal nos dias 7 e 9/9, conversou com a Folha por telefone. Lembrou de sua primeira vinda ao Brasil (em 2009) e falou do impacto do livro em sua vida e na dos leitores.

Folha - Como é a sua vida depois de "A Cabana"?

William P. Young - A jornada para curar meu coração já havia acontecido antes do livro, então nada do que é importante para mim mudou. Agora, posso fazer coisas que não podia, como comprar uma casa, porque tenho dinheiro. Mas o que importa, as relações com amigos, família, Deus, nada disso mudou.

Detalhes dolorosos de sua intimidade foram expostos. Como lida com isso?

Parte do processo de cura é não ter mais segredos. No livro, Mackenzie passa um fim de semana na cabana, e esse período representa 11 anos da minha vida. Nessa fase, ela virou algo aberto, não tenho segredos. Tenho uma história complicada, machuquei pessoas, falhei. Não sou mais quem eu era, não tenho medo do passado, eu o entendo.

No livro, Mack diz não se sentir confortável com suas habilidades para escrever. O sr. se sente confortável com a sua?

Sim. Sou Mackenzie em muitos aspectos. Sempre fui um escritor. Quando era pequeno, a escrita era uma maneira de liberar a dor. Aí comecei a escrever como presente. Mas nunca me ocorreu publicar, nem quando escrevi "A Cabana" como presente para as crianças. Foi um processo engraçado perceber que outras pessoas, além das que me amam, poderiam gostar do que eu escrevia.

Como foi vir ao Brasil?

Estive em São Paulo, Rio e Curitiba e fiquei agradavelmente surpreso. Na primeira noite, em São Paulo, assisti a um show de Cauby Peixoto. Quão incomum, não? Eu não o conhecia, e de repente aquele senhor entrou no palco, com um cabelo longo que era claramente uma peruca, e uma voz linda, fenomenal.

Como vê o fato de a religião estar cada vez mais presente no debate político?

Obama é um homem muito espiritual, assim como o são as pessoas que o estão atacando. Em cada guerra religiosa, todos acham que Deus está do seu lado. Não gosto disso, acho que Deus está do lado da humanidade. A religião é uma coisa que a humanidade criou, uma mitologia que sustenta um poder.

Fonte: MARCO AURÉLIO CANÔNICO/ Folha São de São Paulo