Por Giorgio Rocha
Em 2005 o economista e professor americano Richard Florida lançou o livro “O Vôo da Classe Criativa”, que condiciona o desenvolvimento de uma nação a sua capacidade de promover um ambiente próspero para o crescimento da economia criativa. Para a publicação, Florida elaborou o Índice Global de Criatividade a partir de três critérios: Talentos,Tecnologia e Tolerância, os chamados três T’s” da Criatividade.
O primeiro quesito, Talentos, aborda o percentual da população com formação superior. Tecnologia mede o investimento em pesquisa e desenvolvimento. O último critério, Tolerância, um estudo subjetivo que através de pesquisas verifica a aceitação, pela sociedade, das minorias étnicas e religiosas.
O Brasil é quase lanterninha em todos os índices citados acima. As primeiras posições são ocupadas por: Suécia, Japão, Finlândia e Estados Unidos; o país aparece na 43ª posição, depois de Uruguai, Polônia, China, Argentina, Turquia, Chile, Índia e México, e fica à frente, apenas, no Índice Global de Criatividade, de países como Peru e România.
Para o professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA – Dennis de Oliveira, fatores como qualificação precária e fatos históricos levam o país a posicionar-se nas últimas posições do Índice. “O que salta os olhos destas variáveis que implicaram na colocação do Brasil são a baixa qualificação e o fato da chamada atividade criativa se desenvolver no país na dimensão informal da economia”, afirma o professor Dennis de Oliveira.
Em entrevista concedida ao jornal Executivo de Valor, Richard Florida diz que o Brasil só irá prosperar na economia da criatividade quando começar a pensar a economia de uma nova forma, que leve em conta e valorize produções artísticas, esportivas ou qualquer área de atuação envolvida com idéias, criatividade, imaginação e inovação. Ao criar um ambiente satisfatório para a execução de idéias inovadoras, a posição brasileira no Índice Global de Criatividade irá melhorar, afirma.
Para Dennis de Oliveira, só a valorização não será suficiente para que a Economia Criativa prospere no país: “o problema não é apenas a valorização destas atividades, mas principalmente construir mecanismos de gestão destes processos pelos próprios produtores artísticos, esportivos e culturais”. O professor da ECA aponta o cooperativismo cultural como um modelo que valoriza os produtores e gestores artísticos. “O cooperativismo é uma saída interessante para que enfrentemos a situação atual em que, ao mesmo tempo que a Unesco reconhece o direito à diversidade cultural e exorta no investimento no diálogo cultural; mais de 80% da produção cultural é controlado por seis oligopólios globais que atuam em todas as áreas de entretenimento”.
Cooperativismo cultural alavanca o crescimento da economia criativa no Brasil
Postado em 18 de novembro de 2010
por Cooperativa Cultural Brasileira
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