Entidades culturais promovem debate com secretário da Cultura de São Paulo

Postado em 24 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Aconteceu terça-feira, 21, na sede da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o encontro entre representantes de entidades culturais e o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, com o objetivo de debater sugestões para a melhoria das ações da Secretaria.

O encontro foi realizado pelo Conselho Brasileiro de Entidades Culturais (CBEC) e contou com a presença da presidente do Conselho, Eneida Soller, do representante do Ministério da Cultura, José Luiz Herencia, que formaram a mesa do debate com o secretário Andrea Matarazzo, presidentes de cooperativas culturais - a CCB foi representada pela presidente Marília de Lima - e representantes de entidades das áreas de circo, audiovisual, música, teatro e dança.

No início do debate, o secretário Andrea Matarazzo falou sobre as prioridades da pasta. Matarazzo afirmou que a sua administração será pautada pela valorização e ampliação do acesso a cultura e pela qualificação dos equipamentos culturais. Em seguida fez um apanhado geral dos programas e incentivos da Secretaria para o fomento a dança, teatro, cinema, circo, música e demais áreas na capital e interior de São Paulo. Andrea Matarazzo revelou também, antes de passar o microfone para debater com os participantes do encontro, os novos projetos da sua administração, entre eles, a criação do Circo de São Paulo, a expansão da Pinacoteca para o interior, a construção do Complexo Cultural Luz e do Museu da História de São Paulo.

O debate com os participantes foi aberto pelo cineasta Alain Fresnot, presidente da Associação Paulista de Cineastas (APACI). Fresnot pediu ao secretário da Cultura de São Paulo um maior incentivo para produção audiovisual e mostrou o crescente apoio dado ao cinema no Rio de Janeiro como um exemplo a ser seguido pelo Estado de São Paulo.

Marília de Lima, presidente da Cooperativa Cultural Brasileira, explicou no debate com o secretário Andrea Matarazzo como uma cooperativa facilita a contratação do trabalho dos artistas, protege os diretos dos seus associados e elimina na cadeia de contratação dos profissionais da cultura a necessidade de intermediários inidôneos, que burlam a fiscalização dos órgãos governamentais e prejudicam os artistas. Marília de Lima lembrou da ligação histórica do governador Geraldo Alckimin com o cooperativismo - o pai do governador foi o fundador da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) - para que o Governo de São Paulo reveja o decreto que limita a participação das cooperativas no Edital ProAC ICMS, um fator que impede o desenvolvimento das organizações cooperativistas e prejudica milhares de associados.

Fonte: Giorgio Rocha

A Lenda da Água Grande

Postado em 17 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Conheça o site do espetáculo “A Lenda da Água Grande”, do renomado Ballet Nacional de Cuba. A turnê brasileira do Ballet Nacional de Cuba é uma realização e produção da Cooperativa Cultural Brasileira.

Endereço: http://alendadaaguagrande.com.br/

A turnê do Ballet Nacional de Cuba na imprensa

Postado em 16 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

A turnê brasileira do Ballet Nacional de Cuba, uma realização e produção da Cooperativa Cultural Brasileira, é destaque na imprensa. Veja às notícias nos endereços abaixo:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/929451-bale-nacional-de-cuba-apresentara-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.shtml

http://m.estadao.com.br/noticias/arteelazer,bale-nacional-de-cuba-traz-ao-brasil-peca-sobre-as-cataratas-do-iguacu,732130.htm

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/efe/2011/06/13/bale-nacional-de-cuba-apresentara-no-brasil-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.jhtm

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=29101152

http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/201106151358403266/201106151358403266.html

http://www.candango.com.br/newcandango/espetaculo/Materias/Ballet_Nacional_de_Cuba.html

http://jornalcorreiodasemana.com.br/site/?p=17969

http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2011/06/13/bale-nacional-de-cuba-apresentara-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.jhtm

Santo Antônio, o Casamenteiro

Postado em 13 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Santo António de Lisboa, internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua, (Lisboa, 15 de Agosto de 1191-1195 ? - Pádua, 13 de Junho de 1231), de seu nome de batismo Fernando de Bulhões, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.


Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço (1210) no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, tendo posteriormente ido para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde fez seus estudos de Direito. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador. Foi professor de Teologia e grande pregador. Foi convidado por São Francisco para pregar contra os Albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.

Santo António de Lisboa é considerado por muitos católicos um grande taumaturgo, sendo-lhe atribuído um notável número de milagres, desde os primeiros tempos após a sua morte até aos dias de hoje.

Protetor dos noivos, é tradição em Lisboa realizar-se um casamento coletivo, no dia 13 de Junho, na sua igreja, junto à Sé de Lisboa.

Brasil

No Brasil, onde o santo tem muitos devotos, é também frequentemente reverenciado como Santo Antônio, o Casamenteiro. O arraial de Santo Antônio do Leite, no Estado de Minas Gerais, Brasil, tem em sua igreja uma imagem de Santo António de Lisboa, trazida de Portugal em finais do século XVII.

Em Barbalha, no interior do Ceará, o mês de junho é dedicado ao santo, que é padroeiro da cidade. Destaca-se o Pau da Bandeira, cerimônia onde os devotos cortam uma árvore de grande porte e a utilizam como mastro com uma bandeira de Santo Antônio. A festividade reúne milhares de pessoas.

No sincretismo religioso, Santo Antônio é conhecido no Candomblé da Bahia como Ogum, o orixá da guerra.

O Santo é também padroeiro da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e de Patos de Minas e Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, onde seu dia é feriado municipal.

Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com uma vasta programação, a festa para o Santo padroeiro é celebrada com missa diária, pastelada, barracas com comidas típicas, quadrilha, noites temáticas, e shows. A festa é tradicional e tem como principal atrativo o bolo de metro com várias alianças, que é repartido e distribuído sempre no dia 13. O pedaço do bolo é bem requisitado pelas mulheres solteiras que sonham com um casamento próximo. Diz à tradição que aquela que achar uma aliança no pedaço de bolo é a grande sortuda a subir ao altar com um noivo.

A cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, também tem como padroeiro o Santo, onde a Paróquia de Santo Antônio realiza todos os anos a trezena e no dia 13 a missa e bênção do pão.

Em Borba, no interior do Amazonas, a Festa de Santo António é comemorada no período de 1 a 13 de junho e, em 2009, comemoraram-se 253 anos de amor e fé. Romeiros de vários estados e até do exterior marcam presença nos festejos todos os anos para pedirem ou agradecerem pelas graças recebidas. O município possui a Basílica de Santo António de Borba, que é a 1ª da América Latina e a 5ª do Mundo a possuir relíquias de Santo António.

No Piauí, a maior festa religiosa da região, reverenciada ao Santo, acontece em Campo Maior.

Na Paraíba, no municipio de Fagundes, há mais de um século a conhecida Pedra de Santo Antônio é visitada por turistas e romeiros de todo o Brasil, no dia 13 de Junho, que é feriado no município.

Em Santa Catarina, no município de Sombrio, são celebradas as Trezenas durante treze dias antes do sábado que antecede a festa, com benção dos pães de Santo Antonio e feriado municipal no dia 13 de Junho. A cidade é uma das poucas no Brasil a possuir uma relíquia do santo, trazida de Pádua (Itália) por uma comitiva que incluiu festeiros de 2011, o prefeito municipal e o pároco.

Fonte: Wikipedia

João Gilberto 80, o mito e sua revolução discreta

Postado em 10 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

João Gilberto faz 80 anos hoje, envolto numa aura de mito e mistério que ninguém mais estranha e que, nele, assenta perfeitamente.

Afinal, ela o acompanha desde julho de 1958, quando ele gravou um 78 rpm (disco simples, de cera, com uma faixa de cada lado), contendo, num dos lados, um samba de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, "Chega de Saudade". Sua interpretação à voz e ao violão dividiu a música brasileira em antes e depois e fundou um gênero, a bossa nova.

O disco não atingiu apenas os músicos, mais equipados para entender as diversas revoluções que ele propunha -harmônicas, rítmicas, instrumentais, vocais.

Ao ser tocado no rádio, virou também a cabeça de jovens brasileiros de toda parte, para os quais, se alguém tão "diferente" como João Gilberto existia, eles podiam enfrentar a família e seguir suas vocações, não importava em que área.

Aos 27 anos recém-feitos, João Gilberto era tudo de novo naquele momento. E nem por isso se tornou o artista mais popular do Brasil.

O público comprou seu disco, mas o cantor não foi para a capa da revista "Radiolândia", para o auditório da Rádio Nacional ou para as chanchadas da Atlântida, que eram então os termômetros da popularidade. Continuou obscuro, escondido num apartamento de Copacabana, depois Ipanema, ignorado até pelos vizinhos. Nem seus melhores amigos podiam se dizer seus íntimos.

Sua voz e seu violão se estabeleceram, geraram outro 78 rpm (este contendo o ainda mais radical "Desafinado", de Jobim e Newton Mendonça) e ampliaram-se num LP -também intitulado "Chega de Saudade"-, que foi saudado ao sair, em 1959, como os 12 mandamentos da bossa nova. Mas nem a foto do cantor na capa (com o rosto sintomaticamente escondido pelo punho no queixo) o tornou uma figurinha fácil.

O que aconteceu depois -a gravação de novos discos, sua silenciosa partida para os EUA em 1962, a gravação de ainda outros discos e sua volta ao país, mais de 20 anos depois, tão silenciosa quanto a ida- foi apenas consequência.

O que importa é que, desde aquele remoto "Chega de Saudade" em 1958, não deve ter se passado um minuto sem que alguém -primeiro, no Brasil; depois, no mundo- tentasse reproduzir a batida mágica do violão, sintetizada por ele, e pela qual se identificou a bossa nova. E até hoje é assim.

Neste momento, em algum lugar, há alguém de violão em punho, diante de um microfone, beneficiando-se do universo sonoro de João Gilberto -de segunda ou terceira mão, não importa, e talvez sem sequer saber que existe ou existiu um João Gilberto. Se o fato de a criação viver à revelia do criador for uma medida da imortalidade, João Gilberto já é imortal.

Nas raras vezes em que se apresenta num palco, ele quer ser incorpóreo. O terno marrom da Brooks Brothers, a camisa azul-celeste da YSL, a gravata e os sapatos italianos têm a função de torná-lo invisível. Só o violão e a voz devem existir.

Assim como as paredes de seu apartamento no Leblon, do qual quase nunca sai, existem para blindá-lo do mundo.

O mundo não existe. Só existe a música. E mesmo esta é para ser cantada cada vez mais baixinho, num sopro, num sussurro, quase que só em pensamento -única forma, para João Gilberto, de vencer a cacofonia que o mundo insiste em produzir.
 
Fonte: RUY CASTRO - Folha de SP

Ballet Nacional de Cuba inicia turnê brasileira em julho com montagem inédita e ingressos populares e gratuitos

Postado em 9 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Renomado pelas produções de repertório de grandes clássicos da dança, o Ballet Nacional de Cuba presenteia o público e inova com a apresentação de um espetáculo inédito baseado em uma história da lenda Guarani. Criado a partir do intercâmbio cultural do país com o Brasil, “A Lenda da Água Grande” tem coordenação de Alicia Alonso, diretora e primeira dama do Ballet Nacional de Cuba.

Hoje com 90 anos, ela é considerada uma das personagens mais relevantes da história da dança e do balé clássico mundial. Devido a idade avançada e a perda da visão, Alicia confiou a coreografia do espetáculo ao premiado Eduardo Blanco.

Para contar a história do surgimento das Cataratas do Iguaçu, que significa água grande, Eduardo Blanco cria a cena da lenda através do amor impossível entre o guerreiro Tarobá e a bela Naipi, que está predestinada a ser uma oferenda viva para Mboi Tu'i, monstro lendário.

Utilizando as referências que pesquisou em sua expedição cultural por Fóz do Iguaçu, na tríplice fronteira, Brasil/ Paraguai/ Argentina, o coreógrafo conseguiu retratar também os costumes da antiga e lendária civilização Guarani e da tribo dos Caingangues.

O resultado é uma apresentação com cenografia, balé, figurino e trilha sonora lapidados com alto nível de rigor técnico e estética que transita entre o tradicional e o contemporâneo.

“A Lenda da Água Grande” chegará ao país pela Cooperativa Cultural Brasileira, em uma iniciativa de sua atual presidente, Marília de Lima, e com apoio do Ministério da Cultura. Além de reafirmar a importância do Acordo de Cooperação Cultural e Educacional firmado em 1988 entre Brasil e Cuba, um dos objetivos é democratizar o acesso ao espetáculo com a realização de apresentações com ingressos gratuitos e outros a preços populares que variam de R$15,00 a R$30,00 reais.
“Quando concebemos o projeto e a vinda do Ballet para o Brasil, a ideia da popularização da dança clássica foi imediata. Acredito que a importância dessa companhia e ainda o fato de termos uma montagem inspirada no Brasil, justifica a democratização do acesso ao espetáculo. Desejamos com isso o aumento de novos expectadores nas platéias da dança.”, afirma Marília de Lima.

A turnê mundial, que estréia no Brasil, acontece entre os dias 19 e 30 de julho. Será realizada em Brasília, depois segue para Salvador e encerra em São Paulo. Futuramente ganha continuidade em outros países, como o Canadá, que já mostrou interesse em receber a montagem pelo ineditismo da proposta.

“O espetáculo foi apresentado em maio de 2010 em Cuba e obteve ótima receptividade. Foi um olhar de Cuba sobre uma lenda brasileira, algo muito diferente do que o Ballet costuma apresentar. O sentimento é de renovação. Alicia Alonso, mais uma vez, demonstrou ser uma mulher extraordinária,” – conclui Marília de Lima.

Além das dez apresentações previstas, acontecerá uma rodada de debates, uma em cada capital, como programação paralela, que visa discutir o mundo da dança e seus profissionais.

Serviço:
“A Lenda da Água Grande” – Turnê brasileira
Brasília –

Teatro Nacional Claudio Santoro – Sala Villa Lobos

SCTN Via N2

Brasília, DF

Telefone: 61 3325-6239 / 6256
19/07 Estreia para convidados - Horário: 21:00 h

20/07 Apresentação gratuita - Horário: 20:30 h

Ingressos: retirada 1 dia antes na bilheteria do teatro das 14 às 17 horas.

Salvador – Teatro Castro Alves – Sala Principal

Praça Dois de Julho, s/n,

Campo Grande, Salvador, BA

Telefone: 71 3117-4899
23/07 Apresentação paga - Horário: 21:00 h Valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

24/07 Matinê gratuita – Horário: 15:00h

24/07 Apresentação noturna paga - Horário: 21:00 h Valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

Ingressos: compra na bilheteria do teatro de 2ª a 2ªf das 12 às 18 horas.

E nos Shopping Barra e Iguatemi - Funcionamento:

Segunda a Sexta das .................... 12:00h às 17:30h

Sábado ............................................... 8:00h às 12:00h
São Paulo – Teatro Anhembi Morumbi

Rua Dr. Almeida Lima, 1.198 - Brás.

Telefone: 11 2872-1457 / 1458

São Paulo, SP
27/07 Apresentação paga - Horário: 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

28/07 Apresentação paga – Horário 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

29/07 Apresentação paga – Horário 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

30/07 Matinê gratuita – Horário 15:00 h

30/07 Apresentação noturna paga- Horário 21:00h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

Ingressos: compra na bilheteria do teatro de 3ª a domingo das 14:00h até o início dos espetáculos e via ingresso rápido (www.ingressorapido.com.br)

Maiores informações: alendaaguagrande@coopcultural.org.br

PATROCÍNIO: BNDES, ELETROBRAS, SOUZA CRUZ, ODEBRECHT E JHSF

FICHA TÉCNICA
Direção Geral e Artística: Alicia Alonso
Coreografia: Eduardo Blanco
Música: Miguel Nuñes
Roteiro: José Ramón Neyra
Cenografia: Salvador Fernández
Figurino: Frank Álvarez
Desenho de Luz: Pedro Benítez
Produtor: Luis Carlos Benvenuto
Assistente de coordenação: Taynã Mayara
Bailarinos: 44 integrantes do elenco do Ballet Nacional de Cuba
Gerente Comercial: Martha Espinosa
EQUIPE PRODUÇÃO/BRASIL

Realização e Produção: Cooperativa Cultural Brasileira
Co-Realização: ACCB – Associação Civil Cidadania Brasil
Coordenação Geral: Marília de Lima
Direção de Produção: Claudia Ferraresso
Direção Executiva: Solange Buso
Produção Executiva: Gandia da Silva, Mônica Nunes, Isabella Lopez
Concepção do Projeto: Claudia Ferraresso e Solange Borelli

Arte do Irã vive um boom em meio à crise econômica

Postado em 8 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Um novo capítulo foi aberto para artistas iranianos que desfrutam um boom de vendas e interesse por parte das grandes casas internacionais de leilões, como a Christie's, a despeito do mal-estar econômico global e das sanções contra o Irã.

Trabalhos de pintores iranianos são vendidos por preços bastante altos, não só fora do Irã mas também no interior do Estado islâmico, onde muitos enfrentam dificuldades econômicas.

Muitos iranianos estão receosos sobre o futuro, preocupados com a alta dos preços dos alimentos e aluguéis. Apesar de tudo isso, continua a existir uma demanda aparentemente insaciável por obras de arte iranianas, independentemente das diferenças de estilos, meios e preços. Há mais de uma dúzia de grandes galerias de pinturas em Teerã.

Trabalhando em um escritório moderno, o analista de arte iraniano Alireza Sami Azar diz que a mudança nas atitudes em relação à arte contribuiu muito para o atual boom do mercado, que ele prevê que continue a crescer.

"Essa tendência de crescimento data de 2006, quando grandes casas de leilões, como a Christie's, vieram para a região", disse Azar. A rival Sotheby's incrementou sua presença na região do Golfo.

Donos de galerias dizem que as sanções internacionais não têm impacto negativo sobre o mercado de arte. Iranianos ricos estão tendo mais dificuldade em investir no exterior, devido às sanções; esse fato e a estagnação dos preços no mercado imobiliário tornaram os imóveis uma opção de investimento menos atraente. Os preços recordes do petróleo também ajudam a aumentar o poder de compra na maior região exportadora de petróleo do mundo.

"O jovem artista iraniano contemporâneo Farhad Moshiri foi o primeiro do Oriente Médio a ter um trabalho seu arrematado por mais de US$ 1 milhão na Christie's", disse Azar, acrescentando que, depois, Parviz Tanavoli vendeu sua escultura "Persépolis" pelo valor recorde de US$ 2,8 milhões.

Dona da Galeria Silk Road, em Teerã, Anahita Ghabaian disse que a arte do país agrada em todo o mundo.

Fonte: RAMIN MOSTAFAVI - DA REUTERS, EM TEERÃ

Mestres do acordeom se encontram em São Paulo

Postado em 3 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Não importa referir-se a este instrumento de origem alemã como acordeom, acordeão, sanfona ou gaita.

O importante é não perder a oportunidade de escutá-lo de hoje a domingo, no Sesc Pinheiros, por meio de alguns de seus maiores mestres. Todos acompanhados por excelentes músicos, entre eles o guitarrista Heraldo do Monte, 76, destaque da segunda noite.

Quem abre o evento -e participa em todas as apresentações como convidado de honra- é o pernambucano Dominguinhos, que sobe ao palco para interpretar clássicos como

"Lamento Sertanejo", dele e de Gilberto Gil, entre outras.

Instrumentista desde a mais tenra idade, o músico revela que irá "tocar sentado pra poder tocar mais".

A causa disso, segundo o compositor, é o peso do instrumento, cerca de 13 kg, que há muito vem prejudicando sua coluna. Indagado sobre o que faz um homem tornar-se um grande músico como ele, disse à Folha: "Não acho que eu seja um grande músico.
Sou apenas um tocador de sanfona".

O conjunto de shows abarca várias regionalidades sonoras. Oswaldinho, 57, fluminense, tocará "Um Tom para Jobim", baião sambado, dele e de Sivuca (1930-2006).

Luciano Maia, 30, gaúcho, apresenta o vanerão -ritmo típico do sul do país- "De Véio pra Véio", dele e de Luiz Carlos Borges. Bebê Kramer, 33, também gaúcho, é considerado o sangue novo do acordeom, além de um tremendo improvisador.

Sua execução de "Libertango", de Astor Piazzola (1921-1992), é a prova disso.

Toninho Ferragutti, 52, paulista, traz uma sonoridade mais urbana com seu choro "Helicóptero".

ENCONTRO DE ACORDEONS
QUANDO hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 18h
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANTO de R$ 8 a R$ 32
CLASSIFICAÇÃO 10 anos

Fonte: CARLOS BOZZO JUNIOR – Folha de São Paulo

Documentário vai contar vida de Dominguinhos

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Dominguinhos, me esclareça uma dúvida: foi [Luiz] Gonzaga quem lhe botou esse seu nome, não foi?"

"Foi Gonzaga, Hermeto. Numa gravação. Ele me disse que esse nome que mãe dá pra filho não serve quando a gente vira artista."

"E qual era o nome que sua mãe lhe deu?"

"Era Neném, Hermeto."

"Rapaz, isso não serve mesmo pra artista não..."

O diálogo entre os músicos Dominguinhos e Hermeto Pascoal aconteceu domingo passado, na cozinha de um estúdio em São Paulo.

Na sequência, ambos seguiriam para seus instrumentos e fariam uma série de duetos -todos de improviso, como é do gosto dos dois.

Tanto a conversa da cozinha quanto os números musicais foram gravados em som e imagem e farão parte do documentário "Dominguinhos, Volta e Meia", dirigido por Felipe Briso, que já toma dois anos de trabalho e deve ser lançado em 2012.

O projeto é ideia da cantora Mariana Aydar, com a colaboração -e a direção musical- dos instrumentistas Duani e Eduardo Nazarian.

Pretende dar um panorama da história de Dominguinhos, mestre da sanfona, pernambucano de Garanhuns, retratando seu dia a dia entre o aniversário de 70 anos, neste ano, e o de 71, em fevereiro do ano que vem.

"Filmamos situações de todo o tipo", diz Briso. "Desde um encontro importante com a Jazz Sinfônica, até um dia comum, em que nada acontece. E ensaios, gravações.

Também estivemos em momentos bem pessoais, como o aniversário da filha."

ENCONTROS

Além de Hermeto, já gravaram duetos com Dominguinhos os músicos João Donato e Lenine. Gilberto Gil já agendou sua participação.

Briso conta que usará um quase nada de imagens de arquivo. A intenção é que o passado do músico seja contado por meio desses encontros musicais e conversas.

"Hermeto diz respeito à primeira fase, à infância, a ser autodidata, a essa música universal", diz. "Um não conhecia o outro quando moleques, mas eles têm background muito parecido e essas vidas dialogam."

Donato, conta o diretor, vai espelhar a "fase do Beco das Garrafas" de Dominguinhos, quando ele tinha que tocar todos os gêneros, em bares, para ganhar a vida.

Gil representa o momento em que a música nordestina é resgatada pelo mainstream e o sanfoneiro ganha fama nacional, passa a acompanhar Gal Costa e começa a gravar seus trabalhos autorais mais importantes.

"Lenine é fase posterior, da fusão, das pontes internacionais, do Brasil vendendo música para o mundo", diz. Dominguinhos, que acaba de concluir o tratamento de câncer no pulmão, chega bem disposto às gravações.

er a vida revista no filme o faz mais forte, ele diz.

Lembra que chegou ao Rio com o pai, aos 13, atrás de trabalho. Foram logo a

Nilópolis, à procura de Gonzagão, que o havia visto tocar ainda em Garanhuns e prometeu ajuda quando precisasse.

"A gente não tinha sanfona e a esperança do meu pai era que ele nos desse uma", diz. "Não deu outra.

Em cinco minutos meu pai estava com uma sanfona de 50 baixos na mão. Posso me considerar um sujeito de sorte."

Fonte: MARCUS PRETO – Folha de São Paulo

"São tempos inclassificáveis", afirma o crítico Fredric Jameson

Postado em 2 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

O crítico cultural Fredric Jameson abriu, na noite de quarta-feira, a etapa paulistana do projeto Fronteiras do Pensamento.

Durante uma hora, leu o texto "A Estética da Singularidade" para 950 pessoas, que pagaram até R$ 1.960 para vê-lo na Sala São Paulo (o valor inclui outras sete palestras, que ocorrerão até o fim do ano).

Sugeriu que vivemos em tempos inclassificáveis, em que conceitos não podem ser aplicados a grupos, mas a eventos específicos.

Exemplificou: "A cozinha molecular de [chef catalão] Ferran Adrià não é feita de objetos naturais. O aspargo foi retirado de sua forma original e reencarnado em outra. Não se pode classificá-lo." Em seguida, comparou: "A ideia se aplica na economia. É impossível teorizar o mercado de derivativos."

Sobre arte, reclamou de jovens que preferem se inspirar em ideias do filósofo Jean Baudrillard, do que em traços do pintor Pablo Picasso.

"Arte não é mais um objeto, é um evento", disse.

Fonte: Folha de São Paulo.

Para Bernard Stiegler, "é preciso parar de consumir arte"

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Diretor do Centro de Pesquisa e Inovação do Centre Pompidou fala do papel das novas tecnologias e critica leis de direitos autorais.

Repensar as formas de produção e difusão de arte a partir das novas ferramentas tecnológicas e processos industriais é uma das preocupações centrais do filósofo francês Bernard Stiegler, 59.

Diretor do IRI (Instituto de Pesquisa e Inovação) do Centre Pompidou, Stiegler veio a São Paulo por menos de 24 horas, para uma conferência no Sesc Pinheiros.

Encontrou tempo, porém, para falar à Folha sobre como a proliferação de câmeras de vídeo, softwares de edição e difusão está restabelecendo uma relação de proximidade com o fazer artístico.

"Béla Bartók dizia que para bem ouvir música no rádio era necessário ler a partitura ao mesmo tempo. Hoje, soa como maluquice, mas em 1930 todo mundo sabia ler música. Aos poucos nos tornamos consumidores passivos de arte."

Segundo ele, é preciso voltar a estabelecer uma postura ativa para com a arte, uma relação "amorosa" no sentido forte da palavra.

"Penso que uma política cultural hoje em dia tem que ser antes de tudo uma política desse renascimento."

Professor do Goldsmiths College, em Londres, Stiegler oferece paralelamente um curso livre para os moradores do pequeno vilarejo de Epineuil-le-Fleuriel. As aulas são acompanhadas por 80 pessoas ao vivo e cerca de 10 mil pela internet.

"Uma pesquisa diz que 56% dos franceses detestam a TV que assistem.

Então por que assistem? Porque não podem ficar sem. É um discurso de viciado. O consumismo destruiu as estruturas, a começar pela estrutura social. Consumimos porque não somos capazes de outra coisa. Precisamos refletir sobre a desintoxicação."
Enfaticamente, o filósofo criticou a lei de direito autoral em vigor na França.

"A França criou um órgão chamado Hadopi, que tem autoridade para incriminar os internautas que baixam conteúdo. Para mim é um modo de continuar a manter o privilégio das indústrias culturais do século 20 contra o novo modelo contributivo do século 21. Espero que no Brasil a ministra da Cultura não repita esse erro."

Stiegler começou a estudar filosofia durante os cinco anos que passou na prisão, nos anos 80, preso por um assalto. "A prisão é um laboratório filosófico. O mundo está suprimido, você só tem a memória dele. Tudo o que eu faço hoje em dia vem desse período, dessa situação filosófica radical."

Fonte: GABRIELA LONGMAN