Fragilidade institucional do MinC será desafio, diz Juca
Informações da Folha de São Paulo,
Juca Ferreira não escondeu de ninguém o desejo de permanecer no Ministério da Cultura. Não conseguiu. Depois de dois dias de recolhimento, Ferreira falou à Folha, por telefone, pouco antes da primeira entrevista coletiva de sua sucessora. (APS)
Folha - Como o senhor recebeu a notícia de que sairia do ministério?
Juca Ferreira - Com tranquilidade. Não há choque. A política tem vários elementos e sua resultante é produto de várias opiniões e determinações. Nunca trabalhei com a ideia de que era natural que fosse eu o ministro. Mas havia um reconhecimento da área cultural de que a continuidade podia ser boa.
O fato de o senhor não ser do PT pesou na decisão?
Pesou. O tempo inteiro foi dito que eu não tinha um partido por trás.
Muita gente enxerga, por trás da escolha, a retomada do projeto inicial do PT, parcialmente abandonado quando Gilberto Gil assumiu. O senhor acredita que a nova ministra retomará o programa petista para a cultura?
É difícil me transportar para o lugar dela. Falei com ela ontem para marcar uma reunião e ela se mostrou muito positiva em relação ao que foi feito até aqui. Estarei com ela na segunda, em Brasília, e aí vou ter contato pela primeira vez com as ideias dela.
Quais são os principais problemas que ela vai enfrentar?
O ministério, no governo Lula, saiu do quase nada para alguma coisa. Brinco que, de um a cem, caminhamos 36,7. Temos uma fragilidade institucional. Ela terá que enfrentar algumas questões administrativas e aprofundar as políticas.
Qual a melhor herança que a sua gestão deixa?
A criação de um diálogo com o meio cultural.
E qual a maior frustração?
Ah, são tantas... Mas frustração é uma palavra forte, até porque saio com a sensação do dever cumprido. Se tivéssemos sido sensatos, não teríamos chegado onde chegamos. Mas bibliotecas continuaram sendo fechadas. Abrimos milhares de bibliotecas, modernizamos e zeramos o número de municípios sem biblioteca e, pela pesquisa do IBGE, descobrimos que ao menos 300 fecharam.
Além das reformas da lei Rouanet e do direito autoral, o que o ministério terá de enfrentar?
Antevejo a necessidade de uma reforma profunda na Funarte, que é desaparelhada, desestruturada e ainda está num nível primário de formulação das políticas.
A Funarte também foi o centro de um conflito político do Ministério com o Antonio Grassi.
Prefiro não falar disso.
Quais são os seus planos?
Não tenho planos. Vivo do que eu trabalho. Vou ver qual é a melhor proposta de trabalho. Mas a assembleia familiar manifestou o desejo de continuar em Brasília.
A saída do Juca e os desafios para a MinC
Postado em 23 de dezembro de 2010
por Cooperativa Cultural Brasileira
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