O papel da mulher no cooperativismo

Postado em 30 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira



Por Giorgio Rocha,

O fortalecimento do cooperativismo no Brasil revela uma faceta interessante: o forte crescimento da participação feminina nas cooperativas. Não só aumentou o número de mulheres associadas, agora, elas passaram a predominar nos cargos executivos das associações.

Alguns fatores foram apontados para se entender por que o sistema cooperativista se adequa perfeitamente às aspirações profissionais das mulheres:

A expansão das cooperativas nas cidades, onde se concentra a mão de obra feminina.

O perfil empreendedor diferenciado das mulheres, mais abertas a novas alternativas de trabalho.

A flexibilidade de horário que faz com que as mulheres tenham mais tempo para suas famílias.

E a identificação das mulheres com um modelo que busca o bem-estar e a satisfação das pessoas e não apenas o lucro.

A Cooperativa Cultural Brasileira se enquadra nesse fenômeno de crescimento da participação feminina nas cooperativas. Temos mulheres chefiando diversos departamentos da CCB. A mudança começou no ano de 2008 com a eleição da administradora e produtora cultural Marília de Lima para a presidência da cooperativa.

Em 2010, a Cooperativa Cultural Brasileira inovou com a eleição de duas mulheres para a vice-presidência. Foram eleitas para ocupar o cargo: a artista plástica Mônica Nunes, que desenvolveu um belo trabalho como arte-educadora do Projeto Arrastão e foi responsável pela Curadoria do Acervo da Estação Especial da Lapa e, a produtora cultural Gandia Silva, responsável pela produção do projeto Caixa Cênica.

Para fechar a lista temos um quarteto feminino afinado chefiando os departamentos da Cooperativa Cultural Brasileira:

Daisy Cordeiro, cantora e produtora, coordenadora do departamento de Cultura e Fomento,

Claudia Ferraresso, gestora cultural, coordenadora do departamento de Projetos,

Solange Buso, produtora cultural, diretora de produção da cooperativa, e

Heloisa Helena, professora e musicista, diretora musical da cooperativa.

O forte crescimento da participação feminina em cooperativas é um fato recente. Mas, sem dúvida, a chance de equilibrar a vida profissional com a pessoal é o motivo da expressiva participação feminina no sistema cooperativista.

* Na foto da postagem a presidente da Cooperativa Cultural Brasileira Marília de Lima.

Anima Mundi 2010

Postado em 29 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira



Por Giorgio Rocha

A sede da Cooperativa Cultural Brasileira fica na Avenida Auro Soares de Moura Andrade, na Barra Funda, em frente ao Memorial da América Latina, local que recebe, todos os anos, o Anima Mundi, Festival Internacional de Animação do Brasil. A proximidade permite acompanhar de perto toda a animação, e não me refiro aos filmes, que evento traz ao Memorial e a região da Barra Funda.

O Anima Mundi começou ontem (28), em São Paulo, depois de passar pelo Rio, e até o dia 1°/8 serão apresentados 452 filmes de 52 países, para todos os gostos e públicos. Não é pouco, o Festival Internacional de Animação do Brasil é um dos três maiores do mundo. As sessões ocorrem no Memorial da América Latina e também no Centro Cultural Banco do Brasil.

Do Brasil participam 108 filmes de animação, não tenho o número da edição do ano passado, mas é uma participação expressiva, sem dúvida. Sem o Anima Mundi, dificilmente, a produção brasileira seria tão pungente. Desde 1993, ano da sua criação, o Festival é o grande responsável por incentivar e popularizar o cinema de animação nacional. Uma pena, que fora o espaço proporcionado pelo Anima Mundi, os filmes brasileiros de animação encontram dificuldade para alcançar um grande público. Temos uma boa produção, prejudicada pela falta de canais e espaço para a sua exibição.

Ontem, foi legal perceber o entusiasmo das crianças que participavam das oficinas gratuitas sobre diferentes técnicas de animação do Estúdio Aberto, uma grande tenda montada ao lado do Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina.

Nas oficinas, o público aprende a criar roteiros e personagens que são modelados em massinha e animados na hora, conhece como funciona a técnica mais conhecida da animação, o desenho animado e, ainda vira personagem de animação na oficina Pixilation: onde os participantes criam uma história e fazem poses sucessivas, fotografadas uma a uma. O resultado pode ser visto em telões disponíveis no Estúdio Aberto e também pode ser revisto e baixado no endereço do Festival: http://www.animamundi.com.br/.

Sobre as animações, uma bela seleção de curtas e longas, entre eles, os longas-metragens “Mary e Max”, da Austrália, e “Boogie el Aceitoso”, uma animação da Argentina.

Mary e Max



Boogie el Aceitoso

Entrevista com a cooperada Creusa Borges

Postado em 26 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha

Creusa Borges, cooperada da CCB, construiu uma sólida carreira no teatro brasileiro e também no exterior. No começo do ano a companhia dirigida por Creusa, o Grupo Dragão 7, percorreu diversas cidades de Portugal com a elogiada montagem do espetáculo "Inês de Castro, até o fim do mundo..." Na entrevista concedida para o blog da CCB, Creusa Borges fala sobre o V Circuito de Teatro Português, que ocorreu entre os dias 16 a 24 de julho, intercâmbio cultural, cooperativismo e momentos marcantes da sua carreira.

Entrevista:

CCB: Creusa, até o dia 24 de julho ocorre o V Circuito de Teatro Português, um projeto criado por você em 1997 para a promoção do intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal. Gostaria que você falasse sobre as apresentações e sobre os workshops de interpretação que ocorreram.

Creusa Borges: Bem, foram quase duas semanas de atividades, além das apresentações em São Paulo, fizemos 11 cidades do interior e ABC Paulista: São Caetano do Sul, Mauá, Santo André, Americana, Paraibuna, Andradina, Guararapes, Botucatu, São Carlos e Limeira e Mogi Mirim.

Realizamos 5 workshops em São Paulo, 1 em São Carlos. Com os diretores: José Leitão da Cia de Teatro Art'Imagem, Rui Madeira da Cia de Teatro de Braga, José Mena Abrantes da Cia Elinga Teatro de Angola, Luisa Pinto da Cia Constantino Nery de Matosinhos e Antonio Barros da Escola da Noite de Coimbra. Cada workshop teve em média 20 pessoas, na sua maioria estudantes de teatro que se interessaram pela oportunidade.

Os debates aconteceram após os espetáculos, com o público. Hoje, dia 24 de julho, será o último dia ainda com espetáculo acontecendo em Mogi Mirim, e vamos assistir ao trabalho do Grupo Folias, e depois realizar um debate.

CCB: Após 13 anos promovendo o intercâmbio cultural , é possível dizer que a integração cultural entre países de língua portuguesa alcançou um patamar satisfatório?

Creusa Borges: Nos debates que fizemos esses dias, o que se constatou e que ainda falta muito, já se falou muito sobre apoios, facilidades nessa área mas nada se faz de concreto, o que se tem são iniciativas isoladas aqui e ali...mesmo assim se faz mais hoje do que há 10 anos.

CCB: O que deve ser feito para enriquecer a integração cultural?

Creusa Borges: O próprio encontro entre países lusófonos é pensado nessa direção, o que falta são as condições para isso, até um selo cultural já foi "citado" para facilitar a entrada de cenários das peças que entram no Brasil para esse tipo de intercâmbio, o que facilitaria e muito os transportes de carga das cias, que hoje você tem que fazer junto a Receita Federal, uma guia de importação temporária, que encarece muito tudo, são cobradas taxas de importação, sendo que a mercadoria não tem valor e um cenário...enfim, não há um entendimento desses trâmites, realmente o teatro não se enquadra nessa legislação , isso é só um ponto...

CCB: Você acredita que as ações para promover o intercâmbio cultural estão concentradas nas mãos das autoridades dos países e a contribuição dos artistas nesse processo deve ser maior?

Creusa Borges: A nossa contribuição é sempre maior, talvez porque o nosso interesse seja maior, mas mesmo cobrando, sugerindo, conversando com as instituições de nossos países, em encontros como o que fizemos em Coimbra, dezembro de 2009, onde a cooperativa esteve representada pela Marília (presidente da CCB), e lá estava o Ministério da Cultura do Brasil, representado pelo Zulu Araújo - presidente da Fundação Palmares, tudo fica ali esquecido durante o jantar, logo após os debates... Quando voltamos ao nosso país e procuramos as mesmas autoridades para apoiarem o projeto de intercâmbio, recebemos uma carta, explicando que leis do Brasil não permitem, nenhum tipo de ajuda a esse projeto , etc...etc...

CCB: A Cooperativa Cultural Brasileira realiza ações para o fomento a cultura, não só no Brasil, mas também em Portugal e Angola. E assim contribui para a integração cultural. Como a cooperativa pode se inserir e contribuir ainda mais para o fomento ao teatro e a promoção do intercâmbio cultural?

Creusa Borges: A Cooperativa, como instituição e sua representatividade, pode sim abrir canais de comunicação com as instituições brasileiras e de outros países de língua portuguesa ou não, temos projetos e interesses em outros países, de outras línguas, também, com a União Europeia que investe em projetos no Brasil, e que poderíamos encaminhar projetos para conseguir mais apoios, principalmente de financiamentos porque as deslocações desses artistas são caríssimas, hospedagem, alimentação, mesmo que seja uma troca e, eles não recebam caches, precisamos de mais investimentos e facilidades de locomoção, entrada e saída dos países.

CCB: Com a realização do V Circuito de Teatro Português as relações culturais entre as nações envolvidas se fortalecem. Como os atores e grupos de teatro são beneficiados com o intercâmbio cultural?

Creusa Borges: Os artistas se beneficiam com o contato direto com outros artistas conhecendo a realidade de cada um em seu país de origem, desses encontros surgem oportunidade de trabalho como aconteceu nessa edição, como resultado da oficina da Luisa Pinto diretora do teatro Constantino Nery, de Matosinhos, Portugal, a atriz Lilian Lima, de São Paulo, foi convidada para integrar o elenco da peça Amor Solúvel, que fez parte dessa edição e recebeu um convite para fazer uma temporada em Portugal também, então, além desse conhecimento e esclarecimento de nossas diferenças e igualdades culturais, abrimos mercado de trabalho para os artistas, que se interessam.

Já enviamos para estagiar em Portugal com a Cia de teatro de Braga, 3 atores de Salvador e Camaçari da Bahia, em 2009, e estão até hoje, passaram do estágio, para contratados da Cia...

Eu mesma levo uma média 3 ou 4 cias por ano para representar o Brasil nos festivais de teatro em Portugal, também, em Espanha...Enfim as oportunidades são muitas. É preciso fomentar esses encontros para que consigamos enriquecer e aproveitar melhor as oportunidades dentro do projeto de intercâmbio.

CCB: Na edição de 2010 do Circuito participam companhias de teatro de Portugal, Brasil e também de Angola. Quais são as diferenças do teatro praticado entre esses países?

Creusa Borges: Entre Brasil e Portugal, sinto cada vez menos essa diferença, quanto aos outros países como Angola que participa pela primeira vez, ainda estamos nos conhecendo, tomando contato com a realidade de um país da África que fala a língua portuguesa, mas todos sabemos que a língua tem alma própria, em cada país o sentido muda, como muda a cultura local e isso esta estampado no tipo de teatro que se faz, nos temas abordados, na importância do texto que aquele grupo escolhe talvez ligado a outras realidades das quais nós, já estejamos um pouco mais distante. Como o espetáculo Adriana Mater do grupo Elinga Teatro, que fala do tempo não muito distante em que houve guerra em Angola..

Sinto que estamos começando a conhecer alguma coisa da África, assim como estamos começando a olhar para a América Latina.

CCB: A Companhia teatral Dragão 7, dirigida por você, realizou no início do ano uma série de apresentações do espetáculo "Inês de Castro, até o fim do mundo..." em diversas cidades de Portugal. A peça conta a história de amor vivida por Inês de Castro e D. Pedro I, com um enfoque diferenciado, de uma forma inovadora. Como foi a receptividade do público português para essa nova proposta?

Creusa Borges: Foi fantástica, muito melhor do que esperávamos, digo nós do grupo, todos os envolvidos, havia uma expectativa quanto a essa receptividade, até um certo receio mas depois da primeira apresentação...ficamos bem mais a vontade para representar uma história tão deles, mas que é contada em várias línguas, depois de Romeu e Julieta essa historia de amor, verídica, é a mais contada.

Com essa viagem a Portugal onde participamos do Festival Internacional de teatro do Porto, O Fazer a Festa e do 4º Ciclo de teatro brasileiro na cidade de Arcos de Valdevez, e mais 6 cidades, o grupo Dragão7, se fortalece por ter tido a oportunidade de realizar uma pesquisa de campo sobre essa história do séc. XIV. Estivemos em cidades importantes onde se passou a história e lá podemos ver e constatar tudo que pesquisamos a distância, o que fortaleceu e muito nosso trabalho artístico.

CCB: Você construiu uma carreira sólida no teatro, com diversas passagens marcantes. Existe algum momento que te marcou mais? Por fim, gostaria que você deixasse uma mensagem para os nossos cooperados.

Creusa Borges: Para o grupo os momentos foram muitos, mas para mim... O momento que me marcou mais nesses 21 anos de Dragao7 e que foi divisor da minha existência como artista e integrante desse grupo, foi em 2002 quando em viagem a Cabo Verde, num acidente de carro perdemos o nosso ator Andre Chiaramelli, e que ali tive que tomar uma decisão: parava, abandonava o grupo naquele momento o que marcaria o grupo para sempre, encerrando nossas atividades, ou se era de verdade o que queríamos para o Dragao7, não teria sido em vão nossos esforços para realizar aquela viagem, já com o desejo que acontecesse tudo que tem acontecido dentro desse projeto de intercâmbio.

A partir daí esse projeto se fortalece e eu também, procuro fazer valer a pena todas as oportunidades que aparecem para se concretizar um projeto, fazer valer todas as oportunidades que temos de estar em cena fazendo uso da palavra, levando espetáculos a todos os lugares, principalmente onde as pessoas não tem acesso, e que segundo meu amigo Andre Chiaramelli: agora nos vamos para Plutão, Marte e Jupter..

Em volta da vela, dez anos de sambas inéditos

Postado em 21 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha,

Matéria vinculada no jornal o Estado de São Paulo sobre os dez de existência da tradicional roda de samba do grupo Samba da Vela. A roda formada por músicos e compositores do bairro de Santo Amaro, zona sul da cidade de São Paulo, ficou célebre por tocar até o apagar da chama de uma vela. No repertório do evento apenas músicas de compositores desconhecidos. Um dos fundadores da comunidade do Samba da Vela é o cooperado da CCB José da Cruz, mais conhecido pelos amigos e por apreciadores de uma boa música como Chapinha.

Chapinha, além de participar do Samba da Vela, realiza um belo trabalho focado no resgate do samba de raiz e em projetos sócio-musicais com jovens de comunidades carentes.

*A foto que ilustra a postagem foi tirada durante a apresentação de Chapinha no 28º Sarau Arte da Cooperativa Cultural Brasileira.

Abaixo matéria de Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo

Tradicional roda de músicos e compositores de Santo Amaro, o Samba da Vela completa uma década lançando anônimos que cantam até a luz apagar

É uma festa, mas bem poderia ser chamada de ritual. Que roda de samba é essa, em que só se bebe água, não há conversa paralela ("pode acompanhar, pode cantar, só não vale atrapalhar!"), participantes só cantam sambas inéditos de compositores anônimos e cujo final é decretado, sem espaço para reclamação, pelo apagar da chama de uma vela?

Há exatos dez anos começava em Santo Amaro, na zona sul da capital, uma tradição que inspirou dezenas de rodas de samba na cidade e em todo o País - o Samba da Vela, evento que reúne entre cem e 300 fãs-seguidores toda segunda-feira no Centro de Cultura de Santo Amaro, para batucar enquanto durar a chama. Entre 21 horas e 23h30, o público canta junto, num coro afinado e respeitoso, as composições de sambistas desconhecidos, moradores da comunidade que, não fosse a cantoria ao redor da vela, continuariam inéditas. Às vezes, os instrumentos param e se ouvem apenas vozes e palmas - de arrepiar.

"Mais de 300 compositores apresentaram suas obras no Samba da Vela. Ouvir o coro cantar seu samba aumenta a autoestima, fortalece a união que mantém o grupo até hoje", define um dos fundadores do grupo, o técnico em telefonia José Alfredo Gonçalves Miranda, o Paqüera, que em 17 de julho de 2000 criou a comunidade com o sambista José da Cruz, o Chapinha, e os irmãos Magnu Sousa e Maurílio de Oliveira.

"Sem o Samba da Vela, a semana começa manca. Não há chance de essa chama apagar tão cedo."

As comemorações do décimo aniversário começam hoje, com o evento "Samba da Vela 10 anos", no próprio Centro de Cultura de Santo Amaro. Em agosto, a vela será acesa no centro, sob do Viaduto do Chá. Para dezembro ainda está previsto o lançamento do segundo disco da Comunidade Samba da Vela. A exemplo do primeiro, lançado em 2005, o novo CD será composto por sambas inéditos, de compositores que apresentaram canções pela primeira vez ao redor do fogo da vela.

História. Uma hora, a festa precisa acabar - eis o motivo de usar a chama como medida. "Nas primeiras reuniões, ninguém conseguia deixar a mesa antes das 4 da madrugada. Aí pensamos em colocar um despertador, um galo, uma ampulheta, até que surgiu a ideia da vela", conta Paqüera, ex-integrante da Ala de Compositores da Vai-Vai. "É o jeito mais delicado de mostrar que acabou."

Para que ninguém perca o compasso, as músicas que estarão no repertório da noite são impressas em cadernos, distribuídos aos presentes - até hoje, cerca de 30 já foram impressos, com mais de 500 canções. "É gente comprometida, que espera a noite toda para ser chamado a mostrar sua música", conta o sambista Chapinha.

São compositores como Afonso de Souza, de 79 anos, que se orgulha de ter duas canções nos caderninhos. Escrevo um pouquinho, sempre canções de samba de raiz, sei batucar e resmungo umas musiquinhas", disse, modesto, o marceneiro aposentado, pouco antes de ser chamado a ocupar a cadeira branca - reservada ao compositor da vez -, de onde cantou, à capela, sua obra De Volta do Trabalho.

Ao longo da noite, outros 12 compositores sentaram na mesma cadeira. No fim, quando a vela se apaga, todos cantam, juntos A Comunidade Chora, hino-despedida de outro samba da vela - uma das duas músicas gravadas pela cantora Beth Carvalho em 2000. "Até hoje, me faz chorar", diz ela. "O povo cantando, se despedindo, emocionante demais."

Serviço:

SAMBA DA VELA: CASA DE CULTURA DE SANTO AMARO. PRAÇA FRANCISCO FERREIRA LOPES, 434, TEL.: 5522-8897. TODA 2ª, ÀS 20h30. R$ 5 (OPCIONAL).

"É proibido cantar, diz o aviso que eu li"

Postado em 20 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


Os turistas e moradores do município de Sullivan’s Island, na Carolina do Sul (EUA), que caminharem pelas ruas cantarolando ou assobiando podem tomar uma multa de até US$ 500 (quase R$ 900) . A Câmara Municipal aprovou inicialmente uma lei que torna ilegal “qualquer pessoa que grita, buzina, apita ou canta em vias públicas” e analisa o projeto novamente, após passar por alterações, nesta terça-feira (20).

A nova proposta da lei diz que as restrições devem ser aplicadas "especialmente entre as 23h00 e 07h00”, mas também "a qualquer hora ou local caso incomode ou perturbe a calma, conforto ou descanso" dos moradores da cidade.

O município de Sullivan’s Island não é o único que considera cantoria e assobio um incômodo nos Estados Unidos. Chuck Thompson, conselheiro geral e diretor-executivo da Associação Internacional dos Advogados Municipais, diz que muitas cidades no país regulamentam ruídos com base em níveis de decibéis ou restringem sons específicos, como cães latindo, por exemplo.

As cidades de Richton Park, em Illinois, Florence, no Kentucky, e La Mirada, na Califórnia, estão entre as que proíbem assobios ou cantorias.

Sullivan's Island copiou a ideia da lei de um decreto da cidade de North Charleston, publicado em 1972. Richard Lingenfelter, vice-procurador de North Charleston, disse que não se recorda de nenhuma prisão desde que a lei foi instituída.

Em Sullivan’s Island a maioria dos restaurantes ficam em um bairro residencial, onde os moradores gostam de dormir antes da meia-noite e, quando o tempo está ameno, deixam as janelas abertas.

Jimmy Coste, gerente de um bar da cidade, diz que o barulho feito pelas pessoas nem é tão ruim assim. "De vez em quando tem alguém que sai fazendo mais barulho. Isso vai acontecer em qualquer local que tenha bares", disse. A maioria dos restaurantes utilizam cartazes lembrando os clientes que não se deve fazer barulho.

A cidade, que fica ao norte do porto de Charleston, tem uma população de cerca de 2.000 pessoas, mas recebe mais de 3.000 turistas durante o verão.

Outras leis estranhas dos EUA

Miami (Flórida) - É proibido imitar sons de animais.
Illinois - Todo veículo deve ser dirigido com o uso do volante.
Kansas - É proibido montar em búfalos nas ruas.
Wyoming -  É proibido tirar fotos de coelhos, entre janeiro e abril, sem uma licença especial.
Pacific Grove (Califórnia) - Pessoas que molestarem ou ameaçarem borboletas podem levar multas de até US$ 500.
Nova Orleans (Louisiana) - É ilegal amarrar um jacaré a um hidrante.
Virginia -  É proibido fazer cócegas em mulheres.
Chico (Califórnia) - Pessoas que explodirem uma bomba nuclear em seu território podem levar multa de US$ 500.

*Fonte: Uol Notícias.

Novos cooperados: Francisco Pedro e Carlos Eduardo Carneiro

Postado em 19 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

     

Por Giorgio Rocha

A Cooperativa Cultual Brasileira recebeu hoje, 19/07, na sua sede, o jornalista angolano Francisco Pedro e o ator e diretor Carlos Eduardo Carneiro. Os novos cooperados foram recebidos e orientados sobre cooperativismo e o desenvolvimento de projetos pela vice-presidente Gandia Silva e pela diretora de produção Solange Buso. A equipe da CCB deseja boas-vindas aos novos cooperados.

* Na foto da esquerda para a direita: Solange Buso, diretora de produção, Gandia Silva, vice-presidente, Francisco Pedro, jornalista angolano e Carlos Eduardo Carneiro, ator e diretor.

Natureza, arte e tecnologia

Postado em 15 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha

O homem criou aparelhos que ampliam a sua visão limitada. Desta maneira, consegue observar planetas e estrelas. Quando o homem aponta as suas lentes poderosas para o seu próprio planeta descobre na natureza arte, beleza e mistério. O homem e sua visão limitada... Criou a tecnologia para diversos fins, e também, simplesmente, para contemplar a perfeição.

A foto acima mostra uma água-viva vermelha de águas profundas.

Um floco de neve e seus traços geométricos.

Um maestro ou um guerreiro?

Famílias trocam de jantar na cooperativa de cozinha

Postado em 14 de julho de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha

Você participaria de uma cooperativa em que as pessoas trocam refeições?

O cooperativismo de cozinha ou alimentar foi abordado em uma grande matéria publicada no jornal The New York Times. A jornalista afirma que as cooperativas de cozinha existem há anos, mas que o fato era novidade para ela. Digo o mesmo. Fiquei surpreso com esse segmento do cooperativismo. O texto descreve bem os benefícios para os indivíduos e para a comunidade, os desafios e as amplas possibilidades do sistema cooperativista.

Como funciona?

Um cooperado cozinha uma refeição escolhida e faz o suficiente para alimentar os adultos e crianças da cooperativa. No mesmo momento, os outros cooperados cozinham porções de seus pratos escolhidos. O alimento é embalado para ser trocado nas reuniões. Assim, cada um fica com uma variedade de refeições para comer durante a semana e sobras para refeições extras e lanches.

O fato de ter que cozinhar para tantas pessoas pode desestimular a participação em cooperativas de cozinha, mas os benefícios compensam, diz o texto do The New York Times.

Quais são os benefícios?

As trocas de comida se tornam eventos que integram os indivíduos de uma comunidade.

Alimentação saudável e variada.

O tempo economizado no preparo das refeições é revertido para outras atividades da família.

O bolso agradece. O dinheiro que seria gasto com lanches é economizado.

Leia aqui o texto do New York Times sobre as cooperativas de cozinha.

Filmes sobre o cooperativismo

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira


Por Giorgio Rocha

São poucos os filmes que retratam o cooperativismo e abordam corretamente os seus princípios democráticos e igualitários. São esses valores que impedem os abusos vistos em outros sistemas. Assim é mostrado o cooperativismo no documentário “Capitalismo: Uma História de Amor”, do cineasta norte-americano Michael Moore, como uma saída para os impasses criados pelo capitalismo praticado hoje em dia nos Estados Unidos.

Em uma determinada cena, Michael Moore visita uma empresa que funciona com uma cooperativa e, após entrevistar o dono e os trabalhadores, fica surpreso ao saber do êxito da empresa e por constatar que o presidente e os trabalhadores recebem o mesmo.

Para o cineasta, o sistema cooperativista resgata valores esquecidos pelo capitalismo atual, como liberdade e igualdade. (Saiba mais aqui sobre os princípios cooperativistas.)

O documentário “Capitalismo: Uma História de Amor”, que estreou no início do ano nos cinemas brasileiros, foi pouco visto e não teve a mesma repercussão de “Tiros em Columbine”, “Fahrenheit 11/09” e “Sos Saúde”, obras anteriores do cineasta. Mas vale a pena ser visto, não só pelo enfoque dado ao cooperativismo.

Abaixo o trailer do documentário: