Imagens da participação da CCB na Feira de Arte Contemporânea Parisiense
Participação da CCB na FIAC
As obras latino-americanas se destacaram na 37º edição da FIAC, com um maior destaque para as galerias do Brasil.
Houve uma grande procura, por parte dos colecionadores internacionais de arte contemporânea, pelo trabalho de artistas brasileiros, fato que mostra o crescente interesse do mercado pela arte do nosso país, disse a presidente da CCB, Marília de Lima, representante da cooperativa na Feira de Arte Contemporânea Parisiense.
Entrevista com a equipe do site AlôArtista
Por Giorgio Rocha
Um espaço diferenciado para promover a arte e uma plataforma com diversos serviços criados para facilitar a vida dos artistas. Este e o site AlôArtista, o novo parceiro da Cooperativa Cultural Brasileira. Leia abaixo a entrevista realizada com a equipe AlôArtista e conheça um pouco do trabalho desenvolvido pelo site.
Legenda foto - Da esquerda para direita: em pé: Leandro Martins, Henry Ho e Fernando Durão. Sentados: Demma K, Pierre M. Villard, Wanice Ferry e Jotta Santana.
CCB: Quando foi criado o site Alôartista, qual é a proposta da plataforma e os seus objetivos?
O AlôArtista foi criado em março desse ano, e nasceu do desejo de oferecer apoio a toda a classe artística, tanto no sentido de expor seus trabalhos para negócios e contratações, quanto para que houvesse um "ponto de encontro" abrangente, onde suas expectativas de parcerias, intercâmbios, esclarecimentos e troca de ideias fossem atendidas. Da mesma forma, oferecer ao grande público acesso facilitado às atividades dos artistas, e finalmente permear todos esses focos com conteúdo cultural diferenciado, onde além de matérias e colunas, as pessoas terão o site como referência para listas e guias culturais do Brasil e futuramente de outros países.
CCB: Como o Alôartista se diferencia de outros sites voltados para os artistas?
O AlôArtista tem o projeto ambicioso de ser referência como um site de prestação de serviços do meio artístico. Não só oferecendo espaço e promovendo os trabalhos e atividades dos artistas, como também dando suporte para contratações, espaço para fóruns e reclamações, informações diferenciadas para parcerias, intercâmbios, festivais, registros e direitos autorais, colunas de performance, além do mercado aberto, onde é possível realizar uma série de negócios como cursos, vendas e trocas, dentre outros.
CCB: O site parece bem inserido no conceito de Web 2.0. Que ferramentas os usuários têm a sua disposição para gerar e compartilhar informações?
Como o AlôArtista tem um objetivo inédito, estamos captando todas as necessidades e interesses, tanto dos artistas quanto do público em geral, e aperfeiçoando os espaços e ferramentas de busca, para que até o final de 2010 todas as novidades estejam no ar.
Além dos acessos já existentes, como o Guia de busca de artistas, o Mercado Aberto, Aulas e Cursos, Eventos, Parcerias e Intercâmbios, Espaço APAP, estamos desenvolvendo também novidades como o espaço Boca no Trombone, que permitirá ao artista desabafar sobre problemas ocorridos em espaços, teatros e casas noturnas, ainda uma coluna de categorias de artistas e atividades relacionadas, otimizando e tornando ainda mais prática qualquer busca no site, tópico de esclarecimentos sobre registros e direitos autorais, além de uma nova página - Roteiro Cultural - com informações diferenciadas de agenda de shows, listas e guias culturais, festivais do Brasil e de outros países.
Na parte cultural, ênfase para o Destaque Alô - entrevista com um artista cadastrado, Mix Cultural, novas colunas com conteúdos exclusivos, como "Performance", "Cultura Pop", "Sulfúrico", "Clássicos", "Vitrola do Adolar", "Sebo do Jotta" além de prêmios especiais e sorteios semanais para todos os cadastrados.
CCB: A CCB e o Alôartista fecharam uma parceria, para os cooperados quais são os benefícios desta parceria?
A CCB e o ALÔARTISTA se complementam por ambos oferecerem suporte aos artistas, tanto para melhorarem seus expertises, quanto para ampliarem seu networking, ambas necessidades fundamentais quando tratamos de um mercado extremamente concorrente.
CCB: Obrigado pela entrevista e fiquem à vontade para deixar uma mensagem convidando os cooperados a conhecer o site.
Agradecemos a oportunidade de apresentar o conceito e objetivos do AlôArtista. Reforçamos que este é um espaço de encontro entre artistas, assim como artistas e o grande público. E procuramos oferecer serviços e cultura geral para todos os públicos que possuem interesse em arte na sua forma mais abrangente. Quem conhece o AlôArtista, sabe que nossa meta é fazer com que quem ama a arte, sinta que agora existe um espaço especial, que busca a cada dia descobrir o que o mercado quer saber, do que precisam, e do que realmente vão gostar. Visitem nosso site e sintam-se em casa!
Visite o AlôArtista: http://www.aloartista.com/default.asp
Será que a Bienal se tornou um parque de diversões?
A indagação do título da postagem foi feita pelo cooperado Guillermo Von Plocki, durante a entrevista para o blog da CCB. Guillermo é artista plástico e designer gráfico, nasceu na Argentina e, na Alemanha, se graduou em Ilustração e Design Gráfico. Radicado em São Paulo, já teve sua obra exposta em diversos países.
*Imagem da postagem:Vera 2 - Guillermo von Plocki- Aquarela – 2008
CCB: Até o dia 12 de dezembro acontece a 29ª Bienal de São Paulo. Quais são as suas impressões sobre a edição deste ano?
Guillermo: Realmente não fiquei decepcionado, já conheço a proposta, mas senti muita falta da pintura, a boa pintura contemporânea. Será que a Bienal eliminou a pintura?
Por outro lado, são resgatáveis as obras de Gil Vicente (que, enfim, não foi censurado), de Nuno Ramos e seus pássaros exilados, de Flavio de Carvalho e Goeldi, poucos ou pálidos reflexos da decadência que assola nossa sociedade cultural. Será que a Bienal se tornou um parque de diversões? Além disso, o pichador é artista?
Sempre vejo tudo com otimismo e acredito que tudo sempre pode ficar melhor. E, se a Bienal não foi tão boa, às vezes é necessária uma crise para mudar.
CCB:Você acredita que foi um acerto da Bienal tratar a relação entre a arte e a política?
Guillermo: Será necessário propor uma temática para as Bienais? Será que não seria mais interessante respeitar as inquietações de cada artista?
CCB: Houve uma tentativa de censurar os desenhos do artista Gil Vicente, na série “Inimigos” ele aparece assassinando diversas personalidades. Falta um debate no Brasil sobre arte e liberdade de expressão como houve nos EUA, nos anos 80, por causa das imagens do fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe?
Guillermo: A sociedade escandaliza-se com imagens de políticos sendo assassinados, quando no Brasil morrem muitas crianças de fome, ou pela violência, pelas drogas. Acredito que a arte e a educação podem trazer alguma luz a partir da base da educação. O Brasil tem um potencial humano extraordinário que precisa ser cultivado e adubado nos princípios da sociedade.
CCB: Você nasceu em Córdoba, na Argentina, se graduou na Alemanha em Ilustração e Design Gráfico e, escolheu o Brasil para viver e trabalhar. Como as particularidades dos três países interagem na sua obra?
Guillermo: Em alguns casos, eu diria que estas particularidades são essenciais para o desenvolvimento de algumas obras, como no trabalho Sem retorno. Trata-se de um corpo dividido em três partes, os pés representam Argentina, meus fundamentos, minha infância e educação elementar; a cabeça representa a profissão e experiência na Alemanha; finalmente, a parte visceral – o centro, o ponto de equilíbrio – que representa o Brasil.
CCB: Suas pinturas, desenhos e aquarelas pedem um olhar atencioso e revelam diversas camadas e parecem lidar também com a questão de um olhar cada vez mais fragmentado das pessoas em relação aos objetos. É correta esta afirmação sobre o seu trabalho?
Guillermo: Talvez não tenha muita consciência disso, por esta razão é bom que o trabalho seja visto. O olhar do público sempre trará outros pontos de vista, isto enriquece o trabalho.
As camadas fazem parte da técnica e também do que pretendo evidenciar.
No caso específico da trilogia 64, 73 e 82 dpi trata-se justamente da fragmentação da sociedade, entre outros motivos, pelo consumismo e pelo tempo perdido em função do computador.
CCB: Em seu atelier são ministrados cursos e oficinas. Fale sobre estas atividades.
Guillermo: Arte e interação da cor, baseado nos conceitos e nas teorias das cores de professores da escola Bauhaus alemã.
Aquarela experimental, proposta que relaciona esta técnica com outras técnicas, como o guache, o nanquim, a cera, além de outros meios relacionados com a aquarela.
Também dou orientação e suporte para artistas formados ou em processo.
Estes cursos são ministrados no Atelier de Sílvia Alves para o curso da cor, curso este que foi ministrado também no SESC Pompéia no primeiro semestre de 2010, também previsto para 2011.
Conheça mais sobre o cooperado Guillermo Von Plocki:
http://www.guillermovonplocki.com/site/
http://www.flickr.com/photos/12300457@N05/
http://www.plockiaquarelas.blogspot.com/
http://pt-br.facebook.com/people/Guillermo-von-Plocki/100000034465582
Coisas que só o cinema consegue fazer
Por Giorgio Rocha
O filme clássico, de 1927, do cineasta austríaco Fritz Lang, dispensa qualquer tipo de apresentação. Não conhece, clique aqui.
Os que foram ao parque assistiram uma versão restaurada e com o acréscimo de 25 minutos de cenas inéditas. As novas cenas vieram de rolos perdidos encontrados na Argentina.
Como o filme retrata o futuro da humanidade, me atrevo a imaginar um futuro em que a as salas de cinema conseguiram finalmente se libertar da opressão dos shopping centers e da crueldade dos seus ambientes multiplex. Um futuro em que o cinema é um experiência coletiva significativa e não um experiência babaca, para alguns poucos poderem comer uma refeição acompanhada de uma taça de vinho, por “módicos” 200 reais, sem se importar com o filme exibido na tela.
Os 12 mil que estavam ontem na sessão foram ao cinema e, não, simplesmente, estiveram no cinema. Uma experiência coletiva assim é cada vez mais rara. Infelizmente.
Mudando um pouco uma frase célebre do filme Metropolis : O mediador entre o público e os filmes deve ser a sala de cinema! Ontem, a projeção feita na parede do Auditório Ibirapuera se transformou em uma verdadeira sala de cinema.
Veja aqui a programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema.
Quem não gosta de arte bom sujeito não é, diz cineasta Domingos Oliveira
Paulistas não vão a teatros e cinemas por falta de interesse, revela pesquisa
Desta vez, os entrevistados não tergiversaram. Questionados sobre as razões que os deixam do lado de fora de cinemas, teatros e museus, os paulistas miraram, em bloco, uma resposta capaz de embaralhar algumas teses sobre o consumo cultural.
Os números reforçam, primeiro, o que se intuía: 40% dos paulistas não costumam ir ao cinema, 60% não costumam ir ao teatro e 61% não costumam ir a museus. O que chama a atenção é a justificativa para a inércia: "Não me interesso/ não gosto/ não me sinto bem fazendo", respondem os entrevistados.
No caso do cinema, enquanto 29% alegam falta de interesse, apenas 8% citam o preço do ingresso como empecilho. A piadinha "Vá ao teatro, mas não me chame" também ganhou torneado estatístico: 32% dizem não ver peças, simplesmente, porque não têm vontade.
A pesquisa é fruto de projeto da consultora J.Leiva Cultura & Esporte, realizado em parceria com o Datafolha e a Fundação Getúlio Vargas. Foram ouvidas, entre 25/8 e 15/9, 2.400 pessoas, acima de 12 anos, em 82 cidades.
O objetivo da pesquisa era mapear e compreender os hábitos culturais da população. Os resultados serão apresentados e analisados amanhã, durante um seminário na Pinacoteca --com vagas já esgotadas.
BEABÁ
"O que surpreende é o fato de essa resposta aparecer. A pressão por ser culto, consumir cultura é tão grande que, em geral, as pessoas dão desculpas como falta de tempo ou dinheiro", diz Teixeira Coelho, curador do Masp e professor da USP.
"Isso aponta para uma certa sinceridade", observa Teixeira Coelho. "Mas a gente também sabe, por pesquisas internacionais, que, à medida que melhora o nível econômico, melhora o consumo cultural. É claro que o fator econômico pesa, até porque, na cultura, o hábito é fundamental. Falta oportunidade para que as pessoas tenham a cultura introduzida em suas vidas."
O diretor Antonio Araújo, do Teatro da Vertigem, pondera que consumir cultura é abrir-se a uma experiência. "Quem nunca foi exposto a uma ópera pode ter raiva dessa experiência. Voltamos sempre à questão da formação de público", diz Araújo.
O cineasta Domingos Oliveira recorre aos adjetivos "estonteante e deprimente" para falar da pesquisa. Como todos os ouvidos para esta reportagem, ele desvia os olhos dos palcos para as escolas.
"Precisamos cuidar desse um terço [que consome regularmente cultura], porque quem não gosta de arte bom sujeito não é. A doença em geral é a falta de educação", diz Oliveira. "O contato com as artes deveria ser obrigatório no ensino primário."
Paradoxalmente, os "desinteressados" dizem que gostariam de gostar de cultura. Os entrevistados que custam a tirar o pé de casa para consumir cultura dizem ter gosto por "realizar atividades culturais". O "sim", nesse quesito, teve índice de 68%.
Por ANA PAULA SOUSA - DE SÃO PAULO