Cooperativa Cultural Brasileira irá sortear um tablet! Cooperado não perca!

Postado em 5 de dezembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Não se trata de distribuição de prêmio a título de propaganda (lei5768/71) e sim de distribuição gratuita em razão do resultado de participação exclusivamente de atividade de estímulo de recadastramento e somente para os sócios da Cooperativa Cultural Brasileira.
Para participar: leia atentamente o regulamento do sorteio e preencha os itens do questionário de atualização.


Imagens da Assembleia Geral 2011 da Aliança Cooperativa Internacional (ACI)

Postado em 29 de novembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira



Prezado sócio, ganhe um tablet e venda seus produtos neste natal e faça a programação de 2012 da sua cooperativa

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Prezado Sócio-Cooperado,

Estamos chegando ao fim de 2011. Venho aqui convocar todos vocês, sócios desta empresa cooperativa, a participar das seguintes atividades:

- REUNIÃO GERAL COM COOPERADOS DIAS 08, 09 ou 10 DE DEZEMBRO – Estaremos disponibilizando 03 dias e 06 horários para que todos os cooperados possam participar desta reunião e escolher assim o melhor dia e horário em aberto. A intenção é apresentar o relatório de ações em 2011, o planejamento para aprovação de 2012 e discutir outros assuntos internos.

Dia 08 – das 10 às 12 horas – local: sede da Cooperativa Cultural Brasileira
Dia 08 – das 19 às 21 horas – local: sede da Cooperativa Cultural Brasileira
Dia 09 – das 14 às 16 horas – Local: sede da Cooperativa Cultural Brasileira
Dia 09 - das 19 às 21 horas – via internet – somente para cooperados que morem fora da grande São Paulo e que não possam comparecer.
Dia 10 – das 9 às 11 horas - local: sede da Cooperativa Cultural Brasileira
Dia 10 – das 11:30 às 13:30 horas - via internet – somente para cooperados que morem fora da grande São Paulo e que não possam comparecer.

*** as inscrições para comparecer pessoalmente devem ser feitas – Nome e Tel de contato – com Miriam  pelo email cadastro@coopcultural.org.br

*** as inscrições para a reunião via internet deverão ser feitas – nome, tel de contato e conta do Facebook – Com Miriam pelo mesmo email.

- ENVIAR MATERIAL DE SEUS PRODUTOS PARA O NOVO SITE DE VENDAS DA COOPERATIVA CULTURAL BRASILEIRA – ‘PONTO DE CULTURA’
* Peça informações pelo email lojaonline@coopcultural.org.br

- ATUALIZAR O SEU CADASTRO PREENCHENDO TODOS OS ITENS NECESSÁRIOS E CONCORRA A UM TABLET NESTE NATAL
* peça informações pelo email socio@coopcultural.org.br

Saudações Cooperativistas,

Marília de Lima – Presidente – Cooperativa Cultural Brasileira
www.coopcultural.org.br – 11-3828-3447

Parceria CCB e UNIMUS: projeto de intercâmbio cultural Espírito Mundo 2012

Postado em 3 de novembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

O Espírito Mundo é um projeto de INTERCÂMBIO CULTURAL, com foco na aproximação entre as culturas e abertura de mercado e novas oportunidades através das parcerias criadas entre os produtores e artistas participantes. Não é um projeto de entretenimento comercial, mas de fomento artístico cultural entre instituições sem fins lucrativos no Brasil e no exterior.

O projeto é de iniciativa do Instituto Quorum, que assume a responsabilidade de assessorar a internacionalização dos artistas brasileiros por meio de apresentações, oficinas, master class e residências artísticas, dentre outros, nos diversos aspectos que englobam: Participação em eventos artísticos culturais, assessoria de imprensa especializada, regularização junto à imigração nos países com exigência de visto de trabalho.

Durante a realização dos festivais, está incluso ainda a logística nos locais dos eventos, como alimentação, hospedagem, traslado local, bem como toda a estrutura técnica, cobertura videográfica e divulgação do artista com transmissão ao vivo nas redes sociais.

Caso seja do seu interesse participar do PROJETO ESPÍRITO MUNDO 2012*, considerando os festivais no verão europeu, preencha os dados abaixo até o dia 16 de Novembro de 2011.

* Festivais ESPÍRITO MUNDO 2012 (datas em confirmação)

V Espírito Poitou, Celles Sur Belle - França, Agosto de 2012

III Espírito Provence, Aix-en-Provence – França, Setembro de 2012

II Hay Espírito Madrid, Madrid – Espanha, Setembro de 2012

II Espírito Brum, Birmingham – Inglaterra, Setembro de 2012

ALGUNS NÚMEROS DO FESTIVAL ESPÍRITO MUNDO

Entre 2008 a 2011, o projeto já enviou para a Europa mais de 170 artistas e técnicos brasileiros e 400 estrangeiros envolvidos diretamente na realização de 194 shows em festivais realizados, 12 residências artísticas (literatura; música; artes plásticas), 10 apresentações de teatro, 8 gravações em estudio, 06 exposições artes plásticas, 53 oficinas/master class, 25 exibições de vídeos, 03 cine-forum, 10 produções de videoclipes, 01 lançamento de livro bilingue de poesia; 08 apresentações de dança contemporânea, 6 seminarios, 10 Participações em feiras internacionais (Womex;Popkomm; Bafim; Midem, etc.) além de diversas ações na Alemanha, Dinamarca, Eslovênia, França, Suíça, Portugal, Espanha, Inglaterra, dentre outros países além de turnês no Brasil (ES, RJ, SP, DF, MG, PB, CE, PE) envolvendo também diversos países da África.

Em 2011, foram 68 transmissões simultâneas para 51 países e mais de 100 horas de gravação (HD) e entre o Brasil, França, Espanha e Inglaterra.

RETORNO MIDÍATICO 2011
Somente nas ações de 2011, o projeto alcançou espaços na mídia espontânea que somam mais de 30.305 cm2 (*) da mídia impressa brasileira e européia, 51 países acessaram o site www.espiritomundo.com, mais de 2.200 links Google, 30 minutos de TV, 08 horas de entrevistas em rádio francesa, inglesa e espanhola.

TERMOS E CONDIÇÕES
Click no link abaixo e acesse os termos e condições para participação no Festival Espirito Mundo 2012

https://espiritomundo.wufoo.com/forms/termos-e-condiaaes-gerais/

Cooperado Reynaldo Bessa lança amanhã o livro de contos "Algarobas Urbanas"

Postado em 26 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Terça-feira, 27, às 19h, no Bar Empório Alto dos Pinheiros, ocorre o lançamento do segundo livro do músico e escritor potiguar Reynaldo Bessa. Há mais 20 anos radicado em São Paulo, Bessa já lançou cinco CDs, o mais recente com músicas suas sobre poemas de diversos autores brasileiros. O livro anterior do músico e escritor, “Outros Barulhos”, apoiado pela Cooperativa Cultural Brasileira (CCB), recebeu o Prêmio Jabuti 2009 na categoria poesia.

Leia abaixo a entrevista com o cooperado Reynaldo Bessa sobre o lançamento do livro “Algarobas Urbanas” – contos (Editora Patuá).

CCB - O seu livro de estreia, “Outros Barulhos”, é de poesia, e agora você vai para a prosa com o lançamento do livro “Algarobas Urbanas”. Você enxerga grandes diferenças entre os dois gêneros literários?

Reynaldo Bessa - Dizem que estou, aos pouco, me preparando para o grande mergulho: o romance. Talvez seja verdade. Mas enfim! São diferentes, sim, mas essas diferenças estão cada vez mais difíceis de discerni-las. Escrevo poemas em prosa livre (praticamente sem rimas) que mais parecem narrativas breves. Agora temos uma ascensão do mini-conto. Existe ainda a prosa poética: a proesia. O conto é um mecanismo de alta precisão. Dizem por ai que ele é uma poesia não dividida em versos, um romance condensado em capítulos. Enfim, penso que tanto um quanto o outro, exige o mesmo desafio, o mesmo empenho ou até posso dizer, o mesmo mergulho. Um poema “precisa” dizer muito em poucas palavras e acho isso ainda mais difícil. Tem gente que sua as bicas tentando fazer um haikai. Resumindo: às vezes penso que a poesia nunca nasceu e nunca morrerá. Desde os gregos. Ela sempre esteve ai e, portanto sempre estará. O gênero conto fez muito sucesso na década de setenta, um pouco depois perdeu o foco e agora volta com tudo.

CCB - Quais são os seus contos e contistas favoritos?

Bessa - Gosto dos contistas. Comecei por Edgar Allan Poe, depois vieram muitos outros. Atualmente estou lendo contos do Charles Bukowski. No Brasil, gosto dos contos do Rubem Fonseca, Nelson de Oliveira, Marcelo Mirisola, Reinaldo Moraes e tantos outros. Tenho predileção por muitos contos, mas guardo grande admiração por um do Gabriel Garcia Marquez. É o belo “O avião da bela adormecida”. Ele está na antologia “Doze contos peregrinos”. Perdi a conta de quantas vezes já o reli. Acho que essa insana releitura é uma forma de tentar fazer com que a bela adormecida no banco ao lado, enfim! Note a presença dele. (risos)

CCB - Não conhecia a algaroba, pesquisei e descobri que ela é uma planta não nativa capaz de se adaptar e assim sobreviver às condições de um ambiente hostil como, por exemplo, o sertão nordestino. Lendo alguns contos tive a impressão que a adaptação e as marcas causadas por ela são temas recorrentes no seu novo livro. A árvore da algaroba tem, então, este significado simbólico da necessidade de se adaptar por uma questão de sobrevivência?

Bessa - A algaroba possui uma força absurda de adaptação. Mesmo no concreto das grandes cidades, ela brota vorazmente buscando vida, espaço e sempre consegue. Essa árvore que costumo chamá-la de “camelo vegetal”, (por conseguir se adaptar ao solo árido e secas violentas, com quantidade mínima de água), povoou toda a minha infância e pré-adolescência. Mesmo depois de vinte anos em São Paulo, quando sento pra escrever, essa danada me vem à mente e sinto uma vontade e energia tremendas. Essa árvore frondosa nos oferece uma sombra fresca em meio ao sol torrencial do nordeste, mas é preciso atentar para os espinhos. Assim são os contos do livro... Como disse o escritor Nelson de Oliveira que fez a orelha do livro: (...) “Por isso certos parágrafos doem tanto. Há alfinetes neles. Há imagens pontiagudas e poéticas, que laceram as retinas do leitor” (...). O livro está impregnado de algarobas/parágrafos/alfinetes: nascendo, cavando, seguindo, alfinetando, indo, fuçando, vindo. Nunca descansando.

CCB - Chegadas e partidas também são outros temas que surgem em diversas páginas do livro. Assim como a questão de pertencer e ao mesmo tempo não pertencer a um determinado local ou ambiente.

Bessa - “Algarobas Urbanas” também quer dizer: sou de lá, daqui e de lugar nenhum, sempre alhures. É o menino, o adolescente, o homem em constantes diálogos, solilóquios. Perguntas demais para nenhuma resposta. Lacunas que nunca serão preenchidas. Partidas e chegadas sem fim.

CCB - Quais seriam os “frutos” de uma algaroba urbana?

Bessa - Contos recém caídos dos galhos. Todos eles escritos por um menino/rapaz/homem que apesar de viver há mais de vinte anos em São Paulo, acredita nunca ter saído das frescas e perigosas sombras das algarobas.

CCB - A Cooperativa Cultural Brasileira deseja muito sucesso para você e obrigado pela entrevista.

Bessa - A CCB é sempre muito participativa e por isso fundamental na minha carreira de escritor. Conto com todos vocês no lançamento.

Apareçam, então, dia 27 de setembro, terça-feira, das 19h às 23h para o lançamento de “Algarobas Urbanas” – contos. Meu segundo livro. Vai ser no Bar Empório Alto dos Pinheiros, 305 – Pinheiros.

Será uma bela noite. Haverá brindes.

Venham ficar sob as sombras das algarobas, mas cuidado com os espinhos...

Série de workshops sobre projetos culturais

Postado em 6 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Facilitadora: Marília de Lima - A mineira Marília de Lima é presidente da Cooperativa Cultural Brasileira desde 2008.

Mudou-se para São Paulo em 1999. Especialista em eventos, administradora de empresas, produtora cultural, consultora e professora. Iniciou-se no setor hoteleiro, passando pelo de eventos, turismo e desenvolvimento de ações culturais além de comunicação e marketing, atuando no setor cultural há mais de 20 anos.

Em Minas Gerais, seu primeiro trabalho foi com recreação infantil aos 13 anos de idade. Foi locutora na Rádio Circuito das Águas aos 17 anos e aos 19 já tinha sua própria empresa. Ficou a frente da Secretária de Turismo e Cultura da Prefeitura Municipal de Andrelândia. Foi sócia da agência de turismo ecológico “Cerros da Mantiqueira” e publicou durante quatro anos o jornal Informativo do Turista e por dois anos o Informativo Sul de Minas. Desenvolveu em 168 cidades do Sul de Minas o projeto “Costurando o Turismo do Sul de Minas”.

Em São Paulo trabalhou em várias agências de marketing e eventos. Atuou como gerente da empresa Trovadores Urbanos, conhecida pelas serenatas. Produziu e representou por mais de oito anos, o compositor e escritor potiguar Reynaldo Bessa. Realizou produções musicais em variados espaços com a participação de artistas como Zé Rodrix, Guarabyra, Rita Ribeiro, Trovadores Urbanos etc. Foi sócia da agência Outros Sóis Web e do Jornal O Toque-www.otoque.com.br, informativo sobre o mercado da música. Atualmente continua a frente da empresa Lima Cultura, Turismo e Eventos. Mas se destaca como presidente da Cooperativa Cultural Brasileira, onde iniciou em 2007 primeiramente um trabalho de produção de 19 projetos aprovados pela CCB nos editais do PROAC.

Na gestão da CCB idealizou e implantou ações como: a reestruturação do departamento de “Cultura e Fomento” para Projetos, captação e representação dos cooperados junto aos contratantes; a “Incubadora de Cooperativas de Cultura” que visa auxiliar a criação de cooperativas em outras regiões e países (México, Argentina, Peru, Portugal, Angola), aumentando assim a participação democrática dos sócios e a viabilidade efetiva do acesso à cultura; o “Dia de Ação cultural” – um dia inteiro de encontro com a classe artística dos municípios para discutir sobre cultura, cooperativismo e políticas culturais; criação da “FEBRACCULT” Federação Brasileira das Cooperativas de Cultura; além de articular parcerias de intercâmbio com entidades de cultura em muitos países. E atualmente a responsável e coordenadora geral do projeto “A Lenda da Agua Grande – Ballet Nacional de Cuba” realizado através de uma parceria da Cooperativa com o BNC.

Workshops:

13/09 – Workshop: “Elaboração de Projetos”

“ Como elaborar e escrever projetos culturais, artísticos e educacionais que possam ser executados com sucesso.“

O Workshop irá ensinar escrever um projeto. Desde o esboço até a finalização. Quais os itens que envolvem uma construção de projeto.
15/09 – Workshop: “Prestação de Contas em projetos”

“A prestação de contas é estabelecida antes de cadastrar o projeto, ela faz parte da elaboração. Aprenda neste Workshop de A a Z o processo de uma prestação de contas adequada e sem problemas.”

Como elaborar uma planilha de orçamento que poderá ter sua prestação de contas aprovadas /Como preparar uma planilha de custos para projetos e calcular impostos como: INSS, ISS, CONFINS, PIS etc./ Prestar contas para a Lei Rouanet, Proac de ICMS, Emendas parlamentares, projetos para editais/ Leis tributárias e trabalhistas.

19/09 – Workshop: “Lei Roaunet”

“Como colocar seus projetos para aprovação na LEI ROUANET “

O Workshop irá ensinar como enquadrar na Lei Rouanet um projeto já pronto. O que é e como preencher via SALICWEB. Como verificar todas as etapas. Como fazer o acompanhamento do andamento do projeto, da captação etc. Como escrever ofícios, justificativas etc. O que é a Lei Rouanet, como ela funciona e como ela se divide;

20/09 – Workshop: “Lei de incentivo PROAC/ICMS”

“Como colocar seus projetos para aprovação junto ao PROAC DE ICMS “

O Workshop irá ensinar como enquadrar na lei do ICMS - PROAC um projeto em construção. O que é e como apresentar os projetos. Quais os valores estipulados para cada processo. Como verificar todas as etapas. Possibilidades de captação. Números e alíquotas do PROAC. Como trabalhar os patrocinadores e como eles fazem o aporte do dinheiro.

21/09 – Workshop: “Captação de recursos para projetos”

“Você escreveu os passos para seu projeto e agora que você tem tudo pronto vem o mais difícil: onde conseguir e como conseguir dinheiro“

O Workshop trabalhar todas as formas de captação de recursos, não só as com incentivo de leis mas também as variadas possibilidades de capitalizar para seus projetos. Como ser criativo em tempos de crise e como aprender com exemplos bem sucessidos. Eliminar o mito da captação de recursos por lei de incentivo como único recurso.

Informações de todos os workshops:

- dois horários a disposição do participante: das 10 às 13:30 h ou das 19 às 22:30 h

- Carga horária de cada workshop: 3 h.

INVESTIMENTO:

- Cada Workshop:

R$ 80,00 (oitenta reais) para não cooperados

R$ 40,00 (quarenta reais) para cooperados

- Pacote de 3 Workshops

R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) para não cooperados

R$ 97,50 (noventa e sete reais e cinquenta centavos) para cooperados

- Pacote com os 5 Workshops

R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para não cooperados

R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais) para cooperados.

PAGAMENTO ANTECIPADO ATÉ 2 DIAS ANTES DO EVENTO TERÁ DESCONTO DE 20%.

Pagamento através de depósito na conta:

Banco do Brasil – Ag. 4078-9 / Conta: 9949-x – Cooperativa Cultural Brasileira – cnpj: 06.292.764/0001-84

Inscrições e informações: ecooa@coopcultural.org.br ou pelo tel: 11-3828-3447 com Míriam ou com Julio (11) 9985-8863

O blog da ECOOA é: ecooa.blogspot.com.

EM BREVE ESTAREMOS COM ESTES CURSOS EM: ARAÇATUBA, PRESIDENTE PRUDENTE, BAURU, MARILIA, RECIFE, CUIABÁ, RIO DE JANEIRO, BRASÍLIA, SALVADOR, SUL DE MINAS, BELO HORIZONTE ETC.

Se Deus quiser falar comigo

Postado em 1 de setembro de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Entre os 134 autores convidados para a Bienal do Livro do Rio, que começa hoje, o canadense William P. Young, 56, é certamente um dos menos publicados -só um livro seu chegou ao público.
Esta única obra ("A Cabana"), no entanto, vendeu 3 milhões de cópias no Brasil desde o lançamento, em outubro de 2008, segundo a editora Sextante (nos EUA, foram mais de 10 milhões).
Para comparação: os sete "Harry Potter" venderam 3,6 milhões em uma década.

Young atribui o sucesso de seu livro aqui à "espiritualidade profunda" dos brasileiros.

Ex-seminarista, filho de missionários, diz que a obra reflete "a jornada de 11 anos para curar meu coração", na qual aprendeu a lidar com seus traumas: o abuso sexual num colégio cristão, a morte de parentes, o caso com uma amiga de sua mulher.

Em paz consigo e desligado de qualquer religião formal, escreveu "A Cabana" a pedido da mulher, como presente de Natal para os seis filhos. Deu algumas cópias a amigos, e dois deles criaram uma editora para publicá-lo.

O livro conta a história de Mackenzie, ou Mack, que se encontra com a Santíssima Trindade na cabana em que a filha foi assassinada.

Young, que participa da Bienal nos dias 7 e 9/9, conversou com a Folha por telefone. Lembrou de sua primeira vinda ao Brasil (em 2009) e falou do impacto do livro em sua vida e na dos leitores.

Folha - Como é a sua vida depois de "A Cabana"?

William P. Young - A jornada para curar meu coração já havia acontecido antes do livro, então nada do que é importante para mim mudou. Agora, posso fazer coisas que não podia, como comprar uma casa, porque tenho dinheiro. Mas o que importa, as relações com amigos, família, Deus, nada disso mudou.

Detalhes dolorosos de sua intimidade foram expostos. Como lida com isso?

Parte do processo de cura é não ter mais segredos. No livro, Mackenzie passa um fim de semana na cabana, e esse período representa 11 anos da minha vida. Nessa fase, ela virou algo aberto, não tenho segredos. Tenho uma história complicada, machuquei pessoas, falhei. Não sou mais quem eu era, não tenho medo do passado, eu o entendo.

No livro, Mack diz não se sentir confortável com suas habilidades para escrever. O sr. se sente confortável com a sua?

Sim. Sou Mackenzie em muitos aspectos. Sempre fui um escritor. Quando era pequeno, a escrita era uma maneira de liberar a dor. Aí comecei a escrever como presente. Mas nunca me ocorreu publicar, nem quando escrevi "A Cabana" como presente para as crianças. Foi um processo engraçado perceber que outras pessoas, além das que me amam, poderiam gostar do que eu escrevia.

Como foi vir ao Brasil?

Estive em São Paulo, Rio e Curitiba e fiquei agradavelmente surpreso. Na primeira noite, em São Paulo, assisti a um show de Cauby Peixoto. Quão incomum, não? Eu não o conhecia, e de repente aquele senhor entrou no palco, com um cabelo longo que era claramente uma peruca, e uma voz linda, fenomenal.

Como vê o fato de a religião estar cada vez mais presente no debate político?

Obama é um homem muito espiritual, assim como o são as pessoas que o estão atacando. Em cada guerra religiosa, todos acham que Deus está do seu lado. Não gosto disso, acho que Deus está do lado da humanidade. A religião é uma coisa que a humanidade criou, uma mitologia que sustenta um poder.

Fonte: MARCO AURÉLIO CANÔNICO/ Folha São de São Paulo

CPI do Ecad ouve Ivan Lins e Sandra de Sá na próxima semana

Postado em 22 de agosto de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) reúne-se na próxima quarta-feira (24/8), às 13h, para ouvir os depoimentos de Ivan Lins e de Sandra de Sá. Além dos dois cantores e compositores, participarão o gerente-executivo de Arrecadação do Ecad, Márcio de Oliveira Fernandes, e o advogado Daniel Campello Queiroz, especialista em direito autoral.

A reunião será a sétima da comissão, que é presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-PA) e tem como relator o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Além das denúncias de irregularidades na arrecadação e distribuição de direitos autorais, a comissão pretende investigar os abusos da ordem econômica; a prática de cartel no arbitramento de valores de direito autoral; e a necessidade de debater o modelo de gestão coletiva centralizada de direitos autorais de execução pública no Brasil, bem como o aprimoramento da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais.

Depoimentos – A suspeita de existência de uma “caixa preta”, com falta de transparência na gestão de recursos no Ecad, foi reforçada pelos primeiros depoimentos prestados na comissão, no último dia 2.

Segundo o advogado Samuel Fahel, ex-gerente jurídico do Ecad, diretores e colaboradores da entidade recebem bônus a cada vitória obtida na Justiça, enquanto os autores, que fazem jus aos percentuais arrecadados, ficam sem seus recursos.

Por sua vez, o vice-presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Oscar Simões, apontou a ausência de transparência e a inexistência de critérios para as cobranças do escritório central, que se transformou em uma máquina de litígios. Ele também condenou a cobrança de 2,55% do faturamento bruto das televisões por assinatura para o Ecad.

A diretora-executiva da União Brasileira de Compositores (UBC), Marisa Gandelman, falou sobre inquérito que envolve ex-funcionários da entidade, ligada ao Ecad. Entre eles, estão o motorista Milton Coitinho dos Santos (suspeito de fraudar fichas de trilhas sonoras de filmes, como Didi quer ser Criança, Polaróides Urbanas e O Homem que Desafiou o Diabo para receber até R$ 120 mil) e a estagiária de Direito Bárbara de Melo Moreira, já ouvidos pela comissão.

Milton disse que nunca ouviu falar do Ecad e que alguém usou o seu nome para envolvê-lo no caso. Também negou ter encontrado uma brecha no sistema de direito autoral para receber dinheiro, acusação que teria motivado o Ecad a abrir inquérito policial contra ele.

No mesmo depoimento, Bárbara confirmou ter recebido dinheiro referente a direito autoral como procuradora do motorista. Informou ter sido convidada a participar do negócio pelo seu cunhado, Rafael Barbor, que trabalhava na sede da UBC. Embora tenha confirmado receber em nome de Milton, ela disse que só veio a conhecer o motorista naquele depoimento da comissão.

Também ouvido pela comissão, o titular da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, Vinícius Carvalho, atribuiu ao Ecad uma conduta anticompetitiva e “cartelizada”. Após a afirmação que o Ecad distribui bônus, Randolfe Rodrigues quis saber se a prática não descaracterizaria a finalidade da entidade, que não tem fins lucrativos. Vinícius disse acreditar que sim e observou que a atuação do Ecad prejudica tanto artistas quanto consumidores.

Representantes da Associação dos Titulares de Direitos Autorais (Atida) e da Associação de Intérpretes e Músicos (Assim) também esclareceram na comissão os motivos que levaram ao seu descredenciamento da entidade. Se uma suspeita de fraude estaria na raiz do desligamento da Atida, a tentativa de criar um órgão de arrecadação para concorrer ou substituir o Ecad teria levado ao afastamento da Assim. O balanço do Ecad demonstra repasses de recursos para a Atida nos anos de 2007, 2008 e 2009, mas Oliveira negou ter recebido esses pagamentos.

Já os cantores Leoni e Frank Aguiar disseram na comissão que não se sentem representados pelo Ecad. Ambos, porém, manifestaram receio pelo fechamento da entidade, por ser a única estrutura de arrecadação de direito autoral existente no país.

Fonte: Agência Senado

Ex-funcionário da UBC faz novas acusações contra o Ecad

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Acusado de fraudar o sistema do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) para receber indevidamente R$ 110 mil provenientes de direitos autorais, o ex-funcionário da União Brasileira de Compositores (UBC) Rafael Côrtes, negou que tenha envolvimento no esquema em depoimento na CPI da Alerj, nesta quinta-feira (18/8).

De acordo com a UBC, Côrtes teria se utilizado de documentos do motorista Milton Coitinho dos Santos para se apropriar de direitos de composições de autores como Caetano Veloso e Guto Graça Mello. O ex-funcionário da UBC, uma das nove associações que compõem o Ecad, aproveitou seu depoimento para fazer novas denúncias contra a instituição.

“O interesse econômico fala mais alto neste mercado, em desrespeito ao artista. Há coisas muito piores na UBC. Já passou da hora de haver fiscalização. Acho que sou bode expiatório, mas não quero ser vítima. Estou tranquilo e irei a Brasília, se convocado para a CPI do Ecad no Congresso”, disse Côrtes, que trabalhou por quatro anos no departamento de relações internacionais da UBC.

Segundo Côrtes, o Ecad cobrou, em 2009, direitos autorais sobre um curta francês sem trilha sonora, que havia sido exibido no Brasil em um festival de cinema. Na época, ele recebeu um e-mail da Facem (sociedade francesa responsável pelo filme) informando que o curta não tinha nenhum tipo de música. Diz ter repassado esse e-mail para o atendimento do Ecad questionando o fato, mas a cobrança teria se mantido.

O réu não soube dizer nem qual era a quantia exata nem quem a recebeu. Ele acusa também o Ecad de cobrar por canções de domínio público e redistribuir a verba entre demais associados com o consentimento da assembleia geral da instituição. Descobriu-se, durante a CPI, que o IP (protocolo da internet) de onde se originaram os e-mails de Milton Coitinho vem de dentro da própria UBC.

A CPI aprovou a acareação de Côrtes e também de sua cunhada, Barbara de Melo, quem recebia os pagamentos em nome de Coitinho através de uma procuração. Diante disso, Côrtes ofereceu a quebra de seus sigilos bancário, telefônico e de e-mail.

“Percebemos erros cometidos nesta arrecadação e distribuição da UBC. O depoimento de Rafael contribuiu para desvendar melindres deste sistema”, disse o deputado estadual André Lazaroni, presidente da CPI.

Fonte: O Globo Online

Invasão da Funarte é anacronismo político

Postado em 2 de agosto de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Em recente evento no Rio de Janeiro, de lançamento dos projetos da FUNARTE para 2011, uma jovem colega vinda de São Paulo especialmente para a ocasião, pediu a palavra ao Grassi – presidente da FUNARTE – e ao final do evento leu um manifesto assinado por um grupo auto intitulado Movimento dos Trabalhadores da Cultura, mostrando que o MinC esta investindo muito aquém do que deveria nos programas de fomento e que as ações ali anunciadas eram paliativos diante da dívida do governo federal com o setor. Apesar do pequeno constrangimento causado pela denúncia num momento festivo – e que foi contornado com elegância, educação e espírito democrático pelo presidente Grassi – intimamente fiquei feliz com a manifestação da companheira. Acho que aquela manifestação cumpriu um papel importante ao chamar a atenção da platéia para os descaminhos do MinC.

Me imaginei aos 20 anos, iniciando minha carreira teatral e paralelamente minhas atividades como militante da causa da cultura, e fiquei feliz em pensar que há trinta anos atrás eu poderia ter tido coragem de fazer o que aquela bela e jovem companheira fazia.

Olhando o auditório em que o evento acontecia – sala Sidnei Miller – vi algumas gerações de artistas – a maioria dos quais conhecia pelo nome! – de gente que ao longo dos anos lutou para que tivéssemos um MinC forte, com políticas públicas democráticas, transparentes e permanentes, como aquela colega estava reivindicando. E me senti representado, e senti que aquela voz doce e enérgica representava os meus companheiros ali presentes, pois representava a nossa luta. Não aplaudi, afinal estávamos ali para prestigiar os companheiros da Funarte, que apesar de um ministério inoperante e esvaziado, conseguiam nos dar boas notícias de continuidade dos editais de fomento, de pagamentos que não haviam sido feitos pelo governo anterior, de novidades concretas e boas como novos editais públicos para ocupação das salas da Funarte e a reabertura do Dulcina, entre outras ações. Estávamos ali para apoiar e para comemorar as conquistas que só Deus sabe o que Grassi e sua equipe devem ter gramado para conseguir num ministério onde a Ministra esta mais por fora que umbigo de vedete da Praça Tiradentes...

Apesar de concordar que aquelas ações que estavam sendo anunciadas eram mínimas, reconhecia o esforço e considerava descortês protestar naquele momento, mas intimamente me solidarizei com aquela manifestação juvenil, e naquele caso, justa. Fiquei feliz de ver jovens chutando o pau da barraca, dentro dos limites da razoabilidade, da democracia, ali a única regra quebrada foi a da educação ( e mesmo assim acho que não foi, a colega tinha o direito a falar e falou). Ao final de sua fala/leitura de um manifesto, a jovem companheira anunciou que uma "bomba" estava sendo preparada para chamar a atenção para as reivindicações. Achei engraçada a expressão que transformava a companheira numa Osama Bin Laden dos trópicos e de saia.

Pois é, a tal bomba anunciada foi a invasão das dependências da Funarte/SP no último dia 25, impedindo que os funcionários da casa trabalhassem e suspendendo unilateralmente as atividades culturais que ali se realizavam – inclusive a temporada da peça em cartaz, vencida por edital público.

No tal manifesto o tal Movimento Trabalhadores da Cultura reivindica a "imediata aprovação da PEC 236, que prevê a cultura como direito social; imediata aprovação da PEC 150, que garante que o mínimo de 2% (40 bilhões de reais) do orçamento geral da União seja destinado à Cultura; imediata publicação dos editais de incentivo cultural que foram suspensos; descontingenciamento imediato da parca verba destinada à Cultura".

Poucas vezes eu acompanhei uma ação política tão anacrônica na minha vida.

Que o MinC esta deixando muito a desejar, isso é fato, nem tanto pelos motivos alegados pelos invasores afinal a maioria das reivindicações já estão formatadas como projetos de lei e estão tramitando no Congresso Nacional, portanto sequer estão na alçada de deliberação do Ministério, muito menos da Funarte!

Mas ao se valer de métodos terroristas de ação o MTC impõem ao movimento um grande retrocesso atropelando uma pauta justa com uma ação descabida. A reivindicação deixa de ser a questão. A questão é que um grupo de artistas que esta longe de representar uma opinião hegemônica na classe artística brasileira, sequer hegemônica na cidade de São Paulo, invadiu um prédio público, desalojou funcionários e artistas que lá trabalhavam, ou seja, em nome da democracia cometem um ato absolutamente ditatorial, sectário, intransigente, completamente fora de propósito e deslocado no tempo. É preciso que essa ação desastrada e infantilóide acabe imediatamente.

A invasão deixa claro duas questões eminentes. Primeiro: temos um ministério sem direção. A indicação da cantora e compositora Ana de Hollanda, que teve minha simpatia num primeiro momento, tem se revelado frustrante. Até agora Ana não conseguiu balbuciar uma palavra que indicasse o rumo que seu ministério vai tomar e não conseguiu manter os níveis orçamentários minimamente dignos para a pasta.

Mostra-se , a cada dia, fraca e sempre refém dos fatos não conseguindo colocar em pauta suas sugestões de ações. Parte disso se deve a própria base de apóio do governo insatisfeita desde o inicio com a sua indicação, o tal "fogo amigo". No entanto, entrando no oitavo mês de mandato, se a ministra não conseguiu contornar a situação, ela mostra que não tem condições de ocupar o cargo. Pequenos comentários na imprensa mostram que o Governo já entendeu isso, e que a substituição da ministra é uma questão de tempo. Que a Presidenta Dilma nos surpreenda positivamente – como em algumas de suas últimas ações! – e que coloque no MinC alguém que esteja acima das disputas partidárias de sua base e que tenha condições e propostas para retomar o caminho de fortalecer o jovem MinC, retomando a gestão positiva do Ministro Gil.

Segundo: mostra que as entidades de classe não estão organizadas para tomar a frente da necessária luta pelos avanços que esperamos no MinC. Existe sim um vazio da liderança política nesse processo que dá margem para esse tipo de ação aventureira.

Nos oito anos de governo Lula as entidades foram alijadas dos processos decisórios sendo substituídas por uma cultura de assembleísmo que minam a representatividade da classe em nome de uma prática pseudo democrática. É urgente que a classe artística organizada de forma representativa e democrática, através de suas entidades, assuma a vanguarda desse processo, organize o movimento, promovendo debates, produzindo documentos, propondo e cobrando dos governantes.

Me chocou também que os integrantes do Colegiado Setorial de Teatro, uma instância consultiva criada a pedido do próprio MinC para discutir as questões ligadas a ele, tenham lançado uma Moção de Apoio a essa invasão. Ao assinar tal manifesto os companheiros mostram que não tem mais o que debater com o MinC. Seria mais digno e impactante que ao invés de ficarem jogando lenha numa fogueira que não vai levar a nada, incentivando ações políticas descabidas e infantilóides, entregassem seus cargos mostrando sua insatisfação com a falta de diálogo e os atuais rumos, ou falta de rumo, do ministério. Isso sim seria uma ação política responsável e forte. Não faz o menor sentido um colegiado de assessoramento e consulta do MinC apoiar uma ação tão equivocada contra o próprio MinC.

Os que estão de fato buscando discutir políticas públicas para a cultura, dentro do regime democrático e principalmente dentro do desenvolvimento da luta pela consolidação de avanços no MinC, devem imediatamente se manifestar contra esse ato unilateral e autoritário para não serem confundidos com um grupo mega minoritário, isolado e equivocado que quer impor suas posições com ações espetaculosas. Ao contrário de ações desse tipo, datadas e descabidas, temos é que encontrar novas formas de exercer a democracia, ampliando seus limites, pois ainda temos muito chão para percorrer.

Fonte: DUDU SANDRONI, diretor e ator de teatro.

Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de classe para exercer sua profissão.
Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar profissionalmente se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.

Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar documento de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder se apresentar.

A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido quando chegar no tribunal.

Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades só pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados", afirmou.

O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.

Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas, por entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.

FELIPE SELIGMAN – Folha de São Paulo.

Cooperativa Cultural Brasileira repudia ato de invasão na Funarte

Postado em 29 de julho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Prezados Cooperados, parceiros e trabalhadores da Cultura, aconteceu na FUNARTE EM SÃO PAULO uma invasão, antidemocrática, radical e quase ditatorial. Este movimento, que se auto-intitula “Movimento dos trabalhadores da cultura” não é apoiado pela Cooperativa Cultural Brasileira.

Nós cooperativistas não acreditamos na violência, na chantagem ou nas atitudes que desconhecem o diálogo. Isso não pode ser confundido com um ato democrático, pois não é. Democracia não é anarquia, não é violência, não é ameaça. A democracia, acima de tudo, é o diálogo. Diálogo com os entes que governam.

Não podemos mais aceitar que pessoas partidárias e com interesses políticos-partidários usem de assuntos tão importantes para criar movimentos para atender interesses pessoais de um pequeno grupo. Isso é ditadura. Ditadura às avessas, mas ditadura.

A Cultura no Brasil já é a que mais sofre pela carência de investimentos e a que primeiro é prejudicada quando há cortes de verba. Por isso, não se pode admitir que venha a ser prejudicada também por movimentos pueris, cuja bandeira nem sequer atende aos anseios reais e efetivos dos trabalhadores da cultura e da população em geral.

A massa da cultura não foi participada da ação e de seus reais motivos, sabemos que existe no local inclusive uma grande maioria que é de representantes das mulheres do MST. Querem ficar na FUNARTE, tomar um espaço que é público em detrimento de todos os outros que não estão participando deste movimento e ainda querendo criar um coletivo de quem está nesta ação. Onde é que isso é socialismo?

Estão esperando para que alguém perca a paciência e que aconteça uma tragédia para isso virar um “grande motivo”. Será que não temos violência demais neste mundo?

A Cultura precisa de recursos, é inegável. Mas não é só isso. Não podemos admitir movimentos com nítido e exclusivo caráter financeiro, escondidos em pseudos discursos, quiçá quando possam macular os reais interesses e conquistas dos trabalhadores da Cultura.

A Cultura precisa de recursos financeiros, mas não pode se limitar a objetivá-los.

Nos últimos dias 28 e 29 estive com diversos representantes das mais variadas entidades de Cultura deste país e todos foram unânimes em afirmar que desconhecem esse auto-intitulado “Movimento pela Cultura” ou não foram consultados, e nem informados sobre ele. Logo, é fato que foi ele articulado por um pequeno grupo, que não representa os trabalhadores da cultura, como querem fazer parecer e estão usando uma massa de estudantes e movimentos que não são da área para fazer volume.

É importante observar que todos os outros estados já estão trabalhando com os editais da FUNARTE, mas apenas o estado de São Paulo ainda não, o que, acredita-se, deva-se a esse movimento antidemocrático e anticultural.

Por outro lado, não é verdadeira a afirmação de que “não há PROGRAMAS E POLÍTICAS CULTURAIS DO GOVERNO FEDERAL”.
Existem. Porém é preciso que nós estejamos atentos e participativos para que não sejam abandonados. É preciso que trabalhemos no sentido de que sejam implantados em sua totalidade e continuem suas realizações. Claro, depois e sempre, que tenhamos olhos e ouvidos atentos para ajudar na fiscalização de todas estas ações. A Sra Dilma Roussef acabou de assumir e a Ministra Ana de Holanda também, não estou defendendo isto ou aquilo, mas a lógica e o bom senso de quem trabalha com o governo é saber que 6 ou 7 meses é muito pouco para dizer que não estão dando continuidade nos programas.

Temos muitas críticas aos projetos e estratégias culturais implantadas pelo MINC, pelos estados, incluindo o de São Paulo onde temos a atuação maior, e prefeituras. Há sim muitas falhas, mas toda construção é assim. Nosso papel, como trabalhadores da Cultura, é, através do diálogo, sério e pontual, apresentar as falhas e colaborar para construção de um modelo de Cultura que atenda aos anseios dos trabalhadores e de toda a população. Negociar, estabelecer prazos e principalmente fazer isso as claras e com todos os interessados.

Cultura é mais do que angariar recursos para um ou outro projeto pessoal. É mais do que um meio de vida. É mais que uma peça de teatro, um livro, um show, um espetáculo. A Cultura precisa ser vista e pensada como o que é. Cultura é criação e transmissão de conhecimento, é o desenvolvimento e evolução humana, pessoal e social.

É preciso mudar os paradigmas. A ameaça, a chantagem e as atitudes antidemocráticas como essa que ora repudiamos não é “cultural” é “anticultura”. É involução. Somente podemos obter resultados que favoreçam a Cultura brasileira com ações democrática participativas; atuando como entes culturais, que buscam incentivo para a Cultura.

Apenas podemos exigir o que demos condições de oferecer.

O Ministério da Cultura, bem como a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e outros estados, além dos municípios, tem investido e, principalmente, olhado pela Cultura. É um processo lento. Foram muitos anos de abandono. É preciso que todos nós como entes culturais reconheçamos que no processo histórico brasileiro é inegável que nos últimos 10 anos obtivemos grandes avanços nos movimentos culturais e apoio com relevantes investimentos na área.

É preciso mais, é claro. Mas, a evolução somente é possível a partir do momento em que se conhece o passado e se crie uma meta futura.

Afirmações inverídicas que se limitam a negar a realidade não ajudarão no processo da evolução da Cultura no Brasil.

No ano de 2010 tivemos, por exemplo, a votação da PEC 150 que vincula um orçamento para municípios, estados e governo, mas, estranhamente, não vimos nenhum movimento como esse que se formou para invadir a FUNARTE. Por que? Ali, naquele momento, era a hora e o local certos para que se buscasse e evolução da Cultura através de uma mudança legislativa.

Por que não há um movimento para que leis de incentivo sejam alteradas de modo evitar que se limitem a serem destinadas sempre ao mesmo e restrito grupo, como, por exemplo, se verifica em São Paulo, com a Lei de fomento ao Teatro?

Também não podemos mais aceitar que usem do tema: “Cooperativa” ou “Cooperativismo” para fazer política partidária e sem fundamento, pois, inclusive, uma das regras do cooperativismo legítimo é que as cooperativas não se posicionem partidariamente, mas apenas atuem suprapartidariamente para discutir assuntos relativos àquela classe de trabalhadores cooperados.

A cultura e o cooperativismo podem ajudar e muito a mudarmos a Cultura no Brasil. Todos podem ajudar nestas ações que objetivam fomentar a Cultura no Brasil, mas, somente faremos isso com paz, diálogo e cultura.

Estamos em 2011; não é crível que ainda se acredite que movimentos ditatoriais, agressivos, ameaçadores, articulados por interesses de um pequeno grupo, valendo-se das fraquezas e necessidades do trabalhador, possam gerar ações positivas. A única coisa que esse movimento conseguiu até agora, como não poderia deixar de ser, foi prejudicar os trabalhadores da cultura com o adiamento os dos editais que já estão sendo trabalhados em outros estados.

Peço que todos os que querem realmente alguma mudança da Cultura nesse país não cedam a mais um movimento que não representa de fato os trabalhadores da cultura, pelo menos não a maioria, usem suas redes sociais, Twitter e Facebook principalmente, para repudiar este e tantos movimentos que não defendem os reais interesses da Cultura e que no seu centro presenciamos interesses pessoais.

Vamos lutar de verdade e com transparência pela evolução e organização da Cultura. Chega de lutar só por distribuição de dinheiro senão seremos eternos pedintes e é assim que nos tratarão.

Atenciosamente,
Marília de Lima
Presidente – Cooperativa Cultural Brasileira

Democracia significa: “diálogo do povo com o governo”. Quanto um movimento q se diz “democrático” levanta e diz “não queremos dialogar com o governo” tá dizendo “não queremos democracia”.

Precisamos conhecer nossas palavras, ações, intenções, reações e resultados... assim, pensando antes de agir, seremos felizes.

"Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia"(Ghandi)

Presidente da Cooperativa Cultural Brasileira, Marília de Lima, em entrevista sobre o Ballet Nacional de Cuba para a Globo News

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira



O balé traz a coreografia que conta uma lenda guarani, onde as Cataratas do Iguaçu teriam surgido com as lágrimas de uma índia apaixonada por um guerreiro.

Mais informações em: http://alendadaaguagrande.com.br/

Entidades culturais promovem debate com secretário da Cultura de São Paulo

Postado em 24 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Aconteceu terça-feira, 21, na sede da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o encontro entre representantes de entidades culturais e o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, com o objetivo de debater sugestões para a melhoria das ações da Secretaria.

O encontro foi realizado pelo Conselho Brasileiro de Entidades Culturais (CBEC) e contou com a presença da presidente do Conselho, Eneida Soller, do representante do Ministério da Cultura, José Luiz Herencia, que formaram a mesa do debate com o secretário Andrea Matarazzo, presidentes de cooperativas culturais - a CCB foi representada pela presidente Marília de Lima - e representantes de entidades das áreas de circo, audiovisual, música, teatro e dança.

No início do debate, o secretário Andrea Matarazzo falou sobre as prioridades da pasta. Matarazzo afirmou que a sua administração será pautada pela valorização e ampliação do acesso a cultura e pela qualificação dos equipamentos culturais. Em seguida fez um apanhado geral dos programas e incentivos da Secretaria para o fomento a dança, teatro, cinema, circo, música e demais áreas na capital e interior de São Paulo. Andrea Matarazzo revelou também, antes de passar o microfone para debater com os participantes do encontro, os novos projetos da sua administração, entre eles, a criação do Circo de São Paulo, a expansão da Pinacoteca para o interior, a construção do Complexo Cultural Luz e do Museu da História de São Paulo.

O debate com os participantes foi aberto pelo cineasta Alain Fresnot, presidente da Associação Paulista de Cineastas (APACI). Fresnot pediu ao secretário da Cultura de São Paulo um maior incentivo para produção audiovisual e mostrou o crescente apoio dado ao cinema no Rio de Janeiro como um exemplo a ser seguido pelo Estado de São Paulo.

Marília de Lima, presidente da Cooperativa Cultural Brasileira, explicou no debate com o secretário Andrea Matarazzo como uma cooperativa facilita a contratação do trabalho dos artistas, protege os diretos dos seus associados e elimina na cadeia de contratação dos profissionais da cultura a necessidade de intermediários inidôneos, que burlam a fiscalização dos órgãos governamentais e prejudicam os artistas. Marília de Lima lembrou da ligação histórica do governador Geraldo Alckimin com o cooperativismo - o pai do governador foi o fundador da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) - para que o Governo de São Paulo reveja o decreto que limita a participação das cooperativas no Edital ProAC ICMS, um fator que impede o desenvolvimento das organizações cooperativistas e prejudica milhares de associados.

Fonte: Giorgio Rocha

A Lenda da Água Grande

Postado em 17 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Conheça o site do espetáculo “A Lenda da Água Grande”, do renomado Ballet Nacional de Cuba. A turnê brasileira do Ballet Nacional de Cuba é uma realização e produção da Cooperativa Cultural Brasileira.

Endereço: http://alendadaaguagrande.com.br/

A turnê do Ballet Nacional de Cuba na imprensa

Postado em 16 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

A turnê brasileira do Ballet Nacional de Cuba, uma realização e produção da Cooperativa Cultural Brasileira, é destaque na imprensa. Veja às notícias nos endereços abaixo:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/929451-bale-nacional-de-cuba-apresentara-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.shtml

http://m.estadao.com.br/noticias/arteelazer,bale-nacional-de-cuba-traz-ao-brasil-peca-sobre-as-cataratas-do-iguacu,732130.htm

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/efe/2011/06/13/bale-nacional-de-cuba-apresentara-no-brasil-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.jhtm

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=29101152

http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/fdg/201106151358403266/201106151358403266.html

http://www.candango.com.br/newcandango/espetaculo/Materias/Ballet_Nacional_de_Cuba.html

http://jornalcorreiodasemana.com.br/site/?p=17969

http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2011/06/13/bale-nacional-de-cuba-apresentara-peca-sobre-cataratas-do-iguacu.jhtm

Santo Antônio, o Casamenteiro

Postado em 13 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Santo António de Lisboa, internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua, (Lisboa, 15 de Agosto de 1191-1195 ? - Pádua, 13 de Junho de 1231), de seu nome de batismo Fernando de Bulhões, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.


Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço (1210) no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, tendo posteriormente ido para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde fez seus estudos de Direito. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador. Foi professor de Teologia e grande pregador. Foi convidado por São Francisco para pregar contra os Albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.

Santo António de Lisboa é considerado por muitos católicos um grande taumaturgo, sendo-lhe atribuído um notável número de milagres, desde os primeiros tempos após a sua morte até aos dias de hoje.

Protetor dos noivos, é tradição em Lisboa realizar-se um casamento coletivo, no dia 13 de Junho, na sua igreja, junto à Sé de Lisboa.

Brasil

No Brasil, onde o santo tem muitos devotos, é também frequentemente reverenciado como Santo Antônio, o Casamenteiro. O arraial de Santo Antônio do Leite, no Estado de Minas Gerais, Brasil, tem em sua igreja uma imagem de Santo António de Lisboa, trazida de Portugal em finais do século XVII.

Em Barbalha, no interior do Ceará, o mês de junho é dedicado ao santo, que é padroeiro da cidade. Destaca-se o Pau da Bandeira, cerimônia onde os devotos cortam uma árvore de grande porte e a utilizam como mastro com uma bandeira de Santo Antônio. A festividade reúne milhares de pessoas.

No sincretismo religioso, Santo Antônio é conhecido no Candomblé da Bahia como Ogum, o orixá da guerra.

O Santo é também padroeiro da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e de Patos de Minas e Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, onde seu dia é feriado municipal.

Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com uma vasta programação, a festa para o Santo padroeiro é celebrada com missa diária, pastelada, barracas com comidas típicas, quadrilha, noites temáticas, e shows. A festa é tradicional e tem como principal atrativo o bolo de metro com várias alianças, que é repartido e distribuído sempre no dia 13. O pedaço do bolo é bem requisitado pelas mulheres solteiras que sonham com um casamento próximo. Diz à tradição que aquela que achar uma aliança no pedaço de bolo é a grande sortuda a subir ao altar com um noivo.

A cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, também tem como padroeiro o Santo, onde a Paróquia de Santo Antônio realiza todos os anos a trezena e no dia 13 a missa e bênção do pão.

Em Borba, no interior do Amazonas, a Festa de Santo António é comemorada no período de 1 a 13 de junho e, em 2009, comemoraram-se 253 anos de amor e fé. Romeiros de vários estados e até do exterior marcam presença nos festejos todos os anos para pedirem ou agradecerem pelas graças recebidas. O município possui a Basílica de Santo António de Borba, que é a 1ª da América Latina e a 5ª do Mundo a possuir relíquias de Santo António.

No Piauí, a maior festa religiosa da região, reverenciada ao Santo, acontece em Campo Maior.

Na Paraíba, no municipio de Fagundes, há mais de um século a conhecida Pedra de Santo Antônio é visitada por turistas e romeiros de todo o Brasil, no dia 13 de Junho, que é feriado no município.

Em Santa Catarina, no município de Sombrio, são celebradas as Trezenas durante treze dias antes do sábado que antecede a festa, com benção dos pães de Santo Antonio e feriado municipal no dia 13 de Junho. A cidade é uma das poucas no Brasil a possuir uma relíquia do santo, trazida de Pádua (Itália) por uma comitiva que incluiu festeiros de 2011, o prefeito municipal e o pároco.

Fonte: Wikipedia

João Gilberto 80, o mito e sua revolução discreta

Postado em 10 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

João Gilberto faz 80 anos hoje, envolto numa aura de mito e mistério que ninguém mais estranha e que, nele, assenta perfeitamente.

Afinal, ela o acompanha desde julho de 1958, quando ele gravou um 78 rpm (disco simples, de cera, com uma faixa de cada lado), contendo, num dos lados, um samba de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, "Chega de Saudade". Sua interpretação à voz e ao violão dividiu a música brasileira em antes e depois e fundou um gênero, a bossa nova.

O disco não atingiu apenas os músicos, mais equipados para entender as diversas revoluções que ele propunha -harmônicas, rítmicas, instrumentais, vocais.

Ao ser tocado no rádio, virou também a cabeça de jovens brasileiros de toda parte, para os quais, se alguém tão "diferente" como João Gilberto existia, eles podiam enfrentar a família e seguir suas vocações, não importava em que área.

Aos 27 anos recém-feitos, João Gilberto era tudo de novo naquele momento. E nem por isso se tornou o artista mais popular do Brasil.

O público comprou seu disco, mas o cantor não foi para a capa da revista "Radiolândia", para o auditório da Rádio Nacional ou para as chanchadas da Atlântida, que eram então os termômetros da popularidade. Continuou obscuro, escondido num apartamento de Copacabana, depois Ipanema, ignorado até pelos vizinhos. Nem seus melhores amigos podiam se dizer seus íntimos.

Sua voz e seu violão se estabeleceram, geraram outro 78 rpm (este contendo o ainda mais radical "Desafinado", de Jobim e Newton Mendonça) e ampliaram-se num LP -também intitulado "Chega de Saudade"-, que foi saudado ao sair, em 1959, como os 12 mandamentos da bossa nova. Mas nem a foto do cantor na capa (com o rosto sintomaticamente escondido pelo punho no queixo) o tornou uma figurinha fácil.

O que aconteceu depois -a gravação de novos discos, sua silenciosa partida para os EUA em 1962, a gravação de ainda outros discos e sua volta ao país, mais de 20 anos depois, tão silenciosa quanto a ida- foi apenas consequência.

O que importa é que, desde aquele remoto "Chega de Saudade" em 1958, não deve ter se passado um minuto sem que alguém -primeiro, no Brasil; depois, no mundo- tentasse reproduzir a batida mágica do violão, sintetizada por ele, e pela qual se identificou a bossa nova. E até hoje é assim.

Neste momento, em algum lugar, há alguém de violão em punho, diante de um microfone, beneficiando-se do universo sonoro de João Gilberto -de segunda ou terceira mão, não importa, e talvez sem sequer saber que existe ou existiu um João Gilberto. Se o fato de a criação viver à revelia do criador for uma medida da imortalidade, João Gilberto já é imortal.

Nas raras vezes em que se apresenta num palco, ele quer ser incorpóreo. O terno marrom da Brooks Brothers, a camisa azul-celeste da YSL, a gravata e os sapatos italianos têm a função de torná-lo invisível. Só o violão e a voz devem existir.

Assim como as paredes de seu apartamento no Leblon, do qual quase nunca sai, existem para blindá-lo do mundo.

O mundo não existe. Só existe a música. E mesmo esta é para ser cantada cada vez mais baixinho, num sopro, num sussurro, quase que só em pensamento -única forma, para João Gilberto, de vencer a cacofonia que o mundo insiste em produzir.
 
Fonte: RUY CASTRO - Folha de SP

Ballet Nacional de Cuba inicia turnê brasileira em julho com montagem inédita e ingressos populares e gratuitos

Postado em 9 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Renomado pelas produções de repertório de grandes clássicos da dança, o Ballet Nacional de Cuba presenteia o público e inova com a apresentação de um espetáculo inédito baseado em uma história da lenda Guarani. Criado a partir do intercâmbio cultural do país com o Brasil, “A Lenda da Água Grande” tem coordenação de Alicia Alonso, diretora e primeira dama do Ballet Nacional de Cuba.

Hoje com 90 anos, ela é considerada uma das personagens mais relevantes da história da dança e do balé clássico mundial. Devido a idade avançada e a perda da visão, Alicia confiou a coreografia do espetáculo ao premiado Eduardo Blanco.

Para contar a história do surgimento das Cataratas do Iguaçu, que significa água grande, Eduardo Blanco cria a cena da lenda através do amor impossível entre o guerreiro Tarobá e a bela Naipi, que está predestinada a ser uma oferenda viva para Mboi Tu'i, monstro lendário.

Utilizando as referências que pesquisou em sua expedição cultural por Fóz do Iguaçu, na tríplice fronteira, Brasil/ Paraguai/ Argentina, o coreógrafo conseguiu retratar também os costumes da antiga e lendária civilização Guarani e da tribo dos Caingangues.

O resultado é uma apresentação com cenografia, balé, figurino e trilha sonora lapidados com alto nível de rigor técnico e estética que transita entre o tradicional e o contemporâneo.

“A Lenda da Água Grande” chegará ao país pela Cooperativa Cultural Brasileira, em uma iniciativa de sua atual presidente, Marília de Lima, e com apoio do Ministério da Cultura. Além de reafirmar a importância do Acordo de Cooperação Cultural e Educacional firmado em 1988 entre Brasil e Cuba, um dos objetivos é democratizar o acesso ao espetáculo com a realização de apresentações com ingressos gratuitos e outros a preços populares que variam de R$15,00 a R$30,00 reais.
“Quando concebemos o projeto e a vinda do Ballet para o Brasil, a ideia da popularização da dança clássica foi imediata. Acredito que a importância dessa companhia e ainda o fato de termos uma montagem inspirada no Brasil, justifica a democratização do acesso ao espetáculo. Desejamos com isso o aumento de novos expectadores nas platéias da dança.”, afirma Marília de Lima.

A turnê mundial, que estréia no Brasil, acontece entre os dias 19 e 30 de julho. Será realizada em Brasília, depois segue para Salvador e encerra em São Paulo. Futuramente ganha continuidade em outros países, como o Canadá, que já mostrou interesse em receber a montagem pelo ineditismo da proposta.

“O espetáculo foi apresentado em maio de 2010 em Cuba e obteve ótima receptividade. Foi um olhar de Cuba sobre uma lenda brasileira, algo muito diferente do que o Ballet costuma apresentar. O sentimento é de renovação. Alicia Alonso, mais uma vez, demonstrou ser uma mulher extraordinária,” – conclui Marília de Lima.

Além das dez apresentações previstas, acontecerá uma rodada de debates, uma em cada capital, como programação paralela, que visa discutir o mundo da dança e seus profissionais.

Serviço:
“A Lenda da Água Grande” – Turnê brasileira
Brasília –

Teatro Nacional Claudio Santoro – Sala Villa Lobos

SCTN Via N2

Brasília, DF

Telefone: 61 3325-6239 / 6256
19/07 Estreia para convidados - Horário: 21:00 h

20/07 Apresentação gratuita - Horário: 20:30 h

Ingressos: retirada 1 dia antes na bilheteria do teatro das 14 às 17 horas.

Salvador – Teatro Castro Alves – Sala Principal

Praça Dois de Julho, s/n,

Campo Grande, Salvador, BA

Telefone: 71 3117-4899
23/07 Apresentação paga - Horário: 21:00 h Valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

24/07 Matinê gratuita – Horário: 15:00h

24/07 Apresentação noturna paga - Horário: 21:00 h Valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

Ingressos: compra na bilheteria do teatro de 2ª a 2ªf das 12 às 18 horas.

E nos Shopping Barra e Iguatemi - Funcionamento:

Segunda a Sexta das .................... 12:00h às 17:30h

Sábado ............................................... 8:00h às 12:00h
São Paulo – Teatro Anhembi Morumbi

Rua Dr. Almeida Lima, 1.198 - Brás.

Telefone: 11 2872-1457 / 1458

São Paulo, SP
27/07 Apresentação paga - Horário: 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

28/07 Apresentação paga – Horário 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

29/07 Apresentação paga – Horário 21:00 h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

30/07 Matinê gratuita – Horário 15:00 h

30/07 Apresentação noturna paga- Horário 21:00h valor: R$ 15,00 e R$ 30,00

Ingressos: compra na bilheteria do teatro de 3ª a domingo das 14:00h até o início dos espetáculos e via ingresso rápido (www.ingressorapido.com.br)

Maiores informações: alendaaguagrande@coopcultural.org.br

PATROCÍNIO: BNDES, ELETROBRAS, SOUZA CRUZ, ODEBRECHT E JHSF

FICHA TÉCNICA
Direção Geral e Artística: Alicia Alonso
Coreografia: Eduardo Blanco
Música: Miguel Nuñes
Roteiro: José Ramón Neyra
Cenografia: Salvador Fernández
Figurino: Frank Álvarez
Desenho de Luz: Pedro Benítez
Produtor: Luis Carlos Benvenuto
Assistente de coordenação: Taynã Mayara
Bailarinos: 44 integrantes do elenco do Ballet Nacional de Cuba
Gerente Comercial: Martha Espinosa
EQUIPE PRODUÇÃO/BRASIL

Realização e Produção: Cooperativa Cultural Brasileira
Co-Realização: ACCB – Associação Civil Cidadania Brasil
Coordenação Geral: Marília de Lima
Direção de Produção: Claudia Ferraresso
Direção Executiva: Solange Buso
Produção Executiva: Gandia da Silva, Mônica Nunes, Isabella Lopez
Concepção do Projeto: Claudia Ferraresso e Solange Borelli

Arte do Irã vive um boom em meio à crise econômica

Postado em 8 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Um novo capítulo foi aberto para artistas iranianos que desfrutam um boom de vendas e interesse por parte das grandes casas internacionais de leilões, como a Christie's, a despeito do mal-estar econômico global e das sanções contra o Irã.

Trabalhos de pintores iranianos são vendidos por preços bastante altos, não só fora do Irã mas também no interior do Estado islâmico, onde muitos enfrentam dificuldades econômicas.

Muitos iranianos estão receosos sobre o futuro, preocupados com a alta dos preços dos alimentos e aluguéis. Apesar de tudo isso, continua a existir uma demanda aparentemente insaciável por obras de arte iranianas, independentemente das diferenças de estilos, meios e preços. Há mais de uma dúzia de grandes galerias de pinturas em Teerã.

Trabalhando em um escritório moderno, o analista de arte iraniano Alireza Sami Azar diz que a mudança nas atitudes em relação à arte contribuiu muito para o atual boom do mercado, que ele prevê que continue a crescer.

"Essa tendência de crescimento data de 2006, quando grandes casas de leilões, como a Christie's, vieram para a região", disse Azar. A rival Sotheby's incrementou sua presença na região do Golfo.

Donos de galerias dizem que as sanções internacionais não têm impacto negativo sobre o mercado de arte. Iranianos ricos estão tendo mais dificuldade em investir no exterior, devido às sanções; esse fato e a estagnação dos preços no mercado imobiliário tornaram os imóveis uma opção de investimento menos atraente. Os preços recordes do petróleo também ajudam a aumentar o poder de compra na maior região exportadora de petróleo do mundo.

"O jovem artista iraniano contemporâneo Farhad Moshiri foi o primeiro do Oriente Médio a ter um trabalho seu arrematado por mais de US$ 1 milhão na Christie's", disse Azar, acrescentando que, depois, Parviz Tanavoli vendeu sua escultura "Persépolis" pelo valor recorde de US$ 2,8 milhões.

Dona da Galeria Silk Road, em Teerã, Anahita Ghabaian disse que a arte do país agrada em todo o mundo.

Fonte: RAMIN MOSTAFAVI - DA REUTERS, EM TEERÃ

Mestres do acordeom se encontram em São Paulo

Postado em 3 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Não importa referir-se a este instrumento de origem alemã como acordeom, acordeão, sanfona ou gaita.

O importante é não perder a oportunidade de escutá-lo de hoje a domingo, no Sesc Pinheiros, por meio de alguns de seus maiores mestres. Todos acompanhados por excelentes músicos, entre eles o guitarrista Heraldo do Monte, 76, destaque da segunda noite.

Quem abre o evento -e participa em todas as apresentações como convidado de honra- é o pernambucano Dominguinhos, que sobe ao palco para interpretar clássicos como

"Lamento Sertanejo", dele e de Gilberto Gil, entre outras.

Instrumentista desde a mais tenra idade, o músico revela que irá "tocar sentado pra poder tocar mais".

A causa disso, segundo o compositor, é o peso do instrumento, cerca de 13 kg, que há muito vem prejudicando sua coluna. Indagado sobre o que faz um homem tornar-se um grande músico como ele, disse à Folha: "Não acho que eu seja um grande músico.
Sou apenas um tocador de sanfona".

O conjunto de shows abarca várias regionalidades sonoras. Oswaldinho, 57, fluminense, tocará "Um Tom para Jobim", baião sambado, dele e de Sivuca (1930-2006).

Luciano Maia, 30, gaúcho, apresenta o vanerão -ritmo típico do sul do país- "De Véio pra Véio", dele e de Luiz Carlos Borges. Bebê Kramer, 33, também gaúcho, é considerado o sangue novo do acordeom, além de um tremendo improvisador.

Sua execução de "Libertango", de Astor Piazzola (1921-1992), é a prova disso.

Toninho Ferragutti, 52, paulista, traz uma sonoridade mais urbana com seu choro "Helicóptero".

ENCONTRO DE ACORDEONS
QUANDO hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 18h
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANTO de R$ 8 a R$ 32
CLASSIFICAÇÃO 10 anos

Fonte: CARLOS BOZZO JUNIOR – Folha de São Paulo

Documentário vai contar vida de Dominguinhos

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Dominguinhos, me esclareça uma dúvida: foi [Luiz] Gonzaga quem lhe botou esse seu nome, não foi?"

"Foi Gonzaga, Hermeto. Numa gravação. Ele me disse que esse nome que mãe dá pra filho não serve quando a gente vira artista."

"E qual era o nome que sua mãe lhe deu?"

"Era Neném, Hermeto."

"Rapaz, isso não serve mesmo pra artista não..."

O diálogo entre os músicos Dominguinhos e Hermeto Pascoal aconteceu domingo passado, na cozinha de um estúdio em São Paulo.

Na sequência, ambos seguiriam para seus instrumentos e fariam uma série de duetos -todos de improviso, como é do gosto dos dois.

Tanto a conversa da cozinha quanto os números musicais foram gravados em som e imagem e farão parte do documentário "Dominguinhos, Volta e Meia", dirigido por Felipe Briso, que já toma dois anos de trabalho e deve ser lançado em 2012.

O projeto é ideia da cantora Mariana Aydar, com a colaboração -e a direção musical- dos instrumentistas Duani e Eduardo Nazarian.

Pretende dar um panorama da história de Dominguinhos, mestre da sanfona, pernambucano de Garanhuns, retratando seu dia a dia entre o aniversário de 70 anos, neste ano, e o de 71, em fevereiro do ano que vem.

"Filmamos situações de todo o tipo", diz Briso. "Desde um encontro importante com a Jazz Sinfônica, até um dia comum, em que nada acontece. E ensaios, gravações.

Também estivemos em momentos bem pessoais, como o aniversário da filha."

ENCONTROS

Além de Hermeto, já gravaram duetos com Dominguinhos os músicos João Donato e Lenine. Gilberto Gil já agendou sua participação.

Briso conta que usará um quase nada de imagens de arquivo. A intenção é que o passado do músico seja contado por meio desses encontros musicais e conversas.

"Hermeto diz respeito à primeira fase, à infância, a ser autodidata, a essa música universal", diz. "Um não conhecia o outro quando moleques, mas eles têm background muito parecido e essas vidas dialogam."

Donato, conta o diretor, vai espelhar a "fase do Beco das Garrafas" de Dominguinhos, quando ele tinha que tocar todos os gêneros, em bares, para ganhar a vida.

Gil representa o momento em que a música nordestina é resgatada pelo mainstream e o sanfoneiro ganha fama nacional, passa a acompanhar Gal Costa e começa a gravar seus trabalhos autorais mais importantes.

"Lenine é fase posterior, da fusão, das pontes internacionais, do Brasil vendendo música para o mundo", diz. Dominguinhos, que acaba de concluir o tratamento de câncer no pulmão, chega bem disposto às gravações.

er a vida revista no filme o faz mais forte, ele diz.

Lembra que chegou ao Rio com o pai, aos 13, atrás de trabalho. Foram logo a

Nilópolis, à procura de Gonzagão, que o havia visto tocar ainda em Garanhuns e prometeu ajuda quando precisasse.

"A gente não tinha sanfona e a esperança do meu pai era que ele nos desse uma", diz. "Não deu outra.

Em cinco minutos meu pai estava com uma sanfona de 50 baixos na mão. Posso me considerar um sujeito de sorte."

Fonte: MARCUS PRETO – Folha de São Paulo

"São tempos inclassificáveis", afirma o crítico Fredric Jameson

Postado em 2 de junho de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

O crítico cultural Fredric Jameson abriu, na noite de quarta-feira, a etapa paulistana do projeto Fronteiras do Pensamento.

Durante uma hora, leu o texto "A Estética da Singularidade" para 950 pessoas, que pagaram até R$ 1.960 para vê-lo na Sala São Paulo (o valor inclui outras sete palestras, que ocorrerão até o fim do ano).

Sugeriu que vivemos em tempos inclassificáveis, em que conceitos não podem ser aplicados a grupos, mas a eventos específicos.

Exemplificou: "A cozinha molecular de [chef catalão] Ferran Adrià não é feita de objetos naturais. O aspargo foi retirado de sua forma original e reencarnado em outra. Não se pode classificá-lo." Em seguida, comparou: "A ideia se aplica na economia. É impossível teorizar o mercado de derivativos."

Sobre arte, reclamou de jovens que preferem se inspirar em ideias do filósofo Jean Baudrillard, do que em traços do pintor Pablo Picasso.

"Arte não é mais um objeto, é um evento", disse.

Fonte: Folha de São Paulo.

Para Bernard Stiegler, "é preciso parar de consumir arte"

Postado em por Cooperativa Cultural Brasileira

Diretor do Centro de Pesquisa e Inovação do Centre Pompidou fala do papel das novas tecnologias e critica leis de direitos autorais.

Repensar as formas de produção e difusão de arte a partir das novas ferramentas tecnológicas e processos industriais é uma das preocupações centrais do filósofo francês Bernard Stiegler, 59.

Diretor do IRI (Instituto de Pesquisa e Inovação) do Centre Pompidou, Stiegler veio a São Paulo por menos de 24 horas, para uma conferência no Sesc Pinheiros.

Encontrou tempo, porém, para falar à Folha sobre como a proliferação de câmeras de vídeo, softwares de edição e difusão está restabelecendo uma relação de proximidade com o fazer artístico.

"Béla Bartók dizia que para bem ouvir música no rádio era necessário ler a partitura ao mesmo tempo. Hoje, soa como maluquice, mas em 1930 todo mundo sabia ler música. Aos poucos nos tornamos consumidores passivos de arte."

Segundo ele, é preciso voltar a estabelecer uma postura ativa para com a arte, uma relação "amorosa" no sentido forte da palavra.

"Penso que uma política cultural hoje em dia tem que ser antes de tudo uma política desse renascimento."

Professor do Goldsmiths College, em Londres, Stiegler oferece paralelamente um curso livre para os moradores do pequeno vilarejo de Epineuil-le-Fleuriel. As aulas são acompanhadas por 80 pessoas ao vivo e cerca de 10 mil pela internet.

"Uma pesquisa diz que 56% dos franceses detestam a TV que assistem.

Então por que assistem? Porque não podem ficar sem. É um discurso de viciado. O consumismo destruiu as estruturas, a começar pela estrutura social. Consumimos porque não somos capazes de outra coisa. Precisamos refletir sobre a desintoxicação."
Enfaticamente, o filósofo criticou a lei de direito autoral em vigor na França.

"A França criou um órgão chamado Hadopi, que tem autoridade para incriminar os internautas que baixam conteúdo. Para mim é um modo de continuar a manter o privilégio das indústrias culturais do século 20 contra o novo modelo contributivo do século 21. Espero que no Brasil a ministra da Cultura não repita esse erro."

Stiegler começou a estudar filosofia durante os cinco anos que passou na prisão, nos anos 80, preso por um assalto. "A prisão é um laboratório filosófico. O mundo está suprimido, você só tem a memória dele. Tudo o que eu faço hoje em dia vem desse período, dessa situação filosófica radical."

Fonte: GABRIELA LONGMAN

Morreu, aos 97 anos, o diretor teatral, senador e escritor negro, Abdias do Nascimento

Postado em 25 de maio de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

O ativista Abdias do Nascimento, símbolo do combate à discriminação racial no Brasil, morreu na noite de anteontem aos 97 anos, no Rio de Janeiro.

Escritor, jornalista e ex-parlamentar, ele estava internado desde abril por causa de uma pneumonia que agravou problemas cardíacos e renais crônicos e não resistiu às complicações da doença.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Nascimento, afirmando que o Brasil "perdeu um de seus maiores líderes no combate à discriminação racial".

Nascido na cidade de Franca (SP), em 1914, Abdias Nascimento se mudou para o Rio em 1936 e iniciou naquela década sua militância no movimento negro.
Chegou a ser preso em duas ocasiões por protestar contra a discriminação e a ditadura do Estado Novo (1937-45) e exilou-se nos Estados Unidos por 13 anos durante o regime militar.
Já de volta ao Brasil, em 1981, foi um dos fundadores do PDT. Sempre como suplente, foi deputado federal entre 1983 e 1986, e duas vezes senador na década de 90.
Como parlamentar, foi um dos primeiros a apresentar projetos de ações afirmativas para negros, como o que previa a criação de uma cota de 20% para mulheres negras e de 20% para homens negros na seleção de candidatos ao serviço público.
Seu corpo será velado na Câmara Municipal do Rio amanhã, a partir das 18h, e cremado na sexta-feira.

Fonte: ANTÔNIO GOIS / RODRIGO RÖTZSCH/ Folha de São Paulo

Obra de Gabriel García Márquez inspira peça de teatro 'Gardênia'

Postado em 24 de maio de 2011 por Cooperativa Cultural Brasileira

Reconhecido mundialmente, o colombiano Gabriel García Márquez escreveu obras que lançaram um gênero conhecido como realismo mágico na literatura latino-americana. Inspirada no universo proposto pelo autor, a companhia “El Otro” Núcleo de Teatro concebeu “Gardênia”, peça que estreia dia 27 de maio no Teatro João Caetano.

O espetáculo é livremente inspirado na obra “O Amor nos Tempos do Cólera”, romance de 1985. “Gardênia é uma história de amor contada por dois atores, dez retroprojetores e uma vitrola. A encenação acompanha a saga de Fermina Daza e Florentino Ariza: o amor de juventude, suas vidas apartadas e o reencontro na velhice”, conta a diretora de produção, Tetembua Dandara.

Com direção de Marat Descartes, a peça foi construída de forma cuidadosa no intuito de levar ao palco a linguagem cheia de imagens e sensações de García Márquez. “Gardênia se firma na simplicidade de uma boa história, uma boa cena e na relação honesta com o espectador. Dessa forma, o espetáculo e o fazer teatral são tão persistentes e firmes como o amor das personagens”, resume Dandara.

Teatro João Caetano
Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino - Zona Sul.
Tel.: (11) 5573-3774 e (11) 5549-1744.
De 27/5 à 26/6. 
Às sextas-feiras e aos sábados às 21hs.
Aos domingos às 19hs
Investimento: R$ 10.

Atenção: os ingressos podem ser adquiridos pela INGRESSO RÁPIDO pelo telefone 4003-2050, site ou, ainda, na bilheteria do próprio local. Apenas para entrega em domicílio será cobrada taxa.