A importância dos cineclubes e mostras para o cinema nacional

Postado em 26 de novembro de 2010 por Cooperativa Cultural Brasileira

Por Giorgio Rocha

O que diretores como: Jean-Luc Godard, Cacá Diegues, Wim Wenders e Glauber Rocha têm em comum? Todos estes grandes cineastas devem aos cineclubes a sua formação cinemátográfica.

Apesar da importância para a formação cultural, os cineclubes acompanharam o momento de baixa vivido pelo cinema brasileiro durante os anos 90 e tornaram-se escassos. A partir de 2003, amparados pela retomada da produção audiovisual nacional e com o aumento dos incentivos - O Ministério da Cultura, através de editais do Programa Cine+Cultura, tem contemplado diversos cineclubes com equipamentos, pacotes de programas e oficinas de formação cineclubista - o cineclubes passaram a viver um bom momento e novos locais surgiram pelo país.

Como o Difusão Cineclube, fundado no ano de 2004, na cidade de Atibaia, interior do Estado de São Paulo. “A missão do Difusão Cineclube é promover o acesso do público à produção cinematográfica brasileira”, diz a Coordenadora do Difusão Cineclube, Beth Verdegay. A coordenadora ressalta o papel dos cineclubes para o cinema brasileiro. “Os cineclubes são de suma importância para a formação cultural. Promovem o acesso aos bens culturais, difundem e debatem. São locais que disseminam a produção nacional de curtas, médias e longas metragens que não têm espaço no circuito comercial”, afirma Beth Verdegay.

A MEMOSTRA - mostra permanente de filmes paranaenses - é outro exemplo de espaço que exibe filmes ignorados pelo mercado. O projeto é realizado por uma cooperativa, a Photon Cooperativa Cultural. Os cooperados da Photon envolvidos na mostra trabalham voluntariamente. Desde 2009, através de uma parceria estabelecida com o Sesc Paraná, possui um local fixo e com boa infra-estrutura para divulgar trabalhos em curta, média e longa-metragem, não apenas do Paraná, mas também de outros estados.

A coordenadora da MEMOSTRA, Fabiana Moro, fala como a entidade sem fins lucrativos paga seus custos. “Não temos apoio do poder público. Os custos pagamos com o retorno da bilheteria das sessões, que custam R$ 4 inteira e R$ 2 meia-entrada. O dinheiro é destinado as despesas com impressão, material de papelaria, correio, endereço na internet, entre outras coisas”.

Para Fabiana, locais como cineclubes e mostras exercem a função de registrar e divulgar a produção local de forma organizada e acessível, além de estabelecer o contato entre os realizadores. A realização de um festival voltado para a produção local incentivaria o segmento, acredita Fabiana Moro. “O mercado de curtas é muito limitado, principalmente, para as produções paranaenses, que não possuem um festival dedicado a elas. Os festivais realizados no Paraná são nacionais e não tem uma categoria que favorece as produções locais”, afirma a coordenadora da MEMOSTRA.

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